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25 de 01 de 2023, 15:45

Diário

Vendas de vinhos do Porto e Douro atingiram os 625 milhões de euros em 2022

Comercialização atingiu valores recordes, referiu o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto

Adega com várias pipas de vinho guardada

Fotógrafo: Igor Ferreira

A comercialização de vinhos do Douro e do Porto atingiu os cerca de 625 milhões de euros em 2022, um “valor recorde” para o qual contribuíram a recuperação do mercado nacional e as vendas das categorias especiais.

“Os vinhos do Douro e do Porto, em 2022, superaram novamente o recorde de comercialização. Atingimos os cerca de 625 milhões de euros em comercialização, com um crescimento em cerca de 3% face ao ano de 2021”, afirmou esta quarta-feira Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Trata-se, segundo o responsável, de um crescimento “muito importante” e que se deve, essencialmente, “ao mercado nacional”, já que as exportações registaram uma quebra na ordem dos “5,4%”.

“O mercado nacional, fruto da abertura da hotelaria, dos similares e também do turismo, conseguiu superar essa quebra nas exportações e o montante global cifra-se, nesta altura, numa variação positiva de cerca de 3%”, salientou o responsável.
Em termos de comercialização, o vinho do Porto representou no ano passado 383 milhões de euros e o vinho do Douro 220 milhões de euros.

Segundo os dados do IVDP, no mercado interno as vendas de Porto foram atingiram os 74 milhões de euros, subindo para os 309 milhões de euros na exportação.

Quanto à Denominação de Origem Protegida (DOP) Douro, o mercado nacional representou um volume de negócios de 150 milhões de euros e as exportações de cerca de 70 milhões de euros.

A quebra nas exportações dos vinhos da Região Demarcada do Douro é justificada pela conjuntura de guerra na Ucrânia, pela inflação e a crise em mercados de destino, como o Reino Unido.

“Também fruto de uma crise que o país atravessou, a instabilidade política que o Reino Unido teve, a variação e desvalorização da libra face ao euro e tudo isso afetou de alguma maneira as exportações”, exemplificou.

Gilberto Igrejas realçou ainda, como aspeto positivo, o crescimento do preço médio por garrafa.

“Os agentes económicos têm custos acrescidos fruto, precisamente, da guerra e da crise que vamos vivendo, mas, de alguma maneira, este preço médio ajuda a suportar melhor esses custos quer do cartão, quer do vidro, quer das matérias-primas que os agricultores utilizam na agricultura duriense”, salientou.

A contribuir para o aumento do preço médio estiveram as vendas de vinhos de categorias especiais, nomeadamente de vinho do Porto.

“E notamos isso no mercado nacional. Ou seja, os agentes económicos vendem classes e categorias especiais também no mercado nacional e isso é bem revelador do conhecimento que, aqueles que nos visitam, vão tendo dos nossos vinhos”, apontou. E, na sua opinião, é “muito importante para o setor a afirmação pelo valor e pela qualidade”.

“Importa agora a todos convocar para este trabalho continuado de uma aposta de valorização dos mercados, de afirmação internacional e retomar a senda de exportações que vínhamos seguindo em 2021, por forma a nós conseguirmos ainda aumentar mais o valor da Região Demarcada do Douro e, por essa via, fixar gente no território”, frisou.

O Douro é a Cidade Europeia do Vinho em 2023 e o Peso da Régua vai acolher também, este ano, as comemorações do Dia de Portugal, a 10 de junho.

Para Gilberto Igrejas, esta é também uma oportunidade para “mostrar a nível nacional, mas também internacional, a qualidade dos vinhos durienses”.