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Na época 2022/23 o Viseu 2001 não evitou a descida à 3ª Divisão. Este ano foi apontado como um dos candidatos a subir, mas não conseguiu. Foi uma época fracassada?
Foi uma época que não queremos voltar a ter. Todos nós, internamente, sabemos que foi duro, difícil. Nunca nos queixámos de algumas situações que fomos tendo. Em momentos fundamentais e marcantes, em que estivemos quase a entrar no pelotão para lotar até ao fim, tivemos muitos azares.
O plantel era curto?
Sim. Nos anos que levo de futsal, nunca me aconteceu tanta coisa como este ano. Tivemos muitas lesões em momentos fundamentais. Vamos ser claros: para determinadas alturas, nós sabemos que há jogadores com um papel mais fundamental. E houve fases em que não os tivemos. Houve jogadores muito tempo tocados, com muita dificuldade a treinar, condicionados. E num plantel em que a qualidade abunda, mas a quantidade não, levou-nos a não conseguir vencer alguns jogos fundamentais. E isso ditou a classificação e o número de pontos que fizemos.
Quando voltou ao Viseu 2001, vindo do Pedreles, disse que estava ciente das dificuldades. Em que momento da época é que percebeu que a luta seria a da manutenção?
Lembro que, com tudo o que passámos, fomos ganhar a casa do primeiro classificado. Nessa altura acreditámos que íamos encostar lá em cima, nos primeiros lugares, mas a partir do momento em que perdemos em casa com o Saavedra, esse objetivo acaba. Nunca na minha cabeça, nem nos meus jogadores, esteve qualquer fantasma de descida de divisão. Há algo que lhes disse: quando estivemos todos, só perdemos uma vez.
Num cenário hipotético de ter todos os jogadores disponíveis, teria lutado até ao fim pela subida?
Se não tivéssemos lesões, contratempos e castigos difíceis de aceitar, teríamos lutado até ao fim.
Já passaram algumas semanas desde o final do campeonato. É já possível fazer uma avaliação à série em que o Viseu 2001 calhou? As equipas eram muito niveladas?
Eu já esperava muita qualidade e muito equilíbrio. Sabíamos dos investimentos que estavam a ser feitos e com quem estávamos a lutar. Eu tinha a certeza absoluta que esta era a série mais nivelada de todas.
Fora dos pavilhões, o Viseu 2001 vivia e ainda vive uma crise diretiva. Um presidente demissionário, Assembleias gerais para definir novo rumo. Isso afetou o desempenho dos jogadores?
Nada. De tudo o que é logística, estrutura, nada nos faltou até hoje para ganharmos os jogos ao fim de semana. Isso tem de ficar bem claro. A organização, a estrutura e as condições para trabalhar, são muito, muito boas.
Mas consegue blindar o balneário de tudo o que se ouviu e leu?
Sim. Eu gosto de ler, ouvir, mas gosto muito de trabalhar. Gosto do jogo e do treino.
Um clube pujante a nível diretivo não seria uma almofada maior?
O clube continua pujante.
Mas com indefinição…
Sim, mas é algo que me ultrapassa. A nós não nos afeta. Temos tudo o que o clube nos promete. Diretivamente, se é uma direção, uma comissão, já não é nada connosco.
O Viseu 2001 renova, entre outros, com Ferraz, promove o regresso do Fábio Neves, contrata o Couceiro ao ABC. Que lacunas ainda tem o plantel?
Há ainda mais contratações que o clube está próximo de anunciar. Entre esta semana e a próxima, vão ser anunciadas. Precisávamos de mais gente. Para que, quando mexermos, tivermos lesões e castigos, não se sinta tanto a falta de alguém. Haver mais opções. Mais do que o nosso modelo de jogo, fomos contratar jogadores para aquilo que é a realidade da Terceira divisão. Na minha opinião, este campeonato tem características com as quais temos de saber jogar. Os jogos eram tão divididos, as equipas tinham sempre imensos amarelos. E em jogos tão equilibrados, é normal que isso nos dificulte a vida. Que fique claro que, por opção, utilizámos muitos atletas da nossa formação. E quisemos também ir buscar atletas que saibam o que é o Viseu 2001 e a forma como queremos trabalhar no clube. Queremos ganhar e queremos voltar à Segunda Divisão o mais rapidamente possível. Contratámos jogadores que conheçam o ADN do clube.
Ou seja, jogadores que não tivessem de passar por um período de adaptação?
Sobretudo que saibam quem é o Viseu. É preciso ter bagagem e muita capacidade para jogar para ganhar todos os sábados.
