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04 de 06 de 2021, 17:13

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Escritores Amanda Gorman, Bernardine Evaristo e Olga Tokarczuk entre novidades de junho

Estas são algumas das novidades literárias que as editoras vão publicar

Poeta amanda

O mês de junho traz às livrarias portuguesas novos livros das premiadas Bernardine Evaristo, Olga Tokarczuk e Louise Gluck, mais um ‘thriller’ de João Tordo, o último romance de Laurent Binet e o poema de Amanda Gorman.
Estas são algumas das novidades literárias que as editoras vão publicar, com a Presença a lançar “A colina que subimos – um poema inaugural”, da ativista norte-americana Amanda Gorman, traduzido pela jornalista Carla Fernandas.

O grupo editorial 2020 tem como novidades mais um romance da escritora Prémio Nobel da Literatura Olga Tokarczuk, originalmente publicado em 1998 e vencedor do Prémio Günter Grass e do Prémio Nike para melhor livro polaco.
Editado pela Cavalo de Ferro, “Casa de dia, casa de noite” é, nas palavras da própria autora, um “romance-constelação”, composto pelo relato das diferentes histórias dos habitantes de uma pequena aldeia da Polónia ocidental, que ocuparam as casas abandonadas pelos alemães em fuga no final da II Grande Guerra.
Pela mesma editora será lançado “O Passageiro”, romance do escritor alemão Ulrich Alexander Boschwitz, cujo manuscrito esteve esquecido numa biblioteca quase oito décadas e só recentemente foi redescoberto.

A história gira em torno de Otto Silbermann, um respeitado comerciante judeu que, com a ascensão do nazismo, se vê obrigado a abandonar a casa, a mulher e os negócios para conseguir escapar. Com toda a sua fortuna dentro de uma pasta e sem qualquer ajuda, viaja de comboio sem destino certo, em busca de uma saída.
A Elsinore publica “Raízes brancas”, de Bernardine Evaristo, um romance que forja um mundo às avessas, onde os escravos são os europeus e os senhores, os africanos, desconstruindo a História, sem poupar nem opressores nem oprimidos.
A mesma editora traz para Portugal um novo nome da literatura chilena, Lina Meruane, e o seu mais recente livro, “Sistema Nervoso”, sobre uma família ligada pelo obsessivo fio condutor do corpo e da doença, bem como o romance “Um trompete no Uádi”, do escritor israelita Sami Michael, presidente da Associação para os Direitos Civis em Israel e um dos primeiros naquele país a pedir a criação de um estado palestiniano independente para existir ao lado de Israel.
Este romance traz à luz as complexas relações entre cristãos, judeus e muçulmanos, homens e mulheres, numa viagem até aos meses que precederam o conflito israelo-árabe no Líbano, em 1982.

As novidades do grupo Penguin Random House incluem um novo policial de João Tordo, “Águas passadas”, e uma nova edição da novela gráfica “Balada para Sophie”, de Filipe Melo e Juan Cávia (anteriormente editada pela Tinta-da-China), ambos publicados pela Companhia das Letras.
Pela Alfaguara será publicado “A outra metade”, de Brit Bennet, uma saga familiar de uma autora já considerada herdeira de James Baldwin e Toni Morrison, que foi finalista dos prémios literários de Dublin, Women’s prize e British Book Awards, bem como “Intervenções”, o livro de ensaio e opinião de Michel Houellebecq, pela primeira vez em Portugal.

O escritor francês Laurent Binet, autor de “A sétima função da linguagem”, volta aos escaparates das livrarias portuguesas com “Civilizações”, um romance que reescreve a História, invertendo os acontecimentos, numa edição da Quetzal, que publica também um novo livro de José Rentes de Carvalho, “O país do solidó”, um registo entre o conto e a crónica, que conta histórias “de um país habitado por um estranho povo: os portugueses”.
Pela mesma editora, chega a Portugal “A Minha Irmã é uma Serial Killer”, da nigeriana-britânica Oyinkan Braithwaite, um romance de estreia aplaudido pela crítica e finalista dos prémios literários Booker e Women’s prize for fiction em 2019.

