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A Rota de Megalitismo da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões é um percurso turístico que visa dar a conhecer a história dos nossos antepassados através de monumentos megalíticos emblemáticos da região. Composta por 28 monumentos, dos quais 13 são classificados, a rota abrange cerca de 500 km e percorre 15 concelhos, incluindo Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Sátão, Sever do Vouga, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. Os monumentos presentes nesta rota datam do final do 5.º milénio a.C. e início do 4.º milénio a.C., representando cerca de 6 mil anos de história. Entre os tipos de monumentos destacam-se os dólmenes ou antas, construções funerárias que refletem o desejo de perpetuar a memória dos que já partiram.
Viseu
Anta de Mamaltar do Vale de Fachas, Rio de Loba
Identificado em 1912, é o único dólmen classificado como Monumento Nacional no concelho de Viseu. É um monumento com uma câmara grande com uma forma irregular, ligada a um corredor comprido. As pedras da câmara estão inclinadas para dentro, e duas delas ainda têm presentes restos de pinturas. Foram encontrados no local vários objetos que se encontram expostos no Museu Nacional Grão Vasco.
Anta Maior da Pedralta, Côta
Descoberto por José Coelho, a importância deste dólmen de corredor e câmara relaciona-se com a descoberta das pinturas nos pilares. Essas pinturas são exemplos da arte megalítica pintada do noroeste da Península Ibérica. As mais conhecidas encontram-se no Museus de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
Anta do Repilau, Coutos de Viseu
Este dólmen destaca-se pela câmara poligonal alargada, composta por pilares. O corredor, possui cerca de 5 metros de comprimento e mantém uma altura constante de 1,8 metros. Uma das principais característica deste monumento é a presença de arte megalítica, com motivos gravados e pintados.
Vila Nova de Paiva
Orca das Castenairas, União de Freguesias de Vila Nova de Paiva, Alhais e Fráguas
Com cerca de 6000 anos, possui uma câmara poligonal larga com nove esteios e um corredor. Estudos arqueológicos indicam que começou a ser utilizada entre 3968 a.C. e 3710 a.C., sendo reutilizada na Idade do Cobre e no início da Idade do Bronze. O espólio recolhido é numeroso e encontra-se em estudo.
Orca do Picoto do Vasco, Pendilhe
Este dólmen, com cerca de 6.700 anos, possui uma câmara poligonal formada por oito esteios e um corredor vestibular marcado por dois esteios em cada lado da entrada. Estudos arqueológicos revelaram que, durante o encerramento do sepulcro, foi realizada uma fogueira de grande intensidade sobre o monumento, atingindo temperaturas tão elevadas que derreteram algumas pedras de granito, um ritual inédito na arqueologia portuguesa.
Orca de Pendilhe, Pendilhe
Um dos dólmen mais visitados do concelho devido as boas condições de conservação e acesso. Mais recentemente era utilizado por pastores e agricultores para se abrigarem do mau tempo. Este dólmen possui uma câmara funerária com nove esteios, planta poligonal e um corredor de 5,20 metros de comprimento. Vestígios avermelhados na base do esteio de cabeceira sugerem que a orca era bastante decorada.
Orca dos Juncais, Queiriga
Classificado como monumento nacional, localmente conhecido como Pedra da Orca é um dos monumentos pré histórico mais conhecido da Beira Alta e no mundo. Este dólmen, com nove esteios e um corredor de mais de sete metros, destaca-se pelas pinturas a vermelho preservadas no seu interior, incluindo uma “cena de caça” única no contexto funerário pré-histórico. Os vestígios encontrados estão expostos no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa.
Sátão
Orca do Tanque, Ferreira de Aves
Um monumento nacional do Neolítico Final, com cerca de 6000 anos, reutilizado na Idade do Cobre e Bronze. Conta com uma câmara poligonal com nove pilares, um corredor de 6 metros. Seis dos seus pilares tinham pinturas que hoje não são percetíveis. No chapéu foram encontradas cruzes e inscrições relacionadas com limites concelhios.
Orca de Forles, Forles
A escavação e restauro realizados em 2020/2021 revelaram que o monumento foi construído há cerca de 6000 anos e reutilizado dois milénios depois como local de enterramento, período ao qual pertence a maior parte do espólio. O dólmen possui uma câmara poligonal de nove esteios e um corredor médio.
Aguiar da Beira
Dólmen I de Carapito, Carapito
Classificado como monumento nacional em 1974, é o maior dólmen da Beira Alta. Trata-se de um dólmen de câmara simples, de planta alongada com nove pilares em granito. Conhecido como Casa da Moura, está relacionado a uma lenda local que despertava a curiosidade dos locais, que acreditava haver uma moura escondida.
Penalva do Castelo
Anta do Penedo do Com, Esmolfe
Localizada numa área granítica, o monumento foi alvo de trabalhos de valorização que permitem identificá-lo como um dólmen de câmara poligonal alargada, retangular e com nove esteios. Possui uma “tampa” com 15 toneladas.
