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Com a chegada do outono, os feeds das redes sociais são invadidos por fotografias de folhas douradas, chávenas de chá ou café, e mantas que prometem conforto contra o frio que se avizinha. Esta estação, marcada pelo início do despir das árvores e pelo acalmar da intensidade do verão, é tradicionalmente associada ao conforto de casa e ao abrandar do ritmo.
Para muitos, o outono é de facto sinónimo de tranquilidade. É o tempo das roupas quentes, das bebidas com canela e das paisagens em tons castanhos e dourados que remetem às fotografias analógicas. Depois da intensidade do verão, a estação traz uma mudança de ritmo que transmite calma e conforto. Os dias encurtam, as temperaturas descem, e o sofá de casa torna-se o local privilegiado para assistir a um bom filme, uma série ou investir na leitura de um livro. A simplicidade de acender uma vela, o cheiro a baunilha no ar e a troca de chinelos por pantufas tornam-se rituais quase sagrados.
As paisagens outonais com folhas secas e abóboras lembram um postal ideal, mas a rotina traz também os dias de chuva e um frio que se intensifica. A “estética” do outono, tão celebrada, cria uma imagem de tranquilidade. A imagem do outono é projetada como uma época de puro aconchego e serenidade.
Esta romantização do outono é uma forma de encontrar beleza na transição de estação e de criar momentos de bem-estar num período de mudanças. A época da castanha, o gosto de uma bebida quente e a contagem decrescente até ao Natal são pequenos prazeres que fazem desta estação uma celebração para quem procura desacelerar. A magia do outono talvez esteja justamente na sua dualidade: entre o real e o ideal, entre o frio lá fora e o calor que procuramos criar.