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Pitágoras e as sondagens

 Pitágoras e as sondagens
24.01.25
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 Pitágoras e as sondagens

por
Jorge Marques

Sempre que me lembro de Pitágoras vem-me á memória aquilo que na minha adolescência chamávamos a Fórmula dos Cábulas. A cantiga começava assim: A caminho de Siracusa disse Pitágoras aos seus netos, o quadrado da hipotenusa é igual á soma do quadrado dos catetos. Naquele tempo de Pitágoras, faz mais de 2500 anos, tudo cabia na filosofia, desde a matemática á música. A finalidade era ensinar e obrigar a pensar! Por isso Pitágoras deixou grandes contributos na música e foi pai das harmonias musicais, inventou a relação física com as notas e o efeito das várias combinações. Apesar de querer reduzir tudo a números e contrariamente aos dias de hoje, ele tinha uma ética e uma pedagogia onde procurava criar sons que induzissem estados pacíficos, positivos, animados, mas também introspetivos. Claro que ele, tal como Platão e Aristóteles também viam política na música e em quase tudo, até na televisão se ela já existisse!

Tudo isto vem a propósito das nossas sondagens e em particular desta última que nos falava das competências desejadas para o próximo Presidente da República, cuja eleição ocorrerá daqui a um ano. Tal como em Pitágoras e apesar de ter passado todo este tempo, tudo começa pelos números, com a diferença que estes nascem fora da filosofia. São assim uma espécie de Fórmula dos Cábulas da democracia e evitam que se perca tempo a pensar. Claro que há o risco de um dia poderem substituir as próprias eleições e com o argumento de que é para nos facilitar a vida. Mas como ler e pensar esta sondagem?

Pode ajudar a pensar, porque mesmo numérica, tem a pretensão de induzir sentimentos que orientem uma emoção, aquele movimento que vem de dentro e nos leva a colocar uma cruz nos boletins de voto. É um recrear de Pitágoras ou como dizia o meu amigo Carvalho Rodrigues (cientista), não há nada mais moderno que o antigo. Um recrear que só se confirma, se quisermos o eleitor a saber pensar. Não me posso esquecer aqui de Emídio Rangel, um antigo diretor de televisão. Ele dizia que a televisão era capaz de vender tudo, desde sabonetes a presidentes da república. Era a grande metamorfose do papel do cidadão-eleitor, ele perdia a sua condição de acionista e passava a ser cliente! Como todos sabemos esta profecia resultou, a televisão ganhou esse papel e logo se começaram a alinhar candidatos. Estou em crer que num futuro próximo, até para se poder ser candidato haverá o requisito prévio de fazer ou ter feito comentário televisivo.

Repare-se nos resultados desta última sondagem sobre as qualidades mais desejadas para os candidatos a Presidente da República? Em primeiro lugar, com a maior percentagem aparece a Liderança Forte! Mas o que é a Liderança Forte? Porque liderança é uma competência que só existe quando é exercida! Ela não é forte nem fraca, ela simplesmente existe ou não existe, pratica-se ou não! Depois aparecem em 2º a Integridade e Ética; 3º Capacidade de Decisão; 4º Comunicação; 5º Capacidade de unir pessoas e grupos. Quer dizer que o nosso sonho é ter um Presidente que pratique tudo isto! Mas tudo isto é apenas uma parte do retrato da Liderança, porque essa é muito mais e porque serão as circunstâncias que determinarão os comportamentos e atitudes mais adequadas a cada situação. Há momentos para dialogar e outros para decidir; para conflituar ou para unir; para a palavra ou para o silêncio. O resultado final será sempre servir o país e não um partido ou qualquer outro grupo em particular.

O que me pareceu mais estranho, foi que para o cargo político mais elevado do país, a chamada Experiência Política tenha sido tão desvalorizada? Será que é preciso inovar na forma do PR fazer política? Será porque se confunde experiência com antiguidade? Será porque numa eleição em que é um cidadão que se candidata e depois outros cidadãos que o elegem, os partidos políticos não devem fomentar um candidato do seu partido? Será que se confia na independência dos candidatos quando eleitos? Então, porque não se procura na Sociedade Civil um líder que tenha objetivamente prestado serviços relevantes ao país, seja no domínio político, ciência, economia, arte e outras? Porque como se viu na sondagem, a experiência política parece valer pouco para esta eleição! Aqui tenho que me confessar, afinal as sondagens fazem-nos refletir! A mim não foi a Liderança Forte que me impressionou, mas a pouca valorização da Experiência Política! Afinal o pensar é uma obrigação nossa e que nos obriga a abandonar a ideia do Bom/Mau, Direita/Esquerda, Sim/Não. O símbolo da construção é o triângulo e no triângulo retângulo, como diz Pitágoras, a hipotenusa é o maior dos lados. Faz pensar e procurar as respostas no talvez!

Temos que buscar nas sondagens, tal como Pitágoras, muito mais que os números! Talvez o país precise de um criativo que invente combinações, que nos induza para estados positivos, mobilizadores e nos obrigue á ação. Alguém com um olhar sem preconceitos partidários, ideológicos ou outros. Precisamos, não de um Líder Forte ou Fraco, mas de um Líder Autêntico

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