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O filho que matou o pai, a estrada assombrada e a magia da cana verde

A região de Lafões, situada no coração de Portugal, é rica em história, cultura e tradição

 O filho que matou o pai, a estrada assombrada e a magia da cana verde
15.12.24
fotografia: Jornal do Centro
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 O filho que matou o pai, a estrada assombrada e a magia da cana verde
15.12.24
Fotografia: Jornal do Centro
 O filho que matou o pai, a estrada assombrada e a magia da cana verde


A região de Lafões, situada no coração de Portugal, é rica em história, cultura e tradição. Com paisagens verdejantes, serras imponentes e rios serpenteantes, Lafões é também um território onde a imaginação popular floresceu ao longo dos séculos, dando origem a inúmeras lendas e contos transmitidos de geração em geração. Essas narrativas, muitas vezes enraizadas na religiosidade e nos mistérios da natureza, refletem a visão do mundo dos seus habitantes e o fascínio pelo sobrenatural

Lenda de S. Macário

Macário era filho de um rico castelão e tinha uma vida de festas e de prazeres. Ia muitas vezes à caça com seu pai e seus criados. 
Num dia aziago em que perseguiam um javali e o avista, reteza o arco com toda a força e lança, precipitado, uma seta que se vai cravar no peito de seu pai que entrementes surgira detrás duma rocha, matando-o. 
Desesperado, louco de dor, deita a correr por vales e montes, gritando como um possesso: – Matei meu pai… Matei meu pai… 
 Nunca mais ninguém lhe deitou a vista na sua terra. Os seus julgaram-no morto de desgosto. 
 Roto e desgrenhado escolheu para se penitenciar um ermo em serra distante. O seu abrigo passou a ser uma grande lapa ou caverna que servira aos animais que dantes perseguia e matava. 
 Macário, pelo profundo sofrimento, pela renúncia a prazeres mundanos e pela oração, mereceu as graças de Deus. 
 Comia raízes e gafanhotos e nos dias de maior fome e frio, descia aos povoados como um pobrezinho a pedir esmola. Enchiam-lhe o bornal de pães e as brasas para o seu lume levava-as nas palmas das mãos sem se queimar. Todos lhe queriam bem e o tinham por santo. 
 Um dia em que seguia para o seu tugúrio com as brasas nas mãos, apareceu-lhe no caminho uma linda moça que lhe sorriu, o fez parar e ter lúbricos pensamentos. Era o Demónio. Logo as brasas lhe queimaram a mão e as lançou fora soltando um grito de dor e arrependimento. Recolheu à sua solidão e em jejuns e oração nunca mais o Demónio teve forças para o tentar. Morreu em santidade. 
A serra onde se venera, em duas capelinhas, passou a chamar-se, do seu nome, fronte Magaio e hoje, Serra do São Macário onde no último domingo de Julho de cada ano acorreram os romeiros de toda a parte para rezarem ao Santo e apreciarem as maravilhosas paisagens que dali se divisam.

Fonte: CRUZ, Julio Lendas Lafonenses

Cova do Ladrão

Antigamente, quando ainda se utilizava a via romana para fazer a ligação entre o Porto e Viseu, os mercadores, os almocreves ou os recoveiros faziam a viagem a cavalo, tendo que efetuar várias paragens durante os seus percursos, para comerem, descansarem e alimentar os animais.

Todos os viajantes que se metiam nestas andanças faziam sempre uma paragem numa pequena estalagem que oferecia boa comida, dormida e um bom repouso aos esgotados e poeirentos viajantes. Essa estalagem ficava numa pequena aldeia enfiada na serra, que ainda existe em nossos dias e se chama “Manhouce”, sendo agora freguesia. Após esta paragem, quando os viajantes retomavam aos caminhos, tinham de passar num outro lugar, que se chama “Bustarenga”, sendo no meio destes dois que ficava uma estrada, que uns chamavam de assombrada e outros de amaldiçoada, sendo certo que, nesses pontos, conhecidos em nossos dias como “Cova do Ladrão” e “Outeiro de Alcaranta”, no meio de densa floresta, existia em cada um uma casa, que servia de esconderijo aos salteadores e que lhes oferecia uma observação privilegiada, de um lado para Viseu e do outro, para o Porto.

