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Mariana Mouraz
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Pedro Baila Antunes
Esta viagem começa junto à igreja de São João Baptista, classificada como Monumento de Interesse Público e um dos pontos de interesse do concelho devido à sua riqueza artística. A empreitada medieval é testemunhada na cabeceira e na cachorrada. Os afrescos no altar-mor são obra do século XVI, mas é a obra barroca, a exuberância da talha dourada, a torre sineira e o coro que mais se evidenciam no templo atual.
As poldras da igreja e os carreiros antigos ficaram até aos dias de hoje e sobressaem entre as casas apalaçadas com registos de ligação à família real (casa de Bragança), como marca de tempos gloriosos e de poder.
Seguem-se antigos caminhos que conduzem a quintas tomadas pela floresta de folhosas, onde predomina a sombra dos carvalhos e castanheiros, juntando-se a frescura dos ribeiros e nascentes, lugares para repouso e observação da biodiversidade. Tempos de outrora, guardados com nostalgia na memória dos habitantes mais velhos. Longe vai o tempo em que era destas quintas que saía o sustento das numerosas famílias rurais e que dependiam totalmente da agricultura. Hoje são recantos de uma beleza única, que renascem em cada curva, interrompida, por vezes, pela ação do homem.
Descendo ao Cunhedo que foi em tempos lugar de passagem obrigatória para as deslocações até à outra margem do rio Vouga, utilizando-se como ponto de passagem carreiros ou caminhos que conduziam à antiga ponte do Cunhedo associada a lendas e aos frades do Mosteiro de São Cristóvão de Lafões.
Segue-se o troço na margem do rio, pelo Percurso Interpretativo do Cunhedo com toda a informação relativa à fauna e flora desta área geográfica, ilustrada com imagens nos painéis informativos. Não muito longe, surge o Porto de Areias, um importante ponto de passagem para chegar à povoação de Covelas e onde sobrevivem mais umas poldras.
A última etapa do percurso desenvolve-se pelas margens da ribeira de Varzielas, passando pelo poço da Sertã, onde a paisagem é dominada pelo verde e pelos blocos de granito.
Percorrendo levadas e carreiros antigos, vincados pelo homem que por ali passava diariamente, suportando o peso da ida e vinda aos moinhos, agora em ruínas e onde o canto dos pássaros é hoje a única companhia. As poldras do “Coixo”, denominação popular para a ribeira de Varzielas, rematam a passagem na linha de água, deixando para trás os densos bosques, onde sobressaem os carvalhos e a frescura dos rios. Daqui atravessamos novamente a aldeia até ao ponto inicial.
A realização deste percurso pode ser efetuada por famílias com crianças, mas cuidado com os pontos mais perigosos e escorregadios. Este percurso pode ser realizado durante todo o ano, mas tenha especial atenção aos meses mais quentes do verão e ao piso escorregadio durante os meses mais chuvosos.
Outras Sugestões
1 – Rota dos Rios e Levadas
As muitas levadas, caminhos e o vale ladeado de muros transformaram declives em lameiros e as escadas antigas utilizadas, em tempos, como serventia para cultivar os terrenos férteis junto ao rio são agora colocados à disposição para uma viagem pelo passado
2 – Rota do Gaia
O percurso começa na antiga estação dos caminhos de ferro (atual sede da Associação: Nova Geração – Grupo Cultural e Recreativo das Maias), em Arcozelo das Maias e após um pequeno “desvio” pelo meio da aldeia, percorra parte da antiga linha do Vouga
3 – Rota dos Cabeços
A subida até ao ponto mais elevado do concelho, o Alto das Pinoucas (1062 m), permite observar a sul, o vale de Besteiros e a vila do Caramulo; a norte, o vale do Vouga, a Serra do Ladário e na linha do horizonte, as serras de S. Macário, Gralheira e Freita.
4 – Rota dos Caminhos com Alma
Protegida pelos carvalhos e castanheiros envoltos pelas “barbas de velho” (Líquenes plumunária) que pendem dos ramos, surge a famosa pedra “poisadoira”, envolta em histórias e simbolismo devido à sua ancestral função, de poisar os caixões durante os funerais para descansar e rezar.
Fonte: Município de Oliveira de Frades