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Uma centena de populares manifestou-se contra a falta de médicos

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 Uma centena de populares manifestou-se contra a falta de médicos
15.12.21
fotografia: Jornal do Centro
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 Uma centena de populares manifestou-se contra a falta de médicos
26.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
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 Uma centena de populares manifestou-se contra a falta de médicos

A indignação era visível esta manhã (15 de dezembro) junto à extensão de saúde de Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, onde populares se juntaram para protestar contra a falta de médicos na unidade.

Uma centena de utentes reuniu pelas 9h00 à porta do centro, que reabriu hoje, depois de estar encerrado durante uma semana. Facto que não acalmou a revolta de dos populares que pediram uma solução definitiva para a falta de médicos.

Atualmente, a unidade tem dois médicos, um está de férias e o outro só vai duas vezes por semana.

Para além da falta de médicos, a população queixou-se da falta de resposta para marcação de consultas e por serem obrigados a deslocarem-se ao centro de saúde de Carregal do Sal, que fica a cerca de seis quilómetros de distância.

Um dos populares presentes, Paulo Vilareto, lembrou que o problema da falta de clínicos começou quando Paulo Catalino deixou de exercer funções de médico naquela extensão de saúde por assumir o cargo de presidente da Câmara de Carregal do Sal.

“Ele era médico na nossa extensão. A partir do momento em que assumiu funções como presidente da Câmara, teve de deixar de ser médico. E começou a haver aqui uma lacuna grave nesta extensão”, disse.

O utente acrescentou que a população não é atendida na extensão de saúde e que a médica que fora entretanto colocada “alegadamente faz força para as consultas serem transferidas para Carregal do Sal, não querendo vir à nossa extensão”.

“A população está a ficar muito revoltada porque as coisas não estão a funcionar bem há várias semanas e não há explicações. A forma como (os profissionais) falam com os utentes é muito fria e não há sensibilidade nenhuma”, afirma.

Júlia Silva, outra das populares, criticou o facto de estarem a ser mandados para o centro de saúde mais próximo. “Não temos médicos e os poucos que cá há não nos atendem. Falam-nos com má cortesia. Quando dizemos que queremos consulta, dizem que não há vez, nunca há vez. E a gente tem de ir a Carregal. Fui para lá às oito da manhã e cheguei às cinco da tarde para ter consulta, não me atendiam e fui embora”, lamentou.

Já o presidente da Junta de Freguesia, Nuno Seabra, garantiu que tem ouvido as reclamações da população sobre a extensão de saúde que “passa mais tempo fechada do que aberta e, muitas vezes, sem qualquer indicação na porta, o que leva à indignação das pessoas”, lembrando também o investimento feito nos últimos anos.

“Houve aqui uma obra feita em 2018, em que foram gastos cerca de 200 mil euros na requalificação. O centro de saúde está com ótimas instalações, mas a verdade é que faltam profissionais de saúde: enfermeiros e médicos”, acrescentou.

O presidente da Câmara de Carregal do Sal juntou-se aos populares, ele que já foi médico nesta extensão de saúde. Paulo Catalino ouviu as queixas dos utentes e comprometeu-se a ajudar a resolver o problema, até porque a saúde é uma das competências que vai ser transferida para a autarquia.

“A Câmara tem-se envolvido o suficiente e feito de tudo para resolver este problema, mas ainda não temos a transferência de competências na saúde. Temos feito o que é possível mas aguardamos que, em abril, a situação fique clara e assumamos a responsabilidade com aquilo que é devido para as populações”, afirmou o autarca.

A solução pode passar por angariar mais utentes para este centro de saúde, de forma a contratar mais um médico.

“Nós queríamos resolver este problema e, para isso, queríamos que todos os utentes que são de Beijós e Cabanas de Viriato mostrassem a intenção de se inscreverem nesta extensão, de forma a não termos apenas um médico mas os dois que são devidos e evitar que os doentes venham para Carregal do Sal e tenham sempre esta limitação de ter a extensão fechada”, disse Paulo Catalino.

 Uma centena de populares manifestou-se contra a falta de médicos

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