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Pedro Coelho já vinha para Portugal em setembro deste ano, depois de ter sido acusado de corrupção na Colômbia e ter cumprido uma pena suspensa de 36 meses. Está agora à espera de um documento que o permita regressar a Portugal. Além disso, em julho deste ano foi diagnosticado com um cancro que lhe dá mais uns meses de vida. Por não ter acesso aos serviços de saúde na Colômbia, os filhos, Pedro Miguel Coelho, de 26 anos, e Pedro Francisco Coelho, de 30 anos, estão a angariar fundos através das redes sociais para conseguirem suportar os tratamentos do pai e a pressionar as autoridades, tanto portuguesas como colombianas, para terminarem o processo judicial e conseguir o tão desejado regresso a Portugal.
Há cerca de cinco anos, Pedro Coelho partiu para a Colômbia para trabalhar, “ao abrigo da empresa onde trabalhava em Portugal e onde já tinha trabalhado em outros países”, começou por nos contar um dos filhos.
E continuou: “um ano depois, foi detido pela polícia e acusado de tentativa de corrupção no valor de 30 milhões de pesos, que são a módica quantia de 7 mil euros”, acabando a ser condenado a uma pena suspensa de 36 meses em setembro de 2018.
Em setembro deste ano a pena terminou, mas Pedro Coelho ainda não conseguiu sair do país porque falta “uma prova de que o meu pai não teve qualquer outro tipo de antecedentes ou processos criminais nos últimos três anos” por parte da polícia colombiana. Em dezembro, os filhos ainda aguardam a emissão do documento.
“Estamos a falar de uma incoerência, uma vez que ele tinha pena suspensa, se ele tivesse feito qualquer asneira nos últimos três anos, passava de pena suspensa a uma pena efetiva e ele tinha que ter ido para a prisão. Se o meu pai continuou em liberdade, quer dizer que nos últimos três anos, não cometeu qualquer crime”, continuou o filho mais velho.
Nesta luta, já contactaram a Embaixada Portuguesa na Colômbia, o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Portugal, apelaram ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, mas as respostas são poucas. “Todos eles dizem a mesma resposta. Se enviar um email para o Ministério dos Negócios Estrangeiros recebe a resposta de que o processo está a ser acompanhado e que estão a fazer o melhor, acaba mais ou menos por aí”, explicou, lembrando que “como estamos a falar de uma pessoa que está com cancro terminal, com expectativa de vida de alguns meses, não é propriamente o politicamente correto que estamos à espera”.
Antes de ter sido feito o diagnóstico, Pedro Coelho tinha um sinal na parte de trás do ombro, “ao qual, tanto eu como o meu irmão, já estávamos a motivar a ir retirar”. E, “quando foi para retirar é que se apercebeu que, na verdade, não era só um sinal. Era um melanoma. Isto em junho deste ano, foi feita a remoção e tinha sido sugerido por um oncologista, na altura, que o meu pai fizesse uma cirurgia na parte das axilas, no sistema linfático para não só fazer uma biópsia, mas também uma remoção para prevenir que o cancro continuasse a espalhar pelo resto do corpo”, revelou.
O médico oncologista disse ainda que “ele tinha de ser operado em agosto, mas esta cirurgia requer um recobro que é bastante complexo e também, segundo os médicos, para viajar demora pelo menos um mês”. A operação acabou por não ser feita e adiada para setembro, o mês em que regressaria a Portugal.
“E essa falta dessa cirurgia acabou por permitir que o melanoma se dispersasse pelo resto do corpo a uma velocidade que não é normal. Estamos a falar desde o dia em que meu pai foi identificado com o primeiro tumor até a fase em que está agora, num paciente normal tarda quatro anos. No meu pai tardou cerca de quatro a cinco meses”, adiantou, recordando que “tudo é feito a partir do privado que custa uma exorbitância de dinheiro”.
Pedro faz imunoterapia, o único tratamento aconselhável para este tipo de cancro. Cada ciclo custa 8 mil euros “e cada ciclo são três semanas”, frisou.
Os irmãos, além de suportarem as despesas básicas, também financiam as despesas dos tratamentos. Nos últimos dias viajaram para a Colômbia para ajudar o pai e “com o resto da família iniciámos esta angariação de fundos para poder ajudar e cobrir estes tratamentos médicos que, mesmo tendo em conta que eu e meu irmão trabalhamos no estrangeiro para poder ter uma vida melhor e angariar mais fundos, já estamos a ficar sem qualquer tipo de poupanças para poder continuar os tratamentos do meu pai”, afirmou.
Agora, falamos de tentar gerir a dor “porque a imunoterapia pode pode ajudar, mas não ter qualquer tipo de garantias e também é uma ajuda mais a longo prazo. Só começa a ter resultados depois de dois ou três meses”.
“O meu pai levou três doses de morfina à minha frente e continuava a gritar de dor como se nada tivesse acontecido, ou seja, não estamos a falar do nível de dor de todo fácil de gerir”, exemplificou.
Para os irmãos, o objetivo é só um: terminar o processo judicial “para que ele possa estar livre e regressar a Portugal para poder estar perto da família, dos amigos, para poder estar num sítio onde tenha acesso a cuidados básicos de saúde, uma vez que em Portugal todos os tratamentos que o meu pai necessita são cobertos pelo Serviço Nacional de Saúde”.
A restante família está em Portugal e a assistir a tudo isto à distância. “Não é nada fácil e graças a Deus os meus avós ainda estão vivos em dois, os pais do meu pai que também já estão com uma idade razoavelmente avançada. A minha avó tem 77 e o meu avô tem 86, ou seja, estamos a falar já numa idade bastante avançada. E mais do que se calhar o nosso próprio sofrimento é ver o sofrimento deles em não estar aqui com ele”, lamentaram.