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As pessoas sem abrigo poderão vir a constituir uma realidade em Viseu, tal como acontece nos maiores centros urbanos. A ideia foi admitida no debate “Viseu, cidade ainda mais inclusiva”, que decorreu recentemente no Solar dos Peixotos.
Na sessão, também foi defendida a criação de um observatório que olhe para a realidade local e que “quantificasse e caracterizasse os problemas de pobreza e exclusão existentes e que podem ser mitigados ou resolvidos com a ação dos agentes locais, sem esperarem por intervenções mais pesadas de âmbito nacional”, explica a associação Proviseu, que organizou a iniciativa.
“É importante que os diagnósticos sociais e os planos de desenvolvimento social ouçam quem se encontra em situação de pobreza”, acrescenta.
O debate juntou cerca de 30 pessoas e teve como oradores o presidente da Freguesia de Viseu, Diamantino Santos, o técnico de Viseu da Rede Europeia Anti-Pobreza, Tiago Caio, a presidente das Obras Sociais de Viseu, José Carreira, e a técnica do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes do Instituto Politécnico de Viseu, Andreia Costa.
Os participantes sublinharam no encontro que a pobreza é o principal fator de exclusão social e que, por isso, combatê-la obriga a “conhecer melhor o fenómeno à escala nacional, mas também a nível municipal e intermunicipal”.
Entre os problemas identificados estão a habitação e o emprego dos migrantes e ainda a falta de uma caraterização municipal e intermunicipal das populações em risco de pobreza e de exclusão.
“No decurso da reunião foram assinaladas importantes e diversas iniciativas em curso na cidade devendo-se destacar a capacidade que a rede social local tem dado mostras de ir resolvendo as carências mais urgente de toda a população, em particular daquelas que se encontram em situação de maior risco e fragilidade como as crianças e os mais idosos, os migrantes, etc.”, acrescentou a Proviseu.
No debate também foi abordada a importância de uma maior coordenação das ofertas de serviços existentes, tornando a cidade de Viseu “mais inclusiva e com maior capacidade de resposta”, e a necessidade de articular, trabalhar em rede e cooperar.
Também foi destacada a importância do Conselho Local de Ação Social, embora, reconheçam os participantes, o órgão seja pouco operativo.