No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Vitor Santos
Nenhum… é isto, mais do mesmo, há 30 anos… há 40 anos…
O leitor pode ir verificar ao arquivo histórico se o que vou escrever é verdade ou não. Mas tem como alternativa acreditar no que se segue em forma de letra: há 30 anos, as promessas dos candidatos autárquicos eram as mesmas que podem ser encontradas na generalidade dos que concorrem hoje à câmara de Viseu.
Se se excluir, por simpatia e benevolência cidadã, que há alguns pós de pirlimpimpim trazidos para o discurso político pelas novas tecnologias da comunicação, pelas redes sociais ou uma coisita ou outra forçada pela actualidade nacional, ou global, como é o caso desta coisada da pandemia, os homens e mulheres que hoje procuram um lugar na autarquia, seja no executivo, seja na assembleia municipal, seja num qualquer cargo de assessoria amiga, têm na lista de propostas com que se apresentam ao eleitorado o mesmo ramê-ramê das décadas de 1980 e 1990, ou já no século XXI.
Ou seja, o comboio, a universidade, a auto-estrada para Coimbra, potenciar o aeródromo como ferramenta de fazer de Viseu um polo regional interessante, criar emprego, agora com variações face a então, com os serviços e tretas assim a substituir as fábricas nos parques industriais nos arredores da cidade, ou, vá lá, aquela coisa meio pândega, por ser uma urgência primária de sempre, que é (era) levar a Av. Europa às aldeias.
Face a isto – vá, vá lá ao arquivo histórico ver se é mesmo assim -, alguma coisa está muito mal. E há muito tempo.
Tão mal está que em 30 anos, ou mesmo 40, três décadas, ou mesmo quatro, todos aqueles que estiveram no poder, especialmente no local, mas também no Terreiro do Paço, não foram capazes de cumprir uma única destas promessas, ou o que fizeram não foi suficiente para que qualquer uma delas tenha agora estatuto de fraca intensidade de forma a não ter cabimento numa lista de promessas para quem quer ser presidente da câmara municipal de Viseu.
E se assim for, ó tragédia!!, então que razão tem o mediano eleitor, que não está agrilhoado a nenhuma das candidaturas por serventia paga, dívida de gratidão pelo empego do filhinho ou da (do) consorte, ou qualquer uma das milhentas formas de subjugação provinciana da capacidade de decidir pelo voto da pessoa que ainda não conseguiu a condição republicana de ser cidadão inteiro, de acreditar que agora vai ser diferente??!
Nenhuma! Claro…
E isso, porque vai ser tudo igual. Igualzinho… Nenhuma dessas promessas é exequível, não por não poder ser realizada, mas porque falta coragem local de assumir que esse não é o caminho…
Viseu perde, 10 a zero, com qualquer cidade do litoral-centro na disputa pelo investimento externo em unidades fabris de ponta tecnológica, as únicas que hoje fazem sentido, mesmo que pouco, porque a fábrica do mundo está na Ásia com vantagens insuperáveis, seja qual for o critério; um país que perde população anualmente e em larga escala não carece de enfiar uma universidade no meio de cinco das mais importantes – Coimbra, Aveiro, Vila Real, Covilhã e Porto – todas a pouco mais de 100 kms de distância máxima -, uma cidade que tem comboio a menos tempo de distância, em viatura ou autocarro, que alguém em Queluz leva para chegar à gare do Oriente, sem que lhe passe pela cabeça dizer que vive numa cidade sem comboio; uma cidade que tem duas auto-estradas à porta, uma delas permite mesmo ao cidadão chegar a Aveiro em 35 minutos, ligando-o à principal auto-estrada do país, não pode dizer que não tem uma auto-estrada em condições. E fazer do aeródromo de Viseu um aeroporto importante é coisa de cabeças que nunca ouviram falar dos aeroportos de Beja ou, sequer, do de Faro… e até o do Porto, onde há anos, se não for em Junho, Julho ou Agosto, a malta aterra num imenso vazio… e este fica a apenas uma hora e meia do centro de Viseu… É gente, claro, que nunca foi a Paris com hotel marcado próximo da Rua de Saint Denis… O equivalente local à Rua das Bocas…
Ou seja, falta coragem – vá, admito que a questão da ligação rodoviária a Coimbra pode exigir mais condimentada argumentação – para dizer alto e bom som que isto está tudo errado… Tudo errado, amigos… o gato a fazer poemas e o poeta no telhado.
O modelo de desenvolvimento de Viseu tem de ser outro. E estou absolutamente convencido que a cidade só vai deixar de perder gente – mesmo que nos sensos recentes tenha conseguido manter a que tinha há 10 anos – quando conseguir atrair os milhões de flutuantes – sim, a pandemia não ajudou, mas… – que andam de país em país, de cidade em cidade, levezinhos, com o computador e pouco mais às costas, alguns com filhos, trabalhando a milhares de quilómetros de quem lhes paga o salário, quase todos com grande poder de compra… há cidades europeias que já vivem em grande medida destas pessoas…
E o que procuram estes milhões de nómadas dos tempos modernos, ricos, cultos, com skills que podem ser transmissíveis localmente? Pouco mais que boa internet, uma cidade aprazível, com boa comida, bons vinhos, qualidade do ar que se respira, escolas de qualidade para os filhos, higiene nas ruas, jardins e locais para passear na natureza agradáveis…
Mas como sabem essas criaturas de pouso indeciso onde estão essas cidades? Desde logo pelo clima, que não pode ser nem muito quente nem muito frio, em cada um dos países no mapa das possibilidades, e depois pela forma como essas cidades tratam os seus habitantes de sempre… Porque estas pessoas, cultas, com skills abundantes, sabem que uma cidade só será boa para eles se já for, naturalmente, boa para quem lá vive…
E não se pode enganá-los com os truques costumeiros, porque a generalidades destes nómadas aprendeu a conhecer os sinais, são como os pisteiros, como os cães de caça… sentem odores e encontram sinais que mais ninguém vê ou sente!
E nisto, enquanto outros andam atarefados a competir por call centers de salários miseráveis, fábricas poluentes e empregos com salários tristes, Viseu pode dar as cartas. Não é dar cartas, é dar “as” cartas… Haja co-ra-gem!
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Vitor Santos
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José Carreira
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Alfredo Simões