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22 de 09 de 2022, 16:26

Diário

Viseu: Pais querem reunião "urgente" com vereador da Educação

Associações enviaram e-mail a pedir encontro com vereador responsável e falam em falta de planeamento para este ano letivo. Autarca explica ausência em encontro anterior e promete reunião para a semana

Crianças e alunos da escola básica de paradinha estudantes

Fotógrafo: Igor Ferreira

Várias associações de pais do concelho de Viseu pedem uma reunião com “caráter de urgência” ao vereador responsável pelo pelouro da Educação. Queixam-se que estão sem respostas a problemas colocados no início de mais um ano letivo e lamentam que nas reuniões anteriores o autarca não tenha estado presente e a equipa que enviou não tenha dado informações esclarecedores aos assuntos abordados.

“As associações de pais consideram que não obtiveram respostas efetivas às dúvidas levantadas (…) Assim, consideramos que é urgente o agendamento de uma nova reunião, com a sua presença e de quem mais considerar necessário, para o esclarecimento e resolução das questões apresentadas. Preocupa-nos a todos o que nos parece ser uma falta de planeamento para este ano letivo e que põe em causa o bom funcionamento das escolas (…) Ficamos a aguardar o agendamento urgente de uma reunião”, lê-se no e-mail dirigido a Pedro Ribeiro e que foi enviado nesta manhã de quinta-feira.

E os assuntos que os pais querem ver esclarecidos prendem-se com a ação social escolar, as refeições escolares, o pessoal não docente, o complemento de apoio à família e as atividades de enriquecimento curricular (AEC).
Neste último ponto, os pais e os encarregados de educação chamam a atenção para o facto de as aulas já terem arrancando e ainda não estarem a decorrer as AEC (agora competência dos municípios).

Já o vereador da Educação assegura que até ao final da próxima semana as AEC vão arrancar. “Nos anos anteriores elas estavam entregues ao Ministério que delegava nos agrupamentos escolares a colocação. A lei prevê agora que possa haver um protocolos e a autarquia entendeu desenvolver estas atividades através de protocolo com IPSS. Houve várias instituições ao longo do ano letivo anterior que mostraram interesse em colaborar connosco. Já tivemos reuniões com todas elas e há uma que nos dá mais credibilidade e com quem estamos a ultimar o protocolo”, esclareceu Pedro Ribeiro. O autarca acrescentou ainda que o facto das AEC ainda não terem arrancado “não é problemático”, porque se trata de uma atividade facultativa e só agora é que escolas e pais podem fazer os planeamentos.

Pedro Ribeiro deixou ainda a promessa que vai reunir também na próxima semana com as associações que enviaram o e-mail, esclarecendo que no primeiro encontro marcado três dias antes do arranque das aulas só pode estar meia hora porque teve de sair para estar com o ministro do Ambiente, pelouro que também faz parte das suas funções. “Tive conhecimento da presença do ministro numa data que não me permitiu o reagendamento e não me pareceu correto estar a adiar a reunião com 30 a 50 pais”, sustentou.

“Em cima do joelho?”

Numa altura em que passa quase uma semana depois do início das aulas, há pais que estão insatisfeitos com o que consideram ter sido um início de ano letivo que arrancou “em cima do joelho”. Falam de contratação de pessoal não docente à ultima da hora e de haver ainda escolas onde há a necessidade de colocar tarefeiros para cuidar de crianças com necessidades especiais.

Dizem que há também transportes escolares desfasados e que a questão da componente de apoio à família (CAF) não teve a resolução desejada. Há escolas onde as Associações contratam os técnicos para acompanhar as crianças de manhã antes do início das aulas ou depois, entre as 17h30 e as 18h30, e outras que recorrem a empresas que prestam este tipo de serviço. A contratação é feita pela associação que recebe um apoio da autarquia (através de um protocolo) para ajudar no pagamento de despesas. Alguns pais entendem que esta componente, que é distinta das atividades de enriquecimento curricular (AEC), deve ser assumida pela autarquia para que “haja igualdade” no tratamento quer sejam escolas do centro da cidade, com mais alunos, quer da periferia que têm menos alunos.

No concelho de Viseu há escolas onde esta componente não existe, uma vez que não há alunos suficientes e a despesa a ser paga pelos pais seria muito elevada, e outras que ou recorrem ao serviço de empresas ou estabeleceram o protocolo com a autarquia.
A solução ideal passaria por replicar o mesmo modelo adoptado nos jardins de infância em que os pais pagam à autarquia o valor que os serviços acham justo e depois é a própria autarquia que contrata os técnicos.