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A ideia de um tempo linear que começa no Génesis e acaba no Apocalipse não é a única visão da linha do tempo. A outra versão tem a ver com uma ideia de ciclos que se repetem e se renovam. Na verdade, a história e as tendências políticas têm mais de cíclicas que lineares. Tendências que vão e vem! Tudo isto para trazer á cena o fim de um ciclo e a entrada de outro que terá começado por volta do ano 2000. Um ciclo que aparentava ser novidade, mas terá o seu fim como os anteriores e que em média duraram 30 anos. É um tempo que começa por se chamar do “homem forte”. Pode-se também esperar, que durante esse período se repita a incompetência do “homem-forte” e ele próprio mate tal ciclo antes do tempo. Trata-se da luta entre a democracia e o autoritarismo.
Precisamos de um tempo de aprendizagem e ela aconselha-nos a aprender que a democracia é precária, frágil e carece de cuidados especiais. Se pensarmos bem, ela tem sido maltratada e até mesmo pelos que se dizem democratas! Podemos estar a começar um regresso aos anos 30, quando EUA e Grã-Bretanha eram os países mais poderosos do mundo e permaneceram democracias liberais. Hoje os poderosos são os EUA e a China e ambos correm riscos de caírem em regimes nacionalistas autoritários pela mão dos “homens-fortes”. O que se passa afinal?
Tudo começa antes de Trump! O “homem-forte” já governava em Moscovo, Pequim, Nova Deli, Ancara, Budapest, Varsóvia, Manila, Riade, México, Brasília. Destes apenas regressaram á democracia Varsóvia, México e Brasil. O perfil destes homens é que são nacionalistas, conservadores culturais, sem tolerância com as minorias, contestatários dos interesses alheios e dos estrangeiros. Defendem o homem-comum contra as elites globalistas na sua casa e fora de portas incentivam o culto da personalidade. Este estilo tem mudado a política mundial e eles são talvez o maior ataque aos valores democráticos e liberais desde 1930. No fim da 1ª Grande Guerra havia 12 democracias, em 2002 já eram 92. Pela primeira vez havia mais democracias do que autocracias, mas o declínio regressa em 2005.
As tecnologias do Séc. XXI vieram proporcionar ao “homem-forte” novas formas de comunicação direta com as massas, mas servem também de instrumentos de controlo social. Através delas podem-se vigiar movimentos e comportamentos dos cidadãos e facilitar mudanças de orientação política. É cada vez mais difícil distinguir a verdade da mentira. Em 2021 aparece Biden, ele considera que o seu principal objetivo é a promoção da democracia, não apenas nos EUA, mas em todo o Mundo. Fez isso num tempo onde já estava instalado o “homem-forte”, já eram eles que moldavam a política mundial. Em 2019 dos 190 países, 128 já realizavam mais trocas comerciais com a China do que com os EUA. Trump perde as eleições em 2020, mas marca terreno para o seu regresso! Mas como é que tudo isto aparece e ganha força?
Putin é o primeiro “homem-forte”, o arquétipo e aparece nos finais de 1999. É inspirador de uma geração de aspirantes autoritários e nacionalistas. Entra suavemente, engana Clinton e depois George W. Bush. Este chega a dizer que teve com Putin um excelente diálogo, tão claro que até lhe ficou a conhecer a alma! Com Putin nascem outros “homens-fortes”: Turquia em 2003; China em 2012; Índia em 2014; chega á U. Europeia em 2015 com a Hungria e Polónia, esta última regressa depois á democracia; em 2016 há o Brexit a propósito do medo de uma invasão muçulmana com a hipotética entrada da Turquia na UE. A chegada de Trump em 2016 legitimou este estilo do “homem-forte” e logo se seguiram a Arábia Saudita, Etiópia e Brasil.
O comentário político ocidental confundiu o “homem-forte” com reformas liberais e demorou algum tempo até perceber que essa vaga de reformas era um movimento contra a democracia e o liberalismo. Uma luta contra a liberdade de expressão, independência dos tribunais e os direitos das minorias. Claro que nem todos são iguais, nalguns há eleições e condicionamentos, outros eliminaram a fronteira entre democracia e autoritarismo! Os “homens-fortes” foram-se tornando cada vez mais semelhantes no culto da personalidade; desprezo pelo Estado de Direito; representação do povo contra as elites (populismo); nacionalismo; fusão entre os seus interesses e os do Estado; nomeação de amigos e familiares; colocação dos tribunais sob controlo e mudanças na Constituição.
O aviso foi dado ao Mundo: É preciso provar que a democracia funciona e fazer com que ela comece em casa, escola, vida pública, cultural e social! A guerra da Ucrânia é um choque histórico entre democracia e autoritarismo. Foi assim nos anos 30, está a repetir-se a violência, conquista, anarquia mundial e a repetição de um ciclo com atualizações. O mesmo caminho que levou a duas guerras mundiais! Se a Rússia ganhar os “homens-fortes” vão renascer e multiplicar-se pelo mundo! Se perder é o princípio do fim do tempo do “homem-forte”. Repare-se que o conceito do forte parece já estar plantado em Portugal. Visível quando se questionou numa sondagem os traços preferenciais para o futuro Presidente da República. Aquilo que surgiu em primeiro lugar foi “Liderança Forte”, que bem pode significar “homem forte”? Em Portugal basta-nos a Liderança…
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José Carreira