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1. Este ano, o S. João foi muito animado, as noites estiveram quentes, o pinheiro de Vildemoinhos ardeu alto e com cheiro intenso a rosmaninho como manda a tradição, o fogo-de-artifício no Porto durou dezasseis minutos, houve bailaricos em tudo quanto é praça/largo/adro/rossio. Passada que foi a peste, o povo tratou de matar as saudades acumuladas.
Para os lados da Federação Russa também houve festa com muito fogo de artifício nos dias 23 e 24 de Junho.
Um “manjerico” chamado Yevgeny Victorovich Prigozhin, de peito feito, a vociferar já não só contra Shoigu e Gerasimov, mas também contra o “alho-porro” que habita no Kremlin, pôs-se a caminho de Moscovo, enquanto ia deitando abaixo aviões e helicópteros.
O que foi acontecendo naquele S. João russo está bem documentado, geo-referenciado, filmado, fotografado. Só é preciso meter um “alegadamente” no que diz respeito a um putativo telefonema do presidente bielorusso que terá feito o “manjerico” dar meia volta e andar para trás os exactos quilómetros que tinha andado para a frente e mais alguns até à Bielorrússia: um “arrecuo” maior que a arremetida.
E os festejos de S. João mais animados de sempre na Rússia não terminaram sem antes a FSB, a polícia política do “alho-porro”, ter ido fazer buscas à mansão de Prigozhin, em S. Petersburgo.
As televisões russas estão agora empenhadas em destratar o patrão dos mercenários da Wagner, para elas o homem já foi bestial, agora é uma besta, para elas a conquista de Bakhmut já foi uma saga heróica, agora aquela cidade não interessa nem ao Menino Jesus.
E, para o povo russo perceber mesmo que o “manjerico” é uma besta, nada melhor do que mostrarem, em horário nobre, imagens do recheio do seu casarão:
– ele era sacadas de dinheiro e pilhas de barras de ouro;
– ele eram ícones preciosos pendurados nas paredes;
– ele eram piscinas e jacuzzis;
– ele era um helicóptero;
– ele era um armário cheio de cabeleiras;
– ele eram fotografias do “manjerico” emperucado, numa parece o Elton John no tempo em que cantava “Nikita”.
2. Infelizmente, esta crónica de Verão não se pode ficar só pela leveza, já que este “manjerico” e este “alho-porro” são tudo menos flores que se cheirem.
Fiquemo-nos por estes dois pontos finais:
(i) a zanga entre Putin e o chefe dos mercenários da Wagner fez cair a máscara ao presidente russo, que, depois de anos de mentiras, acabou agora a assumir em discurso directo que aquela tropa assassina trabalhava às ordens do Kremlin e era paga pelo estado russo;
(ii) o uso de exércitos privados não é um exclusivo de estados mafiosos como o russo; como explica Moisés Naím, em “O Fim do Poder”: “nos exércitos nacionais das democracias ocidentais, existem cada vez mais empresas militares privadas que realizam missões militares e de segurança outrora reservadas aos exércitos e à polícia”;
era bom que este atribulado S. João russo fizesse perceber às democracias, também a elas, que as funções militares e de preservação da lei e da ordem devem ser monopólio do Estado.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Vitor Santos
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José Carreira
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Alfredo Simões