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“Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Chama-se visibilidade”

Este domingo, Nelas pode vibrar com um campeão nacional de kartcross. Alexandre Borges está a poucos pontos de garantir o título. Antes de partir para Lousada confessou-se ao Jornal do Centro. A competitividade, a projeção da prova decisiva e o que trabalhou para chegar aqui. Assume que tinha ambições mais altas, mas lamenta a falta de oportunidades em Portugal

Carlos Eduardo Esteves
 “Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Chama-se visibilidade”
19.10.24
fotografia: Jornal do Centro
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 “Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Chama-se visibilidade”
19.10.24
Fotografia: Jornal do Centro
 “Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Chama-se visibilidade”

A poucas horas do início da última etapa do Campeonato de Portugal de Kartcross, como estão essas emoções?
Estão dentro do normal. Basicamente encaro esta etapa como uma prova igual às outras. Tenho o objetivo de conquistar pontos e manter a vantagem que temos até então. Temos de ir com pensamento de gerir esforço, porque qualquer erro pode deitar tudo a perder. Neste momento temos 34 pontos de vantagem perante o segundo. Numa corrida há 55 pontos possíveis de serem conquistados. Se ganhar 21 pontos, sou campeão. Tenho vantagem em caso de empate por ter mais provas ganhas.

O que espera da prova que pode ser histórica? Onde é que estarão as maiores dificuldades?
Não coloco pressão diferente nesta corrida em relação à que ponho para as outras. Basicamente estou a ignorar a posição em que me encontro no campeonato. Claro que, depois, arriscar mais ou menos, depende das contas. Comecei a preparar a meio da semana os tempos das últimas corridas em Lousada, ver os dados com pista molhada e pista seca para estar preparado para as diferentes condições que podemos apanhar. Além disso já nos conhecemos bem e sei quem poderá estar no lote dos principais rivais.

Este ano aumentou a competitividade do Campeonato de Portugal de Kartcross?
Sinto que sim. E isso nota-se nos tempos. Por vezes temos oito ou dez pilotos a andar no mesmo segundo. Na última corrida havia pilotos separados por décimas de segundo. E isso demonstra o equilíbrio. Tem é havido menor afluência nestas últimas corridas, mas isso é normal nos finais de campeonato. Há pilotos que já estão atrás na tabela e acabam por desistir e começar a preparar a próxima época. Se no início tínhamos cerca de trinta pilotos, nesta última tínhamos quinze. Os que ficaram são os mais competitivos.

Durante uma prova que desafios maiores é que enfrenta?
O maior é assegurar logo nos treinos cronometrados o melhor tempo. Num fim de semana fazemos três mangas, que são cinco voltas ao percurso da prova. A final são seis voltas. E no caso da pontuação das mangas, corresponde praticamente a metade dos pontos possíveis de conquistar na prova do fim de semana. A primeira manga é muito importante porque determina a ordem de partida para segunda. No nosso caso, agora, para sermos campeões basta chegarmos à final A.

Mas isso, para si, não chega. Quer sempre o melhor tempo…
Claro que sim. (risos). Vamos para ganhar. Sabemos que temos de ter os pés assentes na terra e não nos pormos com loucuras. O objetivo é ganhar logo os treinos e, depois, manga a manga, conseguir ser rápidos e chegar sempre na frente e lutar sempre pela vitória.

Ser campeão nacional é o objetivo…
Sim, nunca fui. Já ganhei duas Taças de Portugal de Kartcross, em 2019 e 2021 e já fui vice-campeão duas vezes.

Esta prova acaba por ser o somatório do que tem feito…
Sim, claro. E mesmo os vice-campeonatos que tive foram decididos até à última volta. Foram bastante disputados. Acho que este ano vamos conseguir concretizar o que nos tem fugido, se tudo correr bem.

Volta e meia, nas respostas, fala muito num “nós”. É uma conquista coletiva?
O título é só do piloto, mas gosto de falar no plural porque o resultado das provas é fruto do trabalho de muita gente. Sejam mecânicos, com a preparação do carro, a logística, angariação de patrocinadores. É uma equipa onde todos contribuem.

Já não é novo nestas andanças, mas como é que faz a gestão de stress? Este fim de semana pode fazer história…
Graças a Deus, desde que entrei em competição, sempre consegui fazer uma boa gestão de emoções. Sempre lidei bem com isso. Acho que tento pensar só nas coisas positivas e ignorar o que corre mal. No meu caso, um dos meus maiores medos é o carro falhar, mas estou sempre confiante de que vai correr tudo bem. E sobretudo é não agir de cabeça quente, saber gerir os momentos. Por exemplo, na última corrida ficámos em segundo. Tive ali duas ou três situações em que poderia ter arriscado uma ultrapassagem ou ganhar a corrida. Soube pôr as coisas na balança: mais valia ficar em segundo lugar e ganhar pontos ao meu adversário direto, do que arriscar e poder comprometer um bom resultado.

