No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
São mais de 100 presépios, de diferentes tamanhos e construídos ao longo…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
A corrupção é um tema que tem sido estudado, muitas teses e hipóteses. Em Portugal está na ordem do dia! No entanto, como quase sempre, não tratamos das causas do problema, fixamo-nos nas consequências e quando os casos entram na esfera da justiça, media e são tornados públicos. Com isso perde-se o foco do que é mais importante e fica-se com a ideia de que o único propósito é encontrar os culpados! Vale a pena refletir um pouco e procurar respostas como: O Poder corrompe ou as pessoas corruptíveis são atraídas pelo Poder? A culpa é dos Sistemas ou das Pessoas?
Está provado que aqueles que mais querem mandar são os menos capazes para o fazer. Nessa corrida ao Poder há três momentos e três tipos de indivíduos: Aqueles que procuram o Poder; aqueles que o obtém e aqueles que o mantém (Procurar, Obter, Manter). Procurar o Poder pode ser inofensivo e não causar danos; na obtenção do Poder já nem todos são boas pessoas, muitos matam, roubam, abusam e são corruptos; manter o Poder precisa sempre de uma grande avaliação e que deve ser feita com grande objetividade e independência, porque tanto podemos encontrar dos melhores, como dos piores comportamentos.
Na procura do Poder temos que nos concentrar em quem são essas pessoas? Nós acreditamos demasiado na ideia que o Poder corrompe, mas depois descuidamos a razão porque algumas pessoas querem ter poder. Já há algumas conclusões sobre esta matéria, onde se diz que todos os homens querem governar. Mas como isso não é possível, então preferem que todos sejam iguais. Quer dizer, aquele desejo de governar transforma-se automaticamente no desejo de não ser governado. É aqui que começa o conflito! Também a ciência já confirmou que os genes não ditam o nosso destino, mas que os neurotransmissores (sinais químicos do cérebro) moldam o nosso comportamento. Mas os culpados serão os Maus Sistemas ou as Más Pessoas?
Está provado que o nosso comportamento e forma de pensar são afetados ao nível do subconsciente, pela cultura em que crescemos e vivemos. Por isso a qualidade dos sistemas tem muita importância e influência. E quanto ás pessoas? O problema aqui é que temos dificuldade em distinguir o grau de responsabilidade entre Más Pessoas e Maus Sistemas. Por isso é muito mais fácil culpar as pessoas! Porque se a culpa for do sistema, isso mexe com todos, mas se for das pessoas, o castigo nominal resolve tudo. A boa solução seria aprender a atrair os melhores!
Isso não é fácil, nem isento de erros, mas o primeiro cuidado é que haja muitos candidatos, suficiente matéria-prima. Depois há muitos processos e técnicas disponíveis que podem ajudar. Por exemplo, há cargos que pela sua importância e poder precisam de um maior escrutínio e não podem ser decididos dentro de um partido. A escolha dessas pessoas, como é o caso do Primeiro Ministro, tem que ser mais abrangente! O mesmo acontece com os Sistemas de Vigilância que parecem estar invertidos. Insistem nos já vigiados, em vez de começar pelos vigilantes. A vigilância deve ser proporcional ao nível do Poder e Autoridade. Mas será culpa das Más Pessoas ou dos Maus Sistemas?
É verdade que a cultura conta e as consequências também; É verdade que o Poder corrompe e faz as pessoas piores; É verdade que um Bom Sistema cria mais facilmente um círculo virtuoso e atrai os melhores, que os círculos viciosos atraem os piores. Começa a ser evidente, que é preciso cuidar de um Sistema que nem sequer atingiu o grau médio da Inteligência Funcional. Esta é um tipo de inteligência, que se traduz na capacidade de manter duas ideias opostas, sem perder a competência de funcionar bem. Não é isso a que estamos a assistir! Ninguém espera um líder perfeito, provavelmente nem existe, mas pelo menos que saiba ouvir e falar menos. Também não é isso a que estamos a assistir!
Uma outra questão de fundo tem a ver com a confiança, que afinal é uma força sem a qual nada se move. O problema da falta de confiança é que isso começa em nós, só depois é que a estendemos aos outros. Falta tomar esta consciência, em vez de preferirmos os discursos sobre a transparência. O problema seguinte tem a ver com a ideia de autoridade! Os líderes não precisam de autoridade, mas de usar a influência. Uma influência que se exprime na ética e no propósito. Porque o poder de um líder não está na capacidade de destruir os argumentos do opositor, mas na habilidade de influenciar os outros com a sua própria opinião. Nisto somos um perfeito desastre e produtores de Maus Sistemas!
Lembro-me de ter aprendido que o Maior Pecado Mortal de qualquer Sistema é colocar os melhores, apenas a resolver problemas. Isso significa que só pretendemos controlar os danos. Mas é nisto que se esgota a capacidade dos melhores e dos governantes. Um pecado sério, porque a sua principal tarefa deveria ser a procura de oportunidades, de soluções novas que permitissem progresso. O que acontece entre nós é que o coro das oposições nos amarra aos pequenos problemas, ao desgaste e aos detalhes. Tudo para tirar pequenos dividendos, mas onde o país é esquecido! Esta é a principal fonte da criação dos Maus Sistemas!
Ensinaram-me a minimizar alguns erros e fracassos com o exemplo do Picasso. Ele terá realizado uns 10 000 trabalhos, mas um em cada três ia para o caixote do lixo. E quem fala hoje desses fracassos do pintor? Pois, as falhas dos outros são nos maus sistemas o assunto principal, em vez da procura de melhores soluções!
Afinal quem são os culpados, o Sistema ou as Pessoas? Parece ser de um Sistema que devia ter como primeira preocupação saber escolher as melhores pessoas! A chave é que a corrupção tem que ter soluções, antes de ter consequências e chegar á justiça. Nada será perfeito, mas pelo menos seria minimizado. As boas e grandes organizações, mesmo quando espalhadas pelo mundo tem sistemas de auditorias eficazes. O Ser Humano tem dentro de si o mais perfeito desses sistemas e que se chama Sistema Imunológico, ele protege-nos das infeções! Por isso a corrupção não é uma fatalidade, nem se pode generalizar, mas são infeções dos Sistemas, que se continuadas acabam por os destruir.
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Jorge Marques
por
Vitor Santos
por
José Carreira
por
Alfredo Simões