No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
por
Teresa Machado
por
Isalita Pereira
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
O projeto Multi Cool Coral, criado por Margarida Mestre, vai iniciar uma nova fase de criação de corais abertos a vozes de todas as nacionalidades residentes de Viseu, Marinha Grande e Ourém.
Em Viseu, o coro vai apresentar-se no festival Trip, no Parque Linear do Rio Paiva, a 25 de maio.
Mas o arranque será na Marinha Grande, neste domingo (7 de abril) às 10h30, com a captação de participantes. No Parque Mártires do Colonialismo, haverá explicação do projeto, demonstrações e práticas vocais e “recolha de canções que fazem parte do património popular e emocional”, explica Margarida Mestre, diretora artística do coro.
Depois, durante uma semana, será realizado um workshop que culmina com duas apresentações, nos dias 20 e 21 de abril.
O formato idealizado por Margarida Mestre nasceu em 2022, no âmbito do programa “Bowing Back”, de Madalena Victorino, em Odemira. Já enquanto Multi Cool Coral, a estreia foi em 2023, integrado no Festival Giacometti, em Ferreira do Alentejo, onde um coral de imigrantes foi criado em quatro meses.
“‘Cool’ significa que é empático, simpático, acessível a todos, e ser uma palavra em inglês simboliza a mistura de línguas”, explica a criadora, que brincou, no título do projeto, com a semelhança fonética com a palavra “multicultural”.
Agora, o projeto terá “uma primeira experiência de fazer uma semana intensiva”. Depois da Marinha Grande, segue para Viseu e vai depois até Ourém, com espetáculo no Teatro Municipal a 30 de junho.
Margarida Mestre diz que parte com “muita esperança” neste projeto, mesmo sabendo que “não é um processo fácil” fazer com que os imigrantes se aproximem.
A diretora artística sabe, pelas experiências anteriores, que são “as populações da América Latina” que mais se facilmente juntam as suas vozes ao coral, enquanto “as comunidades asiáticas são as mais difíceis”.
“As comunidades de leste podem também não ser fáceis, depende de há quanto tempo estão em Portugal”, sublinhou. Certo é que “todos os que não são legais têm receios” e que “há questões de género” em determinadas nacionalidades, porque sem o homem, a mulher não pode ir. De todos sabe que terá de haver sacrifício do pouco tempo livre disponível: “São estas comunidades que têm os trabalhos mais pesados, durante muitas horas”.
Entre quem estiver, o desafio será juntar vozes a reinterpretar canções de vários lugares e categorias, sejam canções de trabalho, de embalar, de amor, de partida ou sobre a vida.
Margarida ligará as pontas, explorando harmonias, ritmos, ambientes sonoros e paisagens, enquanto se ouvem e aprendem várias línguas.
“Brinco com essas matérias e, além disso, estou a potenciar o encontro de pessoas e o cruzamento de culturas”, num processo em que sente estar “a fazer um serviço social, de colocar as pessoas em contacto e a deixar em cada lugar sementes para que isso possa continuar”.
Para a responsável do projeto, o exercício proposto na Marinha Grande, Viseu e Ourém terá “um impacto social e também emocional muito grande”.
“As nossas sociedades estão a misturar culturas de forma avassaladora, há muita gente a mudar de país e as pessoas procuram maneiras de se integrar, de minimizar ostracismos, xenofobias, racismos, etc. Fazer arte com sentido social é, para mim, o que faz sentido”, concluiu.