Depois de “Uma Solidão Demasiado Ruidosa”, a Antígona prossegue a publicação das obras de Bohumil Hrabal, em tradução direta do checo, agora com “Comboios Rigorosamente Vigiados", um clássico da literatura do pós-guerra, datado de 1965, considerado “uma pequena obra-prima de humor, humanidade e heroísmo”, que teve uma edição anterior, em Portugal, da Caminho, em 1990, há muito esgotada.

Pela mesma editora será lançado “Pão Seco”, do marroquino Muhammad Chukri (1935-2003), com tradução do árabe e posfácio de Hugo Maia, um romance autobiográfico, de 1973, que o dramaturgo norte-americano Tennessee Williams descreveu como “um verdadeiro documento do desespero humano, com um impacto avassalador”, e que foi proibido até recentemente nos países árabes, por tocar em tabus da sociedade magrebina.
Nesta novela, Muhammad Chukri recorda os tempos em que a fome grassou no Rife e a sua família partiu para Tânger em busca de uma vida melhor, as suas noites passadas ao relento, nos becos da cidade, quando, ainda criança, descobriu a injustiça e a compaixão, o consolo das drogas, do sexo e do álcool, e o período na prisão, onde um dos companheiros de cativeiro o ensinou a ler e a escrever aos 21 anos. Viria a publicar dez romances, até morrer.

A Tinta-da-China lança um novo romance de A.M. Pires Cabral, “Feliciano”, e o primeiro livro de Margarida Vale de Gato na coleção de Poesia, intitulado “Atirar para o Torto”.
Mário Cláudio volta a debruçar-se sobre a vida do poeta Tiago Veiga, contemporâneo de Fernando Pessoa e bisneto de Camilo Castelo Branco, a partir de novos documentos recentemente descobertos, em “Embora eu seja um velho errante”, editado pela D. Quixote, selando assim o trabalho que iniciou em 2011 com “Tiago Veiga: Uma biografia”, obra que tirou o poeta do anonimato.

Na mesma editora saem ainda “Selvagem”, livro de poesia que marca a estreia de Salvador Santos, e “Cortina de Fumo”, de Jorn Lier Horst e Thomas, uma história de investigação policial passada em Oslo, traduzida por João Reis.
A Porto Editora lança este mês o romance “Boa sorte”, de Rosa Montero, e “Escravidão”, um livro do escritor brasileiro Laurentino Gomes, sete vezes vencedor do prémio Jabuti, que aborda a história da escravatura e do negócio da venda de escravos desde o seu início, resultado de seis anos de pesquisa do autor.

Pela Livros do Brasil sai mais um romance do japonês Yukio Mishima, “Neve de Primavera”, publicado originalmente em 1969 e esgotado em Portugal há vários anos, numa nova edição traduzida por Tânia Ganho, enquanto a Assírio & Alvim publica a antologia de poesia catalã “Resistir ao tempo”.
A poeta norte-americana vencedora do Nobel da Literatura Louise Gluck vai ter um novo livro de poesia publicado em Portugal, “Pradarias”, que vai ser dado à estampa pela editora Relógio d’Água.

A mesma editora vai lançar um novo livro de Ana Teresa Pereira, “Como se o mundo existisse”, assim como “Cartografias de Lugares mal Situados (10 Contos de Guerra)”, de Ana Margarida de Carvalho, e “Viver Feliz Lá Fora”, de José Gardeazabal.

No que respeita a literatura internacional, chega “Gilead”, de Marilynne Robinson, prémio Pulitzer de ficção em 2005 e romance em que a autora criou um universo mítico, onde decorre também a ação de livros posteriores, “Home”, “Lila” e “Jack”, este último publicado em março também pela Relógio d’Água.
“As Pequenas Virtudes”, de Natalia Ginzburg, com introdução de Rachel Cusk, “Um Adeus Mais-Que-Perfeito”, do prémio Nobel da Literatura Peter Handke, “O Duelo”, de Heinrich von Kleist, com tradução e apresentação de Maria Filomena Molder, “Direito de Propriedade”, de Deborah Levy, e “1984”, de George Orwell, adaptado a romance gráfico por Xavier Coste, são outras novidades da editora.

A Caminho publica “A noite e a madrugada”, de Fernando Namora, com prefácio de Ana Margarida de Carvalho, e as Edições 70 lançam a primeira tradução integral do texto fundador da filosofia ocidental, “Metafísica”, de Aristóteles, numa edição “profusamente anotada”, com um glossário e uma introdução abrangente.