Quer que os jogadores sintam o peso da camisola…
Claramente. Estes jogadores e eu temos a responsabilidade de representar uma cidade. O desporto é a mais importante das menos importantes da vida, mas há algo que lhes digo muitas vezes: dos piores dias da minha vida foi quando desci de divisão em casa, na minha cidade. Estamos a representar toda esta gente. Repito isto aos meus jogadores até à exaustão. Representamos um conjunto de pessoas para quem a vida nunca foi fácil e nunca ganhou as coisas de mão beijada. Aqui as pessoas sabem o que custa a vida. Quando treinarmos, jogarmos e vestirmos a camisola, temos de ter isso muito bem presente na nossa cabeça.
Esta época que agora terminou foi de aprendizagem para si?
Muito. Aprendi que a Terceira Divisão está muito difícil. Eu achei que ia estar competitiva e que ia ser difícil, mas… Nunca achei que houvesse tanta gente com tanta capacidade de investimento. Eu já tinha estado na Segunda divisão e na distrital. E comecei a ver investimentos e plantéis extensos. E foi essa a maior aprendizagem. Plantéis extensos que conseguiam suprir algumas dificuldades. E nós não tínhamos.
Quer subir o mais rapidamente possível. Já o afirmou nesta entrevista. Gostava que concretizasse. O Viseu 2001 é, ou não, candidato à subida?
Claramente. Claramente. Agora falta mostrar que é candidato.
É mais candidato do que na época passada?
Muito mais.
O que é mudou?
Temos mais opções, mais competitividade. Toda a gente que trabalhou comigo sabe que, para mim, o treino é fundamental. Aliás, brinco com muitos colegas do futsal e até do futebol, que me dizem que adoram o domingo, o jogo. Eu gosto. Mas adoro o treino. Adoro estar em casa a tentar ver como é que posso enganar o treinador adversário e evitar que ele o faça comigo. Tivemos muitas dificuldades para ter competitividade no treino, com os castigos e as lesões. Mas devo uma palavra de gratidão para os atletas. Tive um jogador de 17 anos que estava na escola, a professora faltou e ele apareceu-me no pavilhão, a correr, com o saco da escola. Olhou para o relógio e disse que aquela hora tinha sido o máximo que conseguiu. Eu disse-lhe que não era o dia de treino dele. E ele respondeu que a professora tinha faltado e que tinha ido ao treino porque sabia que eu tinha falta de jogadores. Olhar para aquele rapaz deu-nos um balão… Teve um furo e podia ter brincado com os amigos, dar uma volta, até namorar. Podia ter feito muita coisa e a primeira preocupação dele foi correr desde o Liceu ao pavilhão para vir treinar. Estes rapazes ajudaram-nos a treinar, tiveram um papel importantíssimo. Foi dos grupos de trabalho que orientei – e perdoem-me todos – que teve mais capacidade de sofrimento.
Volto à questão diretiva porque gostava de clarificar isto consigo. O Viseu 2001 tem a casa arrumada para subir de divisão?
Tem. Muito bem arrumada. Deixo essa garantia. Temos a casa muito bem arrumada, está muito bem definido o papel de cada um. Não tenho dúvida nenhuma que, em termos de estrutura e do dia a dia do clube, estamos ao mais alto nível, do que existe. Claro que não podemos comparar com a Primeira Divisão. Vamos ser sérios. Mas, volto a dizer, nada nos falta para ganhar ao domingo. Há coisas que podíamos melhorar? Sim. Mas depois também há muita coisa que não conseguimos… Já não dependem de nós.
Tem a ver com quê?
Eu não gosto de polémicas, nem de histórias. Mas temos grande dificuldade com o piso do pavilhão. Todos sabemos isso. Há um registo de todas as lesões por entorse que existiram este ano. Mas nós treinamos e jogamos. Está tudo certo. Se me perguntasse o que é que eu mudaria se pudesse, eu diria o piso. Se tivesse essa possibilidade e capacidade.
Peixoto de volta, plantel a ganhar valor
O Viseu 2001 anunciou, já depois da entrevista de Rui Almeida ao Jornal do Centro, o regresso de Pedro Peixoto ao clube. O atleta volta a reforçar o plantel dos viseenses, dois anos depois de ter deixado Viseu. Vai ser o oitavo ano de Peixoto com a camisola do Viseu 2001 vestida. O clube liderado por Acácio Sequeira esclarece, em nota oficial, que “vai apostar na subida de divisão” e quer “voltar a encher pavilhões sentido a vibração dos viseenses”.
Além de Peixoto, também Fábio Neves volta ao clube na época que vai começar dentro de semanas. Diogo Couceiro chegou vindo do ABC de Nelas e Franklin Camargo, do Sendim. Gustavo Martins, renovou e também será opção para o clube que vai jogar a Terceira Divisão.