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O novo panorama no que aos conflitos armados diz respeito, a 7ª Força Nacional que está a ser treinada em Viseu e que será enviada para a Roménia ou a modernização do Exército foram alguns dos temas que marcaram os discursos da cerimónia que esta sexta-feira assinalou o Dia do Regimento de Infantaria (RI) 14.
Além da cerimónia militar que decorreu no quartel, as festividades contaram com uma alvorada festiva em frente à Câmara Municipal, um desfile até à estátua de Viriato e a homenagem aos mortos, na porta de armas do regimento.
O aniversário do regimento assinala o feito de armas ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial na Flandres (Bélgica), a 19 de março de 1918, quando uma companhia de Viseu assaltou as trincheiras alemãs. Mas é “no presente e no futuro” que está o foco dos militares, como destacou o comandante do RI14.
No seu discurso, o coronel Gama de Barros destacou ainda “os desafios impostos por um mundo cada vez mais complexo”, sublinhando que é com determinação e otimismo que “os Infantes da Beira” os encaram.
E foi neste contexto que o comandante aproveitou por deixar algumas palavras aos militares que integram a 6ª Força Nacional destacada na Roménia, a quem desejou “uma excelente continuação da missão”. “Certos de que, além do inquestionável espírito de Viriatos, o resultado do treino operacional vos permitirá continuar a honrar o [RI]14, a Brigada de Intervenção e o Exército”, disse.
O comandante destacou ainda a 7ª Força Nacional que está a ser aprontada em Viseu e que em junho será destaca para a Roménia.
“Encaramos esta responsabilidade não apenas como um desafio, mas também como um testemunho da capacidade, da dedicação e do profissionalismo dos militares que integram este Regimento”, disse.
O coronel Gama de Barros elencou o que considera serem “três pontos essenciais desta força”, destacando em primeiro lugar “o peso da história e o prestígio do Regimento que certamente levarão para a Roménia”.
“O segundo ponto diz respeito especificamente à missão. Temos confiança no treino realizado e a realizar, mas as operações militares são demasiado perigosas e complexas para algum dia considerarmos que treinámos o suficiente. Mas posso garantir que a 7ª Força sabe tirar proveito dos recursos, inovar e adaptar técnicas, táticas e procedimentos de acordo com a análise dos conteúdos atuais”.
Por último, “a responsabilidade específica da cadeia humana na manutenção da coesão e da exigência do treinamento”, frisou, destacando ainda a presença de militares do RI14 em outras missões, como o aprontamento de um batalhão para a “European Union Battlegroup”.
Além do foco operacional, o comandante do regimento sublinhou a ligação com a comunidade, também através dos gabinetes de atendimento ao público de Viseu e Guarda.
“Encaramos muito seriamente este compromisso, sendo que a forte ligação entre a comunidade beirã e a instituição Castrense nos estabelece uma elevada fasquia”, disse.
Na intervenção recordou ainda o trabalho que tem sido feito para a melhoria das condições de vida do regimento, “bem como na questão da pegada ambiental”.
“O regimento tudo faz e fará para contribuir ativamente para um Exército cada vez mais capaz, moderno e adaptado às complexidades do ambiente operacional”, finalizou.
Na cerimónia esteve o general-chefe do Estado Maior do Exército, Eduardo Mendes Ferrão, que também destacou os “tempos marcados por uma transformação profunda na natureza dos conflitos armados”.
“O regresso das ameaças convencionais em cenário internacional, sobretudo na Europa, reforça a relevância das forças terrestres. A guerra no leste da Europa, com a invasão da Ucrânia, mostrou que os conflitos de alta intensidade e as operações convencionais em larga escala são uma realidade”, começou por dizer.
Este contexto, referiu, “evidencia a necessidade de assegurar que as forças terrestres estejam preparadas”.
“Estou ciente das vossas capacidades e resiliência. Sei que estão preparados para as exigências do atual ambiente operacional e para o rigor característico da nossa organização”, disse.
Neste sentido, “para permitir este desempenho e garantir aos seus militares os meios mais adequados para o cumprimento das suas missões, o Exército tem procurado dotar as suas unidades de capacidades operacionais acrescidas, de acordo com os mais elevados padrões internacionais”.
“Este esforço demonstrou um compromisso firme, pois, nunca como agora, a realidade operacional exige um Exército moderno, equipado e preparado para enfrentar cenários complexos e exigentes”, referiu.
O general-chefe do Estado Maior do Exército lembrou ainda a importância de um treino rigoroso, da formação, da qualificação e do profissionalismo de todos os militares.
Sobre o RI14, Eduardo Mendes Ferrão lembrou o “espírito inabalável” e que marca a história do quartel que é a unidade do Exército que está há mais tempo na mesma localidade.
Facto que também terá levado à escolha de Viseu para a comemoração do Dia do Exército. “Terão lugar nesta distinta cidade, terra de profundas raízes da história e inegável compromisso com a defesa da paz”, concluiu.