Dois Carnavais, folia a dobrar. Tradição secular em Canas de Senhorim e…
Há sabores que contam histórias! No Carnaval de Quintela de Azurara, em…
“Entre Portas” é o videocast mensal da autoria da Remax Dinâmica que…
por
Mariana Mouraz
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Pedro Baila Antunes
A Pousada de Viseu acolhe desde esta segunda-feira (10 de março) a exposição “Ser Consciência…30/1000 por 1VIDA – Caminhos da Memória”, que homenageia o ex-cônsul Aristides de Sousa Mendes, que salvou milhares de judeus do Holocausto na Segunda Guerra Mundial.
Segundo a Freguesia de Viseu, que promove a iniciativa, a mostra pretende exaltar o nome do antigo diplomata e “assinalar os valores da coragem, da justiça e da compaixão”. “É fazer ecoar na história, um ato de resistência moral, que permitiu a largos milhares de judeus, opositores ao nazismo e vítimas de perseguição, fugirem à barbárie e encontrarem um porto seguro”, realça.
O ato de Aristides teve “um elevado custo” para o próprio, que foi exonerado do cargo de cônsul de Bordéus pelo governo de Salazar, não foi oficialmente reconhecido e acabou por morrer na pobreza.
Apesar disso, acrescenta a organização, o seu contributo cívico “ficará para sempre registado no nosso imaginário coletivo, enquanto símbolo de resistência e inspiração para que as gerações vindouras não se atemorizarem perante as injustiças” e o seu heroísmo foi “imbuído de um valoroso espírito humanista sem precedentes”. A exposição estará patente na Pousada de Viseu até 30 de abril.
Inscrito no Panteão Nacional, Aristides de Sousa Mendes nasceu em Cabanas de Viriato (concelho de Carregal do Sal) a 19 de julho de 1885, e morreu em abril de 1954, em Lisboa. Em 1966, o Memorial do Holocausto, em Jerusalém, prestou-lhe homenagem, atribuindo-lhe o título de ‘Justo entre as Nações’.
Em Portugal, em abril de 1988, a Assembleia da República decretou, por unanimidade, a reintegração, a título póstumo, na carreira diplomática do ex-cônsul em Bordéus, reconhecendo-se também o direito a indemnização reparadora aos herdeiros diretos.
Aristides foi também condecorado, a título póstumo, em 1986, com o grau de Oficial da Ordem da Liberdade e, em 1995, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, ambas pelo Presidente Mário Soares, e mais recentemente em 2016, com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, por Marcelo Rebelo de Sousa. Atualmente, o nome de Aristides está patente no museu instalado na sua residência de Cabanas de Viriato, a Casa do Passal.