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Pelo inevitável e racional desmantelamento do Funicular de Viseu!

 Pelo inevitável e racional desmantelamento do Funicular de Viseu!
28.12.24
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 Pelo inevitável e racional desmantelamento do Funicular de Viseu!

por
Pedro Baila Antunes

O Funicular de Viseu, inaugurado em 2009, ainda no âmbito do Programa Polis, foi concebido para ligar a zona baixa da Cidade, no Campo de Viriato, ao Centro, pelo Adro da Sé. Pretendia-se promover a atividade turística e servir o dia-a-dia da população de Viseu, contribuindo para a revitalização do seu centro histórico.

O Funicular de Viseu é um sistema de transporte não poluente de tração elétrica, através de duas carruagens autónomas de percurso cruzado, cada uma com 50 passageiros de capacidade.

Numa distância curta de pouco mais de 400 m – 3 minutos de viagem – o traçado vence um declive acentuado, atravessando a Rua Ponte de Pau e a Calçada de Viriato e cruzando as ruas Serpa Pinto e Silva Gaio.

A partilha destas vias com automóveis e peões foi sempre conflituante. Ao longo dos anos de funcionamento, têm-se verificado diversos acidentes. O que, ao nível dos transeuntes, se enfatiza no decorrer da Feira de São Mateus. Daí ter sido suspenso o serviço no decorrer da edição deste ano. 

A tração dos veículos nos carris, através de cabos enterrados, exigiu a implantação de uma “fenda guia de acoplamento” no pavimento de calçada, nada amigável para os peões. Como também são para peões e automóveis as barras metálicas de proteção nos pontos mais críticos do traçado. 

Para além dos resíduos que se vão acumulando na fenda do traçado, esta solução técnica, sensível e pouco comum, tem sido uma das razões para as múltiplas e avultadas intervenções de manutenção e reparação do Funicular. As interrupções do serviço e as paragens prolongadas têm-se sucedido. 

O percurso do funicular é curto e não oferece nenhuma vantagem significativa em termos de economia de tempo ou de experiência para os utilizadores, nunca se constituiu como uma solução de mobilidade urbana sustentável de Viseu, uma Cidade relativamente compacta, de distâncias curtas.

O recinto da Feira de São Mateus nunca serviu plenamente de parque de estacionamento periférico de acesso ao centro da Cidade. Nos últimos anos, com a requalificação da Feira, viu até reduzida significativamente a sua lotação de lugares de estacionamento. Por outro lado, a tão almejada revitalização do centro histórico – como o movimento de dia-a-dia decorrente – nunca aconteceu…

Turisticamente, o Funicular não alcançou a escala anunciada, não é diferenciador, atrativo ou, sequer, útil para os visitantes da cidade de Viseu.

Paisagisticamente, o Funicular, contrariamente a elevadores e funiculares históricos de outras cidades, continua a ser um elemento intrusivo no meio urbano, que não se integra harmoniosamente na paisagem histórica e arquitetónica de Viseu. Com os carris e a sua característica banda amarelo-florescente de sinalização e segurança, o Funicular “esventra” uma colina da cidade de Viseu, através de uma emblemática calçada de acesso à Sé. 

O Funicular de Viseu nunca foi financeiramente autossustentável. Ao investimento e aos custos significativos de exploração – para ainda conseguir captar alguns passageiros, tem sido gratuito – somam-se os custos de reparação recorrentes e as manutenções anuais. Com um investimento inicial que ultrapassou os 5 milhões, o Funicular já terá ultrapassado amplamente os 10 milhões de euros de custo. 

Nos últimos anos, com mais ou menos pudor em face de todo o investimento na infraestrutura, diversos agentes políticos sublinharam o fracasso do Funicular. Alguns, anteciparam até a sua desativação definitiva.

Em 2018, Almeida Henriques num modo característico do seu “mandato no Rossio”, anunciou, com grande destaque e mediatismo, a implantação para 2019 do Viriato. Um inovador veículo elétrico autónomo – sem condutor – que substituiria o Funicular, com uma redução de custos próximo dos cem mil euros anuais. 

“Viseu seria a primeira cidade portuguesa a dispor de um transporte coletivo de passageiros autónomo”, o que se incluía numa estratégia de converter Viseu numa Smart City. Entretanto, como outras “políticas vistosas” muito propaladas, acabou por nunca se concretizar. 

Em 2022, Fernando Ruas, após reassumir a presidência da câmara, afirmou publicamente não ter encontrado qualquer dossiê sobre este assunto, reiterando a sua aposta no Funicular.

Embora o Funicular de Viseu tenha sido certamente concebido com boas intenções, nunca foi assimilado pela Cidade e pelos visienses, muito menos é uma mais-valia turística relevante. 

O Funicular arrasta-se! Passados 15 anos e inúmeras nuances, diversas tentativas de o reanimar nunca surtiram efeito. Não se vislumbra, tão pouco, qualquer estratégia que possa inverter a situação. 

Está à vista de todos, é inevitável e racional desmantelar definitivamente o Funicular de Viseu!

 Pelo inevitável e racional desmantelamento do Funicular de Viseu!

Jornal do Centro

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 Pelo inevitável e racional desmantelamento do Funicular de Viseu!

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