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03 de 05 de 2021, 15:30

Autárquicas'21

Autárquicas: coligação PSD-CDS de Santa Comba Dão em risco

Presidente da concelhia centrista mostrou-se indisponível para fazer parte das listas. Candidato à Câmara continua confiante na coligação

bandeira cds

O presidente da concelhia do CDS de Santa Comba Dão deixou de fazer parte da coligação formada com o PSD para as autárquicas no concelho.

Numa carta aberta, Miguel Baumgartner manifestou a sua indisponibilidade por razões pessoais e políticas “insanáveis” e disse não haver condições para integrar as listas que contam com António José Correia, presidente da concelhia do PSD, como candidato à Câmara.

Em declarações ao Jornal do Centro, Miguel Baumgartner afirmou que não se sentia bem ao fazer parte desta coligação. “Este não é o meu projeto. Não era aquilo que eu queria ter construído na ótica da coligação”, disse.

O presidente do CDS de Santa Comba Dão acrescentou que ele e a concelhia foram alvo de acusações por parte de elementos do PSD local, “onde demonstraram a vários níveis que não queriam a minha participação na lista”. “Fomos acusados de querer transformar o PSD numa barriga de aluguer, o que não posso aceitar de maneira absolutamente nenhuma”, afirmou.

Miguel Baumgartner garantiu, por isso, que não vai tornar o CDS num partido refém, “como outras pessoas o fizeram”. “Vou dar liberdade para que as estruturas distritais possam decidir se é possível continuar com esta ligação”, revelou ainda.

O presidente da concelhia centrista disse ter “estima e respeito” por António José Correia, mas frisou não se "sentir bem neste projeto e o PSD também não se sente bem que eu esteja nele”.

Na carta aberta, Miguel Baumgartner escreveu que a política “não é um lugar para interesses pessoais, lutas de poder ou plataformas de ataque ao carácter das pessoas. É lugar para gente de bem, onde o bem comum deve sempre prevalecer sobre o interesse pessoal”.

Em resposta, o candidato do PSD à Câmara e presidente da concelhia laranja, António José Correia, disse respeitar a posição do presidente do CDS de Santa Comba Dão. “Respeitamos a posição tomada e a carta aberta. Temos com o CDS uma relação institucional muitíssimo boa. Conversámos sempre ao longo deste processo para avaliarmos os prós e os contras”, disse, acrescentando que mantém uma relação cordial com Miguel Baumgartner.

O social-democrata acredita que ainda é possível “chegar a bom porto” e garante que o processo ainda não está fechado.

Nas últimas autárquicas em 2017, o PSD e o CDS tiveram 33,08% dos votos em Santa Comba Dão.