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Problemas detetados no túnel de Trezói (Mortágua) e na zona do antigo túnel de Mourilhe (Mangualde) atrasaram as obras de modernização da linha da Beira Alta que já só deverá ficar pronta no início do próximo ano.
O projeto inicial, elaborado há dez anos, contemplava a construção de variantes para contornar a limitação dos túneis, permitindo uma circulação de comboios com mais passageiros e mais mercadorias.
Para Mortágua, a solução passava por fechar a estação e construir uma variante com 18 quilómetros e um custo superior a 130 milhões de euros. Este projeto acabou por ser abandonado e a requalificação da linha manteve-se. Mas, agora, foram detetados problemas estruturais no túnel que vão obrigar a novas obras.
Já o túnel de Mourilhe foi desmantelado, mas em vez de ser construída uma alternativa (13,3 quilómetros e 66 milhões de euros, como inicialmente previsto), acabou-se por aproveitar o mesmo local que, por causa da instabilidade dos lençóis freáticos, terá de ser de novo intervencionada.
A Linha da Beira Alta deveria voltar a receber comboios até ao final do primeiro semestre do ano, há ainda várias intervenções por concluir.
Linha da Beira Alta falha mais uma data de reabertura. Ao que foi possível apurar, a IP espera agora terminar os trabalhos durante o segundo trimestre. Para já, a IP não se compromete com datas e essa também terá sido a informação dada numa recente reunião com autarquias atravessadas pela ferrovia.
As obras de melhoramento da Linha da Beira Alta deveriam estar concluídas em novembro do ano passado, mas vários constrangimentos tinham adiado a reabertura para o final do primeiro semestre de 2024, um prazo que voltou a não ser cumprido. Entre os constrangimentos, que já haviam sido relatados pela IP, estão também a falta de mão de obra ou o roubo de catenária que atrasou uma boa parte dos trabalhos.
A remodelação da Linha da Beira Alta, que liga a Pampilhosa (Coimbra) a Vilar Formoso (Guarda), passando pelo distrito de Viseu (Nelas, Carregal do Sal, Mortágua e Santa Comba Dão), está integrada no Programa Ferrovia 2020 e tinha um investimento inicial previsto de perto de 600 milhões de euros. A empreitada prevê a requalificação integral e modernização em cerca de 190 quilómetros; a remodelação das diversas estações e apeadeiros; a construção de instalações para comboios de mercadorias; a requalificação e supressão de todas as passagens de nível; e a criação de uma ligação da Linha da Beira Alta à linha do Norte.