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05 de 08 de 2022, 12:20

Diário

Tondela: autarquia fecha regas e apela à população para gastar menos água

Câmara apelou à população para reduzir o consumo de água nesta altura de seca

Cidade de Tondela na BTL

Há mais uma autarquia do distrito que tomou medidas para fazer face à seca. A Câmara de Tondela apelou à população para reduzir o consumo de água nesta altura. Em comunicado, a autarquia referiu que fez “um levantamento de ocorrências no concelho, para serem implementadas medidas preventivas para combater a escassez de água”.

A presidente da Câmara Municipal, Carla Borges, disse que, entre essas medidas, a autarquia vai acabar com as regas de pequenos espaços públicos como medida de poupança de água e como exemplo à população.

“Uma das formas mais assertivas de sensibilizar as pessoas, e com efeitos na redução do consumo, é intervir nos espaços públicos de gestão municipal, como os parques e as áreas verdes das avenidas”, sustentou a autarca.

O município decidiu fechar algumas regas do concelho, incluindo nos espaços verdes dos acessos aos nós do IP3, dos separadores de várias artérias e junto à Biblioteca Municipal, além de reduzir o consumo para a rega de espaços verdes e os horários de funcionamento das bombas dos fontanários e lagos.

No Parque Urbano da cidade, a rega vai manter-se, “apesar de, no espaço onde se realiza a feira semanal, se fechar a água, mas nas áreas de lazer tem de ser mantida alguma verdura e frescura, porque são zonas de lazer” dos cidadãos, acrescentou Carla Borges.

“É importante manter os espaços sociais, onde as pessoas possam passear com alguma frescura e, nesse caso, não cortamos a água, mas vamos dilatar o tempo entre as regas, de forma a torná-las mais sustentáveis”, precisou.

São “várias medidas” que a autarca entendeu que “promovem a redução e a contenção do consumo de água, para não só de uma forma muito clara e ativa promover esta redução, mas também poder sensibilizar as populações para essa importância”.

Isto, porque, explicou, em simultâneo, com estas medidas, a Câmara inicia uma campanha de sensibilização junto da população, dos movimentos associativos e das juntas de freguesia do concelho.

“Nós acreditamos que, quando as entidades públicas tomam a iniciativa, as populações também sentem isso como obrigação e, por isso, somos elementos facilitadores para que haja comportamentos positivos e sustentáveis”, sublinhou a autarca.

Na nota de imprensa que também divulgou, a Câmara justifica as medidas
“na perspetiva de sensibilização da população", sendo que "foi desenvolvido um planeamento incorporando ações de sensibilização à poupança de água e utilização eficiente deste importante recurso natural”.

Para reduzir o consumo e poupar, a autarquia aconselhou fazer-se “o reaproveitamento das águas residuais para regas”, além da rega das plantas “nas horas de menor calor, de preferência à noite, para evitar perdas por evaporação”.

A população é também aconselhada a reduzir ou mesmo evitar lavar os carros e evitar “descargas desnecessárias do autoclismo”. A máquina de lavar louça apenas deve ser usada “quando tiver cheia”. Os habitantes de Tondela devem ainda tomar duches rápidos e estar atentos a qualquer fuga de água.

“Pequenos hábitos podem conduzir a grandes diferenças e, esta consciencialização ambiental, mas também social, é muito importante para criar hábitos e comportamentos sustentáveis e corretos. O município continuará atento à evolução da situação no nosso território”, sublinhou a Câmara Municipal.

A rede de abastecimento de água no concelho de Tondela é feita através da Barragem do Paul, tal como os municípios de Carregal do Sal, Santa Comba Dão e Mortágua e também Tábua, que fica no distrito de Coimbra.

“Essa barragem, neste momento, tem uma capacidade de reserva que nos tranquiliza, no entanto, a água é um bem de todos e temos de o poupar, porque não é infindável e, se continuarmos todos a consumi-la como se não acabasse, podemos chegar ao ponto de racionalizar a água”, alertou Carla Borges.

A autarca disse que estas medidas “resultam de vários dias de análise no concelho para perceber o que poderia ser feito, tendo em conta que o distrito de Viseu, foi classificado pela APA [Agência Portuguesa do Ambiente] como sendo de seca extrema”.