Onde é que aconteceu o maior susto ao volante?
Foi no ano passado, na primeira corrida, em Montalegre. Aliás, se calhar não fomos campeões, por causa desse acidente. Ficamos logo fora da luta na primeira corrida. Nesse dia, eu ia em primeiro e estava a chover. Fui demasiado ambicioso numa curva e cortei demais. Toquei num rail e fui projetado contra o rail exterior da curva. Foi um impacto complicado. Fisicamente fiquei dorido, mas não parti osso nenhum. A questão foi psicológica. A minha confiança… Não parecia, mas quando analisei os dados das corridas, não punha tanto o pé no acelerador como antes… Estamos sempre sujeitos, mas pude contar sempre com um incentivo enorme por parte da minha família.

E a corrida mais memorável até agora?
Para mim, a melhor corrida, aquela que melhor memória me traz, foi a primeira Taça de Portugal que consegui ganhar, em 2019. A Taça é sempre a última corrida, é sempre depois do campeonato. A marca que representamos emprestou-nos um carro para a Taça. Na semana anterior à prova foi uma correria. Tentar pôr o carro ao nosso gosto, dar o maior nível de conforto. Fomos para a corrida para aprender a conduzir um carro novo e ver as diferenças. Não íamos com o objetivo de ganhar a Taça. A verdade é que chegámos e dominámos o fim de semana todo e vencemos a Taça. O meu primeiro pódio foi logo uma vitória na Taça.

Entrar em Lousada como líder do Campeonato de Portugal de Kartcross cria mais pressão?
Não, primeiro porque já não é a primeira vez. Um dos primeiros vice-campeonatos estive na frente mais de metade da prova. Sinto-me mais confortável quando lidero, do que quando não estou a liderar, como é óbvio, mas não me causa nenhuma pressão.

Tem alguma superstição?
Não, normalmente apenas ponho a luva direita antes da esquerda… Entro sempre pela janela do lado esquerdo do carro.

E diz que não tem superstições…
(risos). Não, mas não. Se me disserem para vestir a luva esquerda em primeiro, visto. Mas se tiver de escolher… visto sempre primeiro a direita.

É a tal história. Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há. É isso?
É isso mesmo…

Há rivalidade entre os pilotos?
Não, há camaradagem. Não vamos beber café, mas respeitamo-nos. Dou-me bem com todos. Não há atritos e temos um bom ambiente. Aliás, estamos bem-comportados dentro de pista. Os toques que existem são normais, nada a ver com o que se viu noutros anos e noutras modalidades. Estamos a dar uma boa imagem de desportivismo.

Quais são hoje as maiores questões do desporto automóvel em Portugal? É uma questão de apoios?
Não são apenas os patrocínios. Acho que Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Falando da minha modalidade, há uma competição que é conhecida pelos Jogos Olímpicos motorizados e que vai decorrer, salvo erro, no próximo mês. A Federação deveria convidar os dois ou três primeiros pilotos do Campeonato de Portugal de Kartcross, dando-lhes uma ajuda para poderem competir e termos um português a defender as nossas cores, o nosso país. E isso acontece noutros países. E isso daria uma visibilidade que hoje não temos. E falo do kartcross, mas o mesmo acontece nos ralis, que é, mais falada, mas, mesmo assim, não o suficiente. Merecia mais. E como não há visibilidade, fica mais difícil encontrar patrocínios. Para podermos criar pilotos portugueses que cheguem longe, a Federação tem de criar essas condições. Temos um campeonato de juniores de kartcross, por exemplo, em que estão pilotos até aos 17 anos. O campeão poderia ser incentivado a competir com os seniores, com comparticipação dos pneus ou até das inscrições, por exemplo. Sinto que os portugueses gostam de desporto motorizado, mas não podem ver porque não aparece, não é transmitido. Para as pessoas se lembrarem, têm de ver. Resta-nos continuar a trabalhar porque só podemos pensar no que podemos controlar.

Por falar em pensar, que sonhos tem?
O meu pai fazia ralis e desde miúdo o meu sonho era o rali, nunca foi o kartcross, que apareceu na minha vida depois de o meu avô ter comprado um karting. Experimentei e gostei, mas o meu sonho era o rali. Hoje em dia isso está completamente fora de questão. Os custos são impraticáveis para o nosso orçamento. Não aparecendo uma categoria mais económica, o final da carreira será pelo kartcross. Se um dia fosse possível gostava de fazer uma prova internacional de kartcross, o Europeu, aqui em Espanha, por exemplo.

 “Portugal tem um problema relativamente ao desporto automóvel. Chama-se visibilidade”

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