A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
A Farmácia Grão Vasco procura estar perto da comunidade e atenta às…
O ano passa a correr e já estamos no Natal. Cada mês…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
A produção de vinho na Região Demarcada do Douro poderá aumentar cerca de 10% na próxima vindima, num intervalo estimado entre as 240 mil e as 259 mil pipas.
A previsão de produção para a vindima de 2023 foi apresentada pela Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), que tem sede em Vila Real.
“Aquilo que se perspetiva para este ano é que haja um aumento em relação ao ano passado de cerca de 10%, ou seja, que a previsão esteja acima da média e abaixo do intervalo máximo, que são as 259 mil pipas”, afirmou à agência Lusa o diretor-geral da ADVID, Luís Marcos.
O responsável especificou que se está a falar de um aumento de 10% em relação à colheita declarada do ano passado, que, segundo o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), foi de 233 mil pipas.
A estimativa da ADVID aponta para um intervalo que vai desde uma produção mínima de 222 mil pipas ao máximo de 259 mil pipas, com um valor médio de 240 mil pipas de vinho.
As previsões da ADVID são baseadas no método de pólen recolhido na fase de floração da videira nas três sub-regiões do Douro – Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior – e, por isso, não têm em consideração os fatores pós-florais, que podem alterar o potencial de colheita, como, por exemplo a queda de granizo ou doenças que afetam a vinha.
“É uma previsão que incide maioritariamente sobre aquilo que é o potencial à floração. Este foi o ano em que floração foi a mais precoce desde que temos registos no nosso Observatório Vitícola, desde 2014, o que também condiciona um pouco o potencial de produção”, referiu Luís Marcos.
Isto porque, explicou, o inverno foi chuvoso (dezembro e janeiro), seguindo-se meses secos e um aumento das temperaturas, pelo que a floração da videira ocorreu em finais de abril de forma “rápida e homogénea”, havendo também condições favoráveis para o vingamento da planta.
“Neste momento temos cachos cheios, bagos sãos e com boas condições de desenvolvimento”, salientou.
Em finais de maio e início de junho, houve situações de queda de granizo e de chuva intensa em concelhos como Alijó, Murça, Vila Nova de Foz Côa e Meda, e verificaram-se situações de míldio, o que obrigou à realização de vários tratamentos fitossanitários preventivos.
“Essas chuvas permitiram que as videiras, neste momento, estejam numa situação de conforto moderado. Por outro lado, teve o grande inconveniente de, esses episódios de chuva, serem acompanhados por um lado de granizo e, por outro lado, de uma incidência de doenças, como é o caso do míldio”, referiu.
Luís Marcos lembrou que, “à floração, o Douro estava com valores de ‘stress’ hídrico muito semelhantes a 2022”, ou seja, a sentir as consequências de ausência de precipitação e temperaturas elevadas, mas acrescentou que as chuvas de maio permitiram regularizar o ‘stress’ hídrico para valores normais para a região demarcada.
“Vamos ver como evolui o verão”, apontou, defendendo, no entanto, que é cada vez mais importante haver “uma estratégia de conservação da água”.
As condições meteorológicas que se verificarem nos próximos dois meses, até à vindima, poderão condicionar a produção na região e obrigarão “a uma atenção permanente a um cuidado constante” com a vinha”.
As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto.
O interprofissional deverá fixar o benefício ainda este mês. Para a vindima de 2022, o benefício foi de 116 mil pipas (550 litros cada).
A colheita declarada em 2022, na Região Demarcada do Douro, foi de cerca de 233 mil pipas de vinho, uma quebra de 12% comparativamente com o ano anterior e inferior à inicialmente prevista que rondava os 20%.