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11 de 09 de 2021, 07:25

Autárquicas'21

Quem tem razão? Fernando Ruas ou João Azevedo? Nós verificámos os factos

Os candidatos do PSD e do PS à Câmara de Viseu, Fernando Ruas e João Azevedo, respetivamente, recorreram a indicadores para, no debate promovido pela Rádio Jornal do Centro, demonstrarem qual o município que está na Primeira Divisão e na Distrital

Fernando Ruas e João Azevedo com Francisco Almeida

Fotógrafo: Igor Ferreira

O Jornal do Centro verificou e os factos não enganam. Os candidatos do PSD e do PS à Câmara de Viseu, Fernando Ruas e João Azevedo, respetivamente, recorreram a indicadores para, no debate promovido pela Rádio Jornal do Centro, demonstrarem qual o município que está na Primeira Divisão e na Distrital.
O candidato social-democrata recorreu-se dos dados da Pordata para dizer que o poder de compra é maior em Viseu - município que geriu durante 24 anos - do que em Mangualde, concelho governando pelo socialista que agora se candidata em Viseu.
Já João Azevedo atirou com o ganho médio mensal, que é mais elevado em Mangualde.
No contra-ataque, Fernando Ruas rematou com o número de pequenas e médias empresas que existem em cada município.
“Não entendo como é que alguém quer pôr Viseu na Primeira Divisão se tem jogado sempre nas distritais”, disse Fernando Ruas. João Azevedo defendeu-se e assinalou que os indicadores de Mangualde são sinais “de vitalidade”.
Consultados os dados que estiveram em discussão, os dois candidatos têm razão.
É verdade que em Viseu, o poder de compra per capita é superior. Mas também é verdade que o ganho médio mensal é mais elevado em Mangualde. Já o número de pequenas e médias empresas, argumento usado por Fernando Ruas para demonstrar a disparidade entre os dois municípios, também está correcto.
Para uma análise mais correta, fica aqui também o número das pessoas residentes em cada concelho. Assim, e de acordo com os resultados preliminares dos últimos censos, Viseu tem 99 693 residentes. Mangualde tem 18 294 pessoas.

info debate

E para se melhor perceber, aqui ficam alguns esclarecimentos:


Poder de Compra

Quando de fala em poder de compra, o indicador refere-se à capacidade de aquisição/consumo de bens, que é por sua vez expressa em Paridades de Poder de Compra (PPC). Na prática, é onde há, me média, por pessoa, maior e menor bem estar material.
O poder de compra , em termos per capita, nos diferentes municípios tem por referência o valor nacional (Portugal = 100).


Ganho Médio Mensal

Onde é maior e menor o ordenado médio, por mês, com horas extra, subsídios ou prémios.
Ganho (mensal) - Montante ilíquido (antes da dedução de quaisquer descontos) em dinheiro e/ou géneros pago mensalmente com carácter regular pelas horas de trabalho efetuadas, assim como o pagamento das horas remuneradas mas não efetuadas. Inclui para além da remuneração de base todos os prémios e subsídios regulares (diuturnidades, subsídios de função, de alimentação, de alojamento, de transporte, de antiguidade, de produtividade, de assiduidade, de turno, de isenção de horário, por trabalhos penosos, perigosos e sujos, etc.), bem como o pagamento por horas suplementares ou extraordinárias.