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O PCP diz-se solidário com os pequenos e médios viticultores da região demarcada do Douro e defende a tomada de medidas pelo Governo para ajudar os produtores. Os viticultores já prometeram Viticultores do Douro dizem ter “batido no fundo” e prometem sair à rua em força depois de ter sido anunciado Douro corta na produção de vinho do Porto para 90 mil pipas.
Em comunicado, as direções das organizações regionais de Viseu, Guarda, Vila Real e Bragança lamentam a “perda de rendimento” dos produtores do Douro e dizem que o corte no benefício, que conta com a oposição do setor da produção, é “um forte ataque” aos pequenos e médios viticultores e “sem ter qualquer efeito na quantidade de vinho disponível e, particularmente, no preço”.
O benefício é a quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto e é uma importante fonte de receita dos produtores do Douro.
O PCP acrescenta que, perante a “situação de calamidade social que se antevê se nada for feito”, o Governo deve tomar medidas imediatas para ajudar os viticultores como apoios de emergência e a fixação de um preço de referência para a pipa de vinho generoso, que “tenha em conta os custos de produção que não param de crescer”.
O partido também entende que a tutela devia autorizar “um benefício de, pelo menos, o valor do ano passado, assegurando a aquisição pelo IVDP (Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) da quantidade necessária” e limitar as importações de vinhos a granel, e intervir no quadro da União Europeia para “parar de imediato o processo de liberalização do plantio da vinha”.
Os comunistas pedem ainda a convocação de eleições para o Conselho Regional da Casa do Douro, concretizando a sua reconstituição aprovada pela Assembleia da República e restituindo-lhe os poderes históricos, e medidas para a destilação de emergência com preços que “tenham em conta os seus elevados custos de produção”.
O PCP justifica a situação no Douro com a liberalização dos mercados e dos direitos de plantio, a política de sanções comerciais a países com “significativa importância” para os exportadores de vinho e as “difíceis e únicas condições de produção, que justificam a existência de regras próprias de produção e comércio”.
Além disso, também aponta para a importação “ilegal” e “sem qualquer controlo e fiscalização” de mostos e vinhos a granel de fora da região e do país, a transformação da Casa do Douro numa associação privada – situação que foi, entretanto, revertida – e o facto de os preços pagos à produção não terem crescido, “estando hoje, em algumas situações abaixo do preço de custo”.
“A construção da Região Vinhateira do Douro que hoje é Património Mundial da Humanidade é obra de muitos milhares de pequenos viticultores que não apenas plantaram e cuidaram dos vinhedos, mas construíram e reconstruiram os socalcos, saibraram os montes e das fragas de xisto fizeram não apenas uma paisagem deslumbrante, como daí retiraram e continuam a retirar um dos melhores vinhos do mundo”, frisa o PCP, que apela ainda à luta dos viticultores pelos seus direitos.
Esta quinta-feira (25 de julho), o conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto decidiu que, este ano, vão ser transformadas 90 mil pipas de mosto em vinho do Porto, menos 14 mil do que em 2023 (ano em que foram transformadas 104 mil pipas).
A situação tem preocupado viticultores que já anunciaram Viticultores alertam para “catástrofe social” no Douro e avançam com manifestação e que se queixam de cortes no rendimento e no benefício de vinho do Porto, além da impossibilidade de escoar as uvas. Também no final da semana passada, o presidente da Câmara de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, alertou para a “indiferença” dos governos com a região do Douro.
O autarca que lidera um dos concelhos mais destacados na produção de vinho do Douro também acusou o IVDP de ser inoperacional e mostrou receio de que a esperança dos produtores se transforme em revolta e para “cenários de descontrole que ninguém pretende”.