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Presidente socialista da Câmara de Resende sente-se abandonado pelo seu partido

O presidente da autarquia, que cumpre o terceiro e último mandato na Câmara de Resende, no norte do distrito de Viseu, eleito pelo Partido Socialista (PS), lembrou as promessas em 2021, de responsáveis socialistas, como o antigo secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa

 Presidente socialista da Câmara de Resende sente-se abandonado pelo seu partido
29.11.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Presidente socialista da Câmara de Resende sente-se abandonado pelo seu partido
29.11.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Presidente socialista da Câmara de Resende sente-se abandonado pelo seu partido

O presidente da Câmara de Resende disse hoje à agência Lusa que se sente abandonado pelo seu partido, o PS, devido ao incumprimento da promessa da variante que liga o seu concelho ao de Baião.

“Tenho de admitir, porque é verdade, sinto-me abandonado pelo PS. São públicas as promessas para a construção da ligação a Baião e, até hoje nada foi feito. Deixo a presidência do Município para o ano e vou embora sem que haja início de obra”, admitiu Garcez Trindade.

O presidente da autarquia, que cumpre o terceiro e último mandato na Câmara de Resende, no norte do distrito de Viseu, eleito pelo Partido Socialista (PS), lembrou as promessas em 2021, de responsáveis socialistas, como o antigo secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa.

“Também a própria Ana Abrunhosa, então ministra da Coesão, Pedro Nuno Santos, que era o ministro das Infraestruturas, mas toda a gente ouviu a promessa de António Costa, aqui num comício durante a campanha, a prometer a estrada”, lembrou.

O autarca lembrou à agência Lusa as palavras do então governante, que “disse que já estava incluído numa rubrica que a comissão europeia dedicou para acessibilidades em Portugal de pequena quilometragem”.

A estada em questão é “uma ambição e uma solução prometida há mais de 20 anos – trata-se de uma estrada que liga Baião a Resende, num investimento de 52 milhões de euros para uma extensão de sete quilómetros”, referiu.

São sete quilómetros de Baião até Lódão, na freguesia de Santa Cruz do Douro, ainda concelho de Baião, “depois são mais ao menos quatro quilómetros até à ponte Ermida, sobre o rio Douro”, em Resende, explicitou.

“Mas aí é só para requalificar, porque não tem condições técnicas de ter um novo traçado, porque é um declive muito grande”, acrescentou o autarca, notando que esse investimento “estava contemplado no Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”.

Garcez Trindade admitiu ainda que a concelhia do PS tem “uma grande fratura”, porque José Luís Carneiro, “vizinho de Resende, mora a poucos quilómetros, se tivesse sido eleito secretário-geral já estaria, com certeza, a obra feita”.

“Não ganhou e o PS largou a mão disto. Nunca mais ninguém disse nada. O Pedro Nuno [Santos] deixou as Infraestruturas, veio o [João] Galamba e também ficou pelo caminho e veio o novo Governo”, apontou.

O autarca já foi a Lisboa reunir com o novo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, mas “disse que não sabia de nada”. Entretanto, o governante “há menos de um mês esteve em Baião, mas não arranca nada”.

“Estive eu, esteve o presidente da Câmara de Baião, o de Marco de Canavezes e o de Cinfães. Estivemos todos, porque todos temos interesse nessa estrada e até almoçámos com ele [ministro], mas não disse nada, porque o dinheiro já foi para outro lado, foi para a envolvente de Évora”, afirmou ainda em declarações à agência Lusa.

Para Garcez Trindade, o concelho tem “um grave problema de acessibilidades”, apesar de ter a Estrada Nacional 222 (EN 222), junto ao rio Douro, que “é uma estrada panorâmica, e as pessoas gostam muito, mas depois ficam enjoadas e dizem que não voltam” a Resende.

Outra ligação “problemática”, elencou ainda, é a ligação à A24, em direção a Viseu, capital de distrito a que pertence Resende, que “é uma ambição muito antiga, mas o autarca não acredita que seja prioridade para os seus sucessores.

“Há uma única empresa de água lá no alto. No dia em que acabar a água vai embora. Aqueles camiões TIR que descem os quase 10 quilómetros até Resende travam cerca de 600 vezes, já me disseram, mas sei que a essa estrada não é prioridade”, assegurou.

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