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11 de 08 de 2022, 19:27

Diário

USF da Casa das Bocas ainda sem data para abrir

Unidade de saúde familiar está pronta há mais de meio ano, mas ainda não entrou em funcionamento. Fernando Ruas reuniu com a ministra da Saúde

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Fotógrafo: D.R./Câmara de Viseu

O presidente da Câmara de Viseu não trouxe de Lisboa qualquer data para a abertura da Unidade de Saúde Familiar (USF) da Casa das Bocas, que está pronta há mais de meio ano e ainda não entrou em funcionamento. A USF foi um dos assuntos discutidos na reunião que Fernando Ruas teve na última quarta-feira (10 de agosto) com a ministra da Saúde.

Segundo o autarca de Viseu, Marta Temido ficou incomodada com o facto de a unidade ainda estar fechada, mas não apontou qualquer data para a sua abertura. “Não tive a garantia da data, mas fiquei com a ideia de que a ministra ficou incomodada com a situação e que as pessoas (da Saúde) foram motivadas para resolver o problema rapidamente”, disse esta quinta-feira aos jornalistas.

Fernando Ruas garantiu que está à espera que o assunto da USF das Bocas seja resolvido. “Ter um equipamento fechado com protocolo assinado (com a tutela) é coisa que ninguém percebe”, acrescentou lembrando que a cidade de Viseu tem cerca de 10 mil utentes sem médico de família.

A USF continua sem abrir devido à falta de funcionários. Na reunião, foi pedido a Fernando Ruas para ajudar a resolver a situação, mas o autarca disse que não o podia fazer. O autarca já tinha admitido que podia tomar uma “solução dramática” para garantir a abertura do espaço.

A unidade de saúde familiar da Rua das Bocas, que iria servir um total de 18 mil utentes, foi alvo de um protocolo assinado entre a autarquia viseense e a tutela para a realização da obra, entregue em 2020 pelo anterior executivo liderado na altura por Almeida Henriques.

O edifício da Casa das Bocas, que foi adquirido pela Câmara em 2014, data do século XVII e sofreu obras no valor de 2,5 milhões de euros.

Centro Hospitalar tem de pagar dívida da água, diz Ruas
O presidente do município viseense questionou também a ministra da Saúde sobre a dívida de água de cerca de seis milhões de euros do Hospital de Viseu à autarquia. Fernando Ruas contou que Marta Temido “empurrou” o assunto para a administração do Centro Hospitalar Tondela-Viseu.

“A senhora ministra remeteu o assunto para o Centro Hospitalar e disse que era da responsabilidade do Centro Hospitalar. O senhor presidente do conselho de administração (Nuno Duarte) ouviu a mesma coisa que eu. E, se eu estivesse no lugar dele, honraria sobretudo depois de ter reconhecido que existe a dívida. Devia honrá-la e procurar fazer o pagamento nas melhores condições para a instituição que dirige. Tem algum jeito que os particulares paguem e, depois, uma instituição pública com orçamento próprio não pague? Como é que se evoca uma situação prescrita?”, disse o autarca.

Fernando Ruas garantiu que quer ver o assunto resolvido rapidamente e avisou que, daqui para a frente, a Câmara vai agir com o Hospital em função do pagamento em dívida.

Ministra da Saúde pediu desculpas a Ruas
A sessão solene dos 25 anos do Hospital de São Teotónio também esteve em cima da mesa. A Câmara de Viseu já se tinha queixado da forma como foi tratada na cerimónia que ocorreu em finais de julho e que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales.

A Câmara disse que não foi convidada para a inauguração da nova unidade dos cuidados intensivos, nem usou da palavra na sessão solene que assinalou o aniversário do atual edifício hospitalar.

Segundo Fernando Ruas, a ministra da Saúde pediu desculpas pelo sucedido, mesmo não sabendo da situação. Agora, diz o autarca, “o problema está ultrapassado”. O presidente da Câmara elogiou Marta Temido pela “humildade” e pela “postura firme”, garantindo que até saiu satisfeito da reunião em Lisboa.

Além de Fernando Ruas, na reunião com a ministra da Saúde, também participaram o presidente do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Nuno Duarte, a diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões, Rita Figueiredo, e a presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, Rosa Reis Marques, além do secretário executivo da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho.