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O aumento dos preços e do custo de vida no geral são sentidos pelas massas trabalhadoras e tomam proporções alarmantes.
A perda de salário na prática aumenta com o aumento dos preços, visto que os mesmos são a única coisa que não aumenta, levando a um notável aumento da dificuldade para a população em levar comida para a mesa, a pagar as suas contas, a levar uma vida digna para quem trabalha, para quem verdadeiramente produz a riqueza.
Será relevante perguntarmo-nos de onde surgirá este radical aumento. A resposta fácil, e que nos é dada pelos orgãos de comunicação social é que o fator fundamental que desencadeia a mesma é a trágica situação a Leste da Europa, com a Guerra entre a Federação Russa e a Ucrânia. Não será então de questionar porque é que a taxa de inflação subia já de forma alarmante em finais do ano passado, ainda sem horizonte de Guerra?
O capitalismo tem destas coisas. Não só as suas crises cíclicas mas a maneira como facilmente desrespeita as suas próprias regras. Num quadro em que a oferta não suplantava a procura a inflação começou a disparar. Constatamos que há apenas uma resposta. O disparar da inflação e o aumento do custo de vida são resultado da especulação capitalista. Prova disto é o quanto beneficiam empresas como a Galp ou a EDP, com lucros bilionários e distribuindo dividendos astronómicos.
A escalada sancionatória levada a cabo pelas forças que compõe a NATO e a UE (com a qual o governo Português alinha) é contraditória e eleva a miséria provocada pela espiral de inflação, colocando ainda mais stress no setor energético, um dos principais afetados.
É urgente travar o atual caminho no quadro do preço dos combustíveis. É urgente reduzir os impostos como em parte já foi conseguido com intervenção do PCP, mas não nos ficarmos por aí, não ignorando o cerne da questão. É necessário aumentar salários, mas acompanhar isto de medidas de controlo e fixação de preços, travar a especulação lucrativa para os que ganham milhões. É necessário rejeitar a ideia de que o aumento dos salários e das pensões são impossíveis pela inflação, quando fazem parte da sua solução.
Num quadro em que as instituições bancárias supranacionais como o Banco Central Europeu enchem já a boca de previsões está claro que o seu intuito é o que historicamente sempre foi: enriquecer as elites económicas em períodos de crise fazendo com que os trabalhadores e o povo as paguem, fazer disparar os preços dos juros e ensaiar desculpas para o aumento do desemprego. Este último é de relevância. O desemprego não só aprofunda a pobreza e amplifica a miséria como também é um entrave ao desenvolver do trabalho dos sindicatos de classe, é uma arma contra a organização dos trabalhadores.
É também neste sentido que se eleva a relevância política da grande manifestação do passado dia 7 de Julho convocada pela CGTP-IN contra o aumento do custo de vida. Os trabalhadores reivindicam contra uma solução que enriqueça poucos à custa do trabalho de milhões.
Para isto e para uma política que rejeite caminhos de especulação que aumentam a exploração, podem contar com o PCP, ao lado dos trabalhadores portugueses todos os dias.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Vitor Santos
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