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“As perturbações mentais constituem um dos mais importantes desafios da saúde pública da atualidade. Na Europa, são a principal causa de incapacidade e a terceira causa em termos de carga da doença (medida em anos de vida ajustados à incapacidade – DALY, Disability-Adjusted Life Years), depois das doenças cardiovasculares e do cancro.” (IN “Sem mais tempo a perder – Saúde Mental em Portugal: um desafio para a próxima década”)
A pandemia por Covid-19 tornou ainda mais urgente a procura de respostas para a Saúde Mental e a necessidade de combater o estigma associado à doença que é, todos sabemos, uma espécie de parente pobre das políticas de saúde.
Temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para que aquilo que reconhecemos que é importante se torne urgente, não volte à invisibilidade e não seja esquecido entre crises políticas, eleições, possíveis coligações e outras opções, ainda que igualmente válidas.
Face à dimensão do problema, Pedro Sánchez, líder do Governo espanhol assina um artigo no El País (14/11/2021): “Salud mental: la urgencia de lo importante”. O chefe do governo considera que o confinamento, a incerteza e a crise tornaram evidente a necessidade de reforçar a resposta pública aos problemas de ansiedade e depressão. Sánchez entende ser fundamental dar mais atenção à saúde mental, identificando as necessidades mais urgentes, tanto da população em geral como dos grupos mais vulneráveis: “A saúde mental converteu-se num dos pilares fundamentais das reformas do Sistema Nacional de Saúde.” Parece haver, em Espanha, um compromisso político e social cada vez maior:
“Necessitamos de uma sociedade que não discrimine, que facilite e alivie a vida destas pessoas e de quem as rodeia. Só mediante a consciencialização social e o compromisso sanitário e político podemos enfrentar este grande desafio que temos pela frente.”
Em Portugal, a prevalência das perturbações psiquiátricas é muito elevada: estima-se que um em cada cinco portugueses (20%) tenha algum tipo de perturbação nos 12 meses anteriores a consultar o médico. No espaço europeu, só a Irlanda do Norte tem estatísticas piores. Seguem-se as perturbações depressivas, as perturbações de controlo de impulsos e por abuso de substâncias, todas elas com valores mais próximos dos encontrados nos outros países europeus. As mulheres, os grupos de menor idade, e as pessoas separadas e viúvas apresentam uma maior frequência de perturbações psiquiátricas.
Todos os dias, há, em média, três pessoas que põem termo à vida. Em regra, o número de suicídios tentados é 25 vezes superior ao daqueles que têm um desfecho letal. Os mais novos também são afetados, a depressão afeta 31% dos jovens e adolescentes em Portugal, sendo que, destes, quase 19% têm sintomas moderados ou graves e 10% correm risco elevado de ter comportamentos suicidários. Esta situação é muito grave. O suicídio e as tentativas não consumadas têm impacto também nas suas famílias e na comunidade, devendo ser encarado como uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada.
O Jornal de Notícias e a TSF estudaram o “estado da arte” (“Saúde Mental: Necessidades e Soluções”) da saúde mental em Portugal e concluíram que os números são relevantes, mas a capacidade de resposta para tratar quem sofre com a doença é muito escassa. Estes números há muito tempo que merecem outro tipo de atenção por parte da comunidade e do poder político. É tempo de passar do silêncio ao debate social e à ação.
Estão orçamentados, no Plano de Recuperação e Resiliência, 85 milhões de euros. O dinheiro é sempre curto para tudo o que deve ser feito, mas, se bem aplicado, poderá ser um bom suporte para melhorar a resposta à saúde mental em todos os níveis do SNS, aumentar a resposta nos cuidados continuados, ampliar o número de equipas comunitárias, criar e dinamizar estruturas para aplicar terapêuticas ocupacionais.
A desinformação e o estigma, associadas às dificuldades de acesso a cuidados especializados, poderão ser fatores que concorrem para o isolamento e solidão não desejada destas pessoas, agravando-lhes a vulnerabilidade e a incapacidade de agir.
Deve ser realizada uma campanha para visibilizar os problemas de saúde mental e reduzir o estigma que afeta as pessoas com estes transtornos, de modo a construir uma comunidade que não discrimine e que normalize as suas vidas e das suas famílias.
https://saudemental.min-saude.pt/wp-content/uploads/2020/09/SEM-MAIS-TEMPO-A-PERDER.pdf
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