Quantas vezes já ouviu a frase “esta casa era perfeita para mim, mas já foi vendida”? A procura pelo imóvel ideal pode ser cansativa, e a frustração de não o encontrar é mais comum do que se imagina. Mas será que o problema está na falta de oferta, ou na forma como procuramos? Não tenho dúvidas de que o imóvel perfeito nem sempre está disponível, e há razões que o justificam…
- Por vezes, os melhores negócios são vendidos antes de chegar ao mercado.
A ideia de que todas as boas oportunidades estão à distância de um clique é tentadora, mas enganadora. No mercado imobiliário, o que se vê nos sites, apps e redes sociais é apenas a ponta do iceberg. Muitos imóveis nunca chegam a ser publicitados porque são negociados diretamente entre agentes imobiliários e os seus clientes fidelizados.
Imagine o seguinte: um agente acompanhou um cliente, durante meses, na busca pela sua casa de sonho. Quando surge o imóvel certo, com as características que aquele cliente procura, quem acha que será o primeiro a saber? Quem tem essa relação estabelecida, ou quem faz uma pesquisa ocasional na internet? E aqui fica uma lição importante: estabelecer uma relação com um agente imobiliário é, muitas vezes, a única forma de não perder oportunidades únicas.
- Saber o que queremos é meio caminho andado.
Também há quem não encontre o imóvel perfeito porque ainda não sabe exatamente o que procura. É mais comum do que se pensa: começam a busca com uma ideia vaga – “uma casa com espaço” ou “um apartamento bem localizado” – mas sem identificar as suas reais necessidades.
Sugiro um exercício simples, mas poderoso: pegue num papel e numa caneta e escreva uma lista das características indispensáveis no seu futuro imóvel. Não basta tê-las na sua cabeça, é mesmo preciso escrever! Precisa de um terraço onde possa estender a roupa? De uma garagem espaçosa para dois carros? Um quarto extra para o escritório que sempre sonhou? Escrever estas prioridades ajuda a clarificar aquilo de que realmente não quer abdicar.
- O perigo de esperar por um “negócio melhor”.
Há um perfil de comprador que vive preso na expetativa de que algo melhor está sempre prestes a aparecer. Este pensamento cria um ciclo interminável de hesitação e, quando finalmente decide avançar, o imóvel que queria já foi vendido.
Costumo dizer que a perfeição em imobiliário é relativa. Para mim, o imóvel perfeito é aquele que se ajusta às suas prioridades. Tal como o momento certo para comprar e vender… O momento certo é aquele que faz sentido para a sua vida!
O medo de tomar decisões pode ser um dos maiores inimigos do comprador. Recordo-me de um cliente que, na altura, vivia num apartamento arrendado e sonhava com a compra de casa própria para sair da incerteza do arrendamento. Visitou um apartamento T3 em Abraveses, à venda por 180 mil euros, que adorou, mas não avançou com uma proposta. Estava convencido de que conseguiria encontrar algo mais barato e melhor. Continuou a visitar outros imóveis, mas hesitava sempre, preso à ideia de que “o próximo será ainda melhor”. Meses mais tarde, cruzámo-nos num casamento no Porto, e ele, com um sorriso meio amargo, desabafou: “Ainda não comprei nada. Se soubesse o que sei hoje, tinha comprado o primeiro apartamento que vi consigo.” Hoje, o imóvel que ele considerava “caro” valorizou cerca de 20 mil euros. E os preços continuam a subir.
A importância de estar um passo à frente
Viseu tem assistido a um crescente interesse imobiliário. A procura está alta e os melhores negócios, inevitavelmente, têm ciclos de venda curtos. Neste cenário, não basta procurar: é preciso antecipar. Estar atento ao mercado, contar com a ajuda certa e, acima de tudo, estar preparado para agir.
Se acredita que o imóvel perfeito está algures escondido, acredite: pode estar mais próximo do que imagina, mas não estará lá para sempre. Esteja pronto para agarrar o momento quando ele surgir. E, finalmente, o imóvel perfeito pode ser seu.