Esses salteadores possuiam informadores na estalagem, que os avisavam das melhores cargas para assaltarem, mas que acabaram descobertos, tendo sido expulsos da região. Assim, os salteadores tiveram de arranjar uma nova estratégia e arranjaram uma engenhosa forma. Ataram fio de tropeçar de um esconderijo até ao outro e com um badalo em cada ponta. Desta forma uma quadrilha avisava a outra, puxando o fio que fazia soar o badalo no lado oposto; sendo que eles não se limitavam a roubar, mas ainda lhes pregavam sustos de morte para se divertirem.

Com as mudanças que o tempo trouxe, o desenvolvimento associado e novas maneiras de transporte das mercadorias, os salteadores da estrada desapareceram, mas ainda existem vestígios da casa na Cova do Ladrão e uma gruta no Outeiro de Alcaranta.

Fonte: Freguesia de Manhouce

Lenda da Caninha Verde

Em tempos que já lá vão, nos primeiros tempos da Reconquista, vivia num palácio em Fataunços, perto de Vouzela, o nobre guerreiro El Haturra, descendente do famoso chefe mouro Cid Alafum. El Haturra era velho e feio e nunca era visto sem a sua bengala, uma velha cana que vinha sendo transmitida na sua família, de geração em geração, entregue ao seu novo possuidor com umas palavras misteriosas… Ora, o facto de El Haturra se fazer acompanhar por aquela cana negra e ressequida era objecto de troça de todos, a tal ponto que um amigo, o jovem português Álvaro o aconselhou a desfazer-se dela. El Haturra confidenciou-lhe então que a vara tinha magia e que se um dia chegasse a ficar verde era o sinal sagrado do profético encontro de dois primos descendentes de Cid Alafum. Nesse dia esperado, as terras e os tesouros do antigo chefe mouro voltariam à posse da família e as formosas mouras seriam desencantadas. Uma condição essencial era que ambos os descendentes professassem a religião de Alá. 

Um dia, passeavam El Haturra e o seu amigo Álvaro pelo campo quando viram uma linda princesa acompanhada por uma formosa aia, de cabelo negro e olhos azuis, que cavalgava um cavalo negro. De repente, a vara começou a ficar verde e El Haturra começou a rejuvenescer, tornando-se jovem e belo. Ao primeiro olhar, El Haturra tinha reconhecido na aia a descendente de Cid Alafum e, juntamente com Álvaro, saiu atrás das duas jovens que se dirigiam à corte do rei de Portugal. 

Diz a lenda que El Haturra conseguiu convencer a jovem aia a casar-se com ele e o rei de Portugal abençoou a união com uma condição: o baptismo de El Haturra. De início o agora jovem El Haturra opôs-se veemente, mas por fim a sua paixão foi mais forte e aceitou o desejo real. O baptismo ficou marcado para o dia do casamento e foi então que aconteceu algo de extraordinário: no momento em que estava a ser baptizado, El Haturra voltou a ser velho e feio como dantes. 

A magia da caninha verde só seria válida se ambos os nubentes professassem a religião de Maomé. A noiva desmaiou naquele mesmo momento e nunca mais quis ouvir falar no seu noivo que desapareceu para sempre, enquanto que a sua cana verde foi guardada num sítio secreto. Segundo a tradição, se alguém gritar “Viva o fidalgo da caninha verde!” no mesmo local e à mesma hora em que se deu o encontro entre os dois descendentes de Cid Alafum, ouvirá gargalhadas alegres das mouras encantadas que pensam que chegou a hora da sua libertação.

Fonte: MARQUES, Gentil Lendas de Portugal Lisbon

A LENDA DE RIO DE LOBA – VISEU

Conta a lenda desta Terra,

Uma história de pasmar,

Que haviam lobos na serra,

E os campos por desbravar.

Casebres de pedra tosca,

Gente humilde habitando,

Só o zumbido da mosca,

Se ouvia de quando em quando.

Uma mulher de boa fé,

Quando lavava no rio,

Viu uma loba bebé,

Com fome e tremer de frio.

Com instinto maternal,

Seus braços a tombou,

Esse feroz animal,

A seu peito amamentou. 

A embalou nos seus braços,

Lhe deu carinho cuidado,

Ela seguia seus passos,

Sempre as duas lado a lado.

Essa mulher resoluta,

Chegou a hora e morreu,

E a loba já adulta,

A seguir desapareceu.

Parece um pouco esquisito,

Mas a história não é boba, 

Esta lenda deu ao sítio,

O seu nome: – Rio de Loba.

Fonte: “Flores do Passado e do Presente”

Fonte: Popular

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