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Marco Ramos
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O movimento Já Marchavas lançou um manifesto onde deixa críticas ao aumento dos preços da habitação em Viseu. A plataforma, que uma manifestação pelo direito à casa e contra os elevados custos, acusa também a Câmara de promover a especulação imobiliária no centro histórico da cidade.
Esta é a segunda manifestação organizada este ano pelo Já Marchavas sobre o acesso à habitação em Viseu. A primeira, organizada em abril, .
No manifesto, o movimento diz que há cinco vezes mais casas vazias do que habitações públicas ou de cooperativas na cidade de Viseu.
Segundo o Já Marchavas, a Estratégia Local de Habitação identificou 108 situações de “edifícios não licenciados, barracas, acampamentos clandestinos e outras formas de alojamento precário ou improvisado” e 1.121 pessoas a viver em condições indignas, bem como 89 famílias a viver em casas que não garantem as condições mínimas de habitabilidade.
Também na Estratégia Local, acrescenta a plataforma, constam 250 pedidos de habitação à empresa municipal de habitação social, a Habisolvis, dos quais 193 são “prioritários”.
“Em contraponto, o Município de Viseu tem sido voz ativa na promoção dos milhões acumulados em transações especulativas no Centro Histórico, bem como na ‘pujança’ do mercado imobiliário”, pode ler-se no manifesto.
O Já Marchavas recorda que, entre 2018 e 2022, as rendas de novos contratos na cidade aumentaram 54 por cento e que, nos últimos meses, os preços não têm parado de subir. A plataforma cita vários dados e refere, por exemplo, que Viseu foi a capital de distrito onde o preço do arrendamento mais subiu no primeiro trimestre deste ano, com um aumento de 17,6%.
Já Viseu lidera subida do preço das casas em agosto, Viseu foi a capital de distrito onde os preços das casas mais subiram, com um aumento de 3,5% face a julho. Na região, o preço mediano de um T2 aumentou 52% entre o segundo trimestre de 2019 e 2023.
Também o Quartos em Viseu (quando os há) custam muito, são pequenos e diferentes das imagens publicitadas e o número de habitações disponíveis baixou 53% entre setembro de 2021 e 2023.
O Já Marchavas também diz que a cidade é “a prova que construir, só por si, nada resolve”, lembrando que Viseu está no “pequeno grupo de municípios com mais de 500 fogos habitacionais a entrar em licenciamento no ano de 2022”.
“No primeiro trimestre deste ano Viseu constava no ‘top’ de concelhos com o oitavo lugar nacional em número de novos licenciamentos. O parque habitacional mostra já ter aumentado, desde 2011, em cerca de 5%. Apesar destes dados, os preços não param de aumentar e, só em Viseu, existiam 3.461 alojamentos vagos em 2021”, acrescenta o manifesto.
O Já Marchavas reivindica medidas como a imposição de tetos máximos às rendas, limites no aumento das prestações do crédito à habitação, proibição temporária da venda de imóveis a fundos estrangeiros e soluções públicas de arrendamento social, acessível e de emergência que, em Viseu, representa “pouco mais de 1%” da oferta habitacional.
Os manifestantes também vão exigir mais residências para estudantes a preço acessível e soluções de habitação cooperativa, que o Já Marchavas considera ser uma solução para resolver parte da crise no setor.
A manifestação em Viseu tem início às 15h00, na Rua Formosa.