Foto Arquivo Jornal do Centro
A empreitada no IP3 arrancou em maio de 2019 e, de acordo com os prazos iniciais, deveria estar pronta em abril de 2020
As obras de requalificação do IP3 entre Penacova e a Lagoa Azul, no concelho de Mortágua, já deveriam estar prontas em abril de 2020, pelo que estão atrasadas cerca de dez meses. O projeto com um orçamento previsto de 12 milhões de euros, afinal, vai ultrapassar os 13 milhões.
O presidente da Câmara de Viseu, António Almeida Henriques, lamentou na passada quinta-feira (4 de fevereiro) o “atraso flagrante” na empreitada de requalificação do troço do IP3, entre os nós de Penacova e a ponte da Foz do Dão, admitindo que “já me custa falar da desgraça que é o IP3”.
Sem previsão de conclusão das obras, o autarca afirma que esta requalificação “é um remendo” e que não pode ser a solução definitiva para a ligação entre Viseu e Coimbra.
“Eu continuo a achar que virá alguém com visão, deste Governo ou de outro, que recupere a perspetiva da Via dos Duques. Essa sim era estruturante”, defendeu, explicando que “permitiria concluir o IC12, fazer o IC37 entre Viseu e Nelas e depois a ligação a Seia” e a ligação a Sul de Coimbra.
Já se sabe: os atrasos nas obras do IP3 já não são novidade. E o Ministério da Infraestruturas e da Habitação reconhece o atraso de quase um ano e lança várias justificações, entre as quais o "incumprimento de prazos de diferentes atividades que levou a Infraestruturas de Portugal a requerer, ainda em 2019, a apresentação de um Plano de Recuperação de Atrasos".
Para dilatar ainda mais os prazos das obras de requalificação, "as más condições climatéricas sentidas em dezembro/2019, incluindo a ocorrência de duas “depressões” impossibilitaram o cumprimento do Plano de Recuperação.
Já "o escorregamento ocorrido num talude de escavação na zona da obra na madrugada do dia 21 de dezembro de 2020, implicou o corte do IP3 entre os Nós da Espinheira e de Penacova, que obrigou à mobilização de equipamento e pessoal (que deveria estar a ser utilizado na obra) para os trabalhos de remoção de terras e reparação da via necessários à reposição da circulação", esclarece o Ministério.
Além disso, as obras ‘pararam’ por causa de um atraso na entrega das obras de construção dos Nó de Oliveira do Mondego e do Cunhedo, que "apenas pôde ocorrer" em junho de 2020, "após obtenção de licenciamento de natureza ambiental".
Em relação à duplicação e requalificação dos restantes troços do IP3, entre Souselas (IC2) e Viseu (A25), o Ministério explica que "o Projeto Base e o Estudo de Impacto Ambiental já foram concluídos e submetidos a Avaliação de Impacto Ambiental em dezembro de 2020", de forma a manter 2024 como o ano da conclusão das obras em todo o itinerário principal n.º 3.
Neste momento, a empreitada está avaliada em 134 milhões de euros e será suportada apenas por fundos estatais.

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