Autor

Mélina Lopes

06 de 08 de 2022, 16:19

Lifestyle

Como evitar intoxicações alimentares no verão?

É importante recordar que é preciso ter alguns cuidados para evitar as intoxicações alimentares, tão comuns nesta época do ano. Saiba como proteger- se

Com a chegada do verão e dos dias quentes, as pessoas optam por fazer algumas refeições fora de casa ou ir de férias. Contudo, é importante recordar que é preciso ter alguns cuidados para evitar as intoxicações alimentares, tão comuns nesta época do ano. Saiba como proteger- se.

Porque ocorrem?
As intoxicações alimentares advêm da ingestão de alimentos onde existem toxinas, que podem ter origem em contaminação química ou serem produzidas por microrganismos presentes nos alimentos. Estes microrganismos podem estar em alimentos ou água contaminadas, como as bactérias (Salmonella, Shigella, cólera), os parasitas (Giardia, Toxoplasma) e os vírus (vírus da hepatite A, rotavírus, poliovírus). Muitas vezes a transmissão dos agentes patogénicos é feita através das mãos, que são responsáveis pela maior disseminação dos microrganismos de uns locais para outros. Um centímetro quadrado de pele humana pode apresentar em média 100.000 bactérias, tornando fácil a disseminação ao preparar ou manipular os alimentos.

Quais os sinais de alerta?
Os sintomas podem surgir logo após a ingestão do alimento, mas é mais comum aparecerem nas primeiras 24-72 horas. Por norma começam pelas dores de estômago e vómitos, e, mais tarde, a diarreia. Nos casos mais graves, pode surgir dor de cabeça, febre, fadiga, dificuldade respiratória, alterações da visão ou fala, e, em situações extremas, provocar a morte. Os sinais de alarme que motivam uma procura por assistência médica são a febre superior a 38,5ºC, a presença de sangue nas fezes e o aparecimento de sinais de desidratação (boca e pele seca, diminuição da produção de urina, sonolência e tonturas).
É importante perceber o horário de aparecimento dos primeiros sintomas e relacioná-lo com a ingestão de alimentos. Também é importante perceber se existem outras pessoas afetadas entre os contactos, ou viagens para locais de risco. A maioria das vezes, uma averiguação sobre a alimentação das últimas horas é suficiente para estabelecer o diagnóstico.

Porque aumentam as intoxicações no verão?
Com as temperaturas elevadas, os alimentos tendem a deteriorar-se com mais facilidade, o que aumenta o risco de intoxicação alimentar. Na estação do calor não há alimentos proibidos, mas sim alimentos que devem ser evitados, tais como: Ovos; Iogurtes; Leite; Marisco; Fiambre e produtos similares; Patés; Queijos; Sanduíches pré-embaladas.

O que fazer para prevenir?
A prevenção é a melhor estratégia para evitar as intoxicações alimentares: Lavar as mãos frequentemente; Higienizar todos os equipamentos, superfícies e utensílios utilizados na preparação dos alimentos; Separar os alimentos crus dos alimentos cozinhados; Guardar os alimentos em recipientes fechados; Cozinhar bem os alimentos; Manter os alimentos a temperaturas seguras; Não deixar alimentos cozinhados, mais de 2 horas, à temperatura ambiente; Não armazenar alimentos durante muito tempo; Não descongelar os alimentos à temperatura ambiente; Usar água potável; Lavar frutas e vegetais, especialmente se comidos crus; Verificar o prazo de validade dos alimentos.

Quando procurar o médico?
A maioria das intoxicações são autolimitadas, melhorando naturalmente no espaço de dias. A recuperação irá depender da idade, estado físico da pessoa doente e tipo de infeção. É importante ter alguns cuidados: Reforçar a ingestão de líquidos em caso de diarreia ou vómitos, procurando fracionar a ingestão em pequenas tomas; Pode ser usada medicação de conforto com analgésicos e espasmolíticos; Procurar cuidados médicos se sintomas muito frequentes, se aparecerem sinais de alarme, se a diarreia se mantiver mais do que 3 dias, ou quando afetar crianças pequenas, grávidas, idosos, ou portadores de doença que possa constituir risco acrescido; Evitar os antidiarreicos pois podem agravar a doença.
As intoxicações alimentares são uma importante causa de doença em todo o mundo. A prevenção é uma medida útil e pode fazer a diferença na gravidade da doença.