Diário

Viseu com posto de carregamento ultrarrápido de carros elétricos

A cidade de Viseu tem desde esta segunda-feira, dia 19 de setembro, disponível mais um posto de carregamento de carros elétricos. A nova estação representa um investimento de mais de 180 mil euros.

Fotógrafo: Jornal do Centro

A nova estação de carregamento de veículos movidos a eletricidade foi instalada na Rua D. António Alves Martins, junto ao Jardim de Santa Cristina. O posto tem nove pontos, um ultrarrápido (150 kW), três rápidos (50 kW) e cinco semirrápidos (22 kW). A nova estação representa um investimento de mais de 180 mil euros.

Na cerimónia de inauguração, que decorreu ao final da manhã, o presidente da MOBI.E, a empresa pública responsável pelo investimento financiado pelo Fundo Ambiental, elogiou a “excelente localização” do hub de carregamento, fazendo votos que a infraestrutura “venha a promover a utilização e contribua para uma sociedade mais sustentável em termos ambientais”.

Luís Barrosa deixou ainda críticas pela demora na instalação deste tipo de projetos. Explicou que o protocolo assinado com a Câmara de Viseu para a instalação deste novo posto foi assinado em novembro de 2020, estando a estação de carregamento apenas a ser inaugurada agora.

“[É] Um processo demasiado longo para aquilo que são as necessidades do país e temos que trabalhar em formas de simplificar a instalação. Temos que encontrar soluções mais rápidas e mais eficientes de forma a contribuirmos e a cumprir todas as responsabilidades que assumimos para o futuro”, declarou.

Jorge Delgado, secretário de Estado da Mobilidade, reconheceu a existência de “algumas dificuldades na agilização dos processos” de instalação dos novos pontos de carregamento de carros elétricos “em grande parte por culpa do próprio Estado”.

O governante defendeu que as entidades públicas devem “licenciar mais rapidamente e ter processos mais ágeis”. “Também é preciso a ajuda das autarquias, precisamos que sejam criadas medidas que permitam facilitar estes processos”, afirmou, dando como exemplo a criação de “locais pré-licenciados que depois possam ser postos a concurso” e a criação de “regulamentos com taxas e tarifas que sejam adequadas ao modelo de negócio e atrativas para os investidores”.

O secretário de Estado da Mobilidade disse esperar que o hub da Santa Cristina seja um “sucesso” e que venham a ser “necessários mais postos de carregamento na cidade de Viseu e noutros pontos do país”.

Jorge Delgado salientou ainda que o país tem “feito um bom progresso na rede de mobilidade elétrica”.

“Trezentos e oito municípios têm posto de carregamento e a MOBI.E tem um novo projeto para instalar mais 12 postos de carregamento ultrarrápido. Temos hoje quase seis mil pontos de carregamento e cerca de 120 mil veículos. Temos 42 tomadas por cada cem quilómetros, é um número que impressiona e desfaz o mito de que não há onde carregar. Temos 58 tomadas por 100 mil habitantes. São números confortáveis”, sustentou.

O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, disse estar "extremamente satisfeito” por ver na sua cidade “a instalação de uma infraestrutura desta natureza” e declarou, ao secretário de Estado da Mobilidade, ter ficado “ainda mais satisfeito” por o Fundo Ambiental estar a fazer uma “correção” de investimentos.

“Não me esquece que para o apoio para os transportes urbanos o Fundo Ambiental destinou quase 96% às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e o resto para o restante país. Esta é uma correção que se faz, acho que tem que ser assim”, defendeu.

O autarca social-democrata constatou ainda que a maioria dos postos de carregamento de carros elétricos está no litoral, o que comprova e agrava “a assimetria que o país vive”. Fernando Ruas defendeu a “inversão deste fenómeno” e desafiou o Governo a avançar com este tipo de investimento primeiro no interior, alargando-o depois ao restante território.

Também Pedro Nunes, CEO KLC, a empresa que vai gerir o novo posto de carregamento de Viseu, elogiou a localização da estação por estar próxima de um conjunto de serviços, o que permitirá chegar a vários utilizadores.

Na sessão, Pedro Nunes anunciou ainda que o preço praticado no hub viseense está “abaixo da média do mercado”.

“Queremos que as pessoas façam uma transição para a mobilidade elétrica e que carreguem e que o preço seja adequado à tipologia de utilização”, referiu, acrescentando que em Viseu a empresa tem uma tarifa que “permite que as pessoas possam colocar o veículo durante a noite a um preço totalmente diferente sem terem de o tirar durante a noite”.

“De dia colocamos ao minuto, por uma questão de rotação e para as pessoas não deixarem aqui o carro estacionado, mas durante a noite mudámos o preço para quilowatt hora, permitindo uma certa comodidade na utilização”, explicou.