Mangualde
Orca da Cunha Baixa, Cunha Baixa
Foi há mais de 130 anos que saiu a primeira notícia sobre este monumento. Trata-se de um dólmen com uma câmara de planta retangular. A entrada da câmara tem um pilar a demarcar o espaço do corredor e da camara fotográfica. O espólio recuperado nesta anta, como lâminas e fragmentos de cerâmica encontra-se no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa.
Orca dos Padrões, Cunha Baixa
Construído há mais de cinco mil anos, já se encontra muito degradado, mas ainda é possível identificar a sua câmara poligonal de nove pilares com 3 metros de largura e comprimento. Foi recolhido um machado de pedra polida e mais de uma centena de cerâmicas, associados a vasos da Idade do Bronze.
Nelas
Orca do Folhadal, Folhadal
Este monumento, datado do período Neolítico é um dólmen de corredor curto, com um comprimento máximo de 2 metros. Durante as escavações arqueológicas foram encontrados diversos materiais, incluindo lâminas sem retoque e instrumentos cortantes em pedra polida.
Orca de Pramelas, Canas de Senhorim
O dólmen, datado do período Neolítico, é composto por uma câmara funerária de planta trapezoidal formada por nove pilares, com acesso através de um corredor curto. Originalmente, o monumento estava coberto por uma mamoa, atualmente desaparecida.
Carregal do Sal
Orca de Fiais da Telha, Oliveira do Conde
Trata-se de um dólmen de câmara poligonal de planta subrectangular, composta por seis pilares. O fator mais marcante impressionante é o facto de ter ainda conservada a “laje de guilhotina” na posição original.
Orca da Palheira, Oliveira do Conde
Apesar de nunca ter sido intervencionado arqueologicamente, insere-se numa atmosfera que cria um ambiente mágico. As pedras enormes deste dólmen de câmara poligonal foram utilizadas para a construção de uma casa.
Orca de Santo Tisco, Oliveira do Conde
Foi alvo de uma intervenção arqueológica em 1922 para evitar a destruição após ter sido alvo de escavações clandestinas. O dólmen apresenta um corredor incipiente, com dois esteios deitados sobre a base maior, a sua cabeceira é formada por dois esteios permitindo assim que a câmara tenha uma planta subretangular com seis pilares. O que se destaca neste monumento é a existência de pinturas vermelhas nos pilares.
Tondela
Anta da Arquinha da Moura, Lageosa do Dão
A descoberta deste monumento foi conhecida recentemente. Até 1990 apenas os habitantes do concelho e os caçadores sabia da existência deste, utilizando-o como abrigo. O estado de conservação surpreendeu pela positiva os arqueólogos, que o restauraram entre 2005 e 2007. Estes trabalhos colocaram à vista o átrio que criava um pequeno anfiteatro, onde se realizavam cerimónias fúnebres. Durante a intervenção foram encontrados mais de cem fragmentos de ossos humanos, estimando-se assim que estariam depositados oito indivíduos na anta.
Estela-Menir da Caparrosa, Caparrosa
É um dos raros monumentos não funerários na região. Com cerca de 3 metros de altura, apresenta gravuras em todas as suas faces e topo, que permitem distinguir sete períodos distintos nos desenhos, quatro na Pré e Proto-história e os três últimos na Época Histórica.
Vouzela
Casa da Orca da Malhada do Cambarinho, Ventosa
Este monumento integra-se numa necrópole de mais quatro monumentos funerários. É um dólmen de câmara e corredor médio que só é acessível a pé.
Lapa da Maruje, Cambra e Carvalhal de Vermilhas
Situado num pequeno planalto na vertente noroeste da serra do Carumulo foi descoberto e estudado em 1917, encontra-se em estudo pela Universidade do Algarve. O dólmen com câmara de planta poligonal de sete pilares e um corredor de 8 metros de comprimento. No interior da câmara e no seu interior, estão presentes gravuras nos pilares.
Anta do Espírito Santo D´Arca, Paranho de Arca
Um dos monumentos mais importantes para as gentes da terra, citado em várias obras e devido ao seu aspeto, tornou-se um dos mais representados fotograficamente em livros e revistas. Composto por uma câmara de sete esteios apresenta vestígios de um corredor curto. Esta anta tem uma lenda associada, que dita que uma moura encantada que chegou ao monumento com a pedra da laje de cobertura, com um filho nos braços, enquanto fiava numa roca. Diz-se que essa mulher aparece na madrugada de São João a fiar cobertura com objetos de ouro. O primeiro a lá passar será questionado sobre o que prefere: se os olhos da mulher se os objetos de ouro. Aqueles que preferirem os objetos de ouro são transformados em cinzas.
Dólmen de Antelas, Pinheiro
Este dólmen caracteriza-se pela câmara poligonal, corredor diferenciado em planta e em alçado e câmara funerária composta por oito pilares é considerado um dos monumentos mais importantes de Portugal. A intervenção que sofreu permitiu identificar quatro datações por radiocarbono, percebendo que o momento da construção foi entre 3990 e 3700 a.C.
Sever do Vouga
Dólmen da Arca da Cerqueira, Couto de Esteves
Edificado há mais de 6000 anos é um dos grandes exemplos do megalitismo devido a sua grandeza e contém o chapéu da câmara, com cerca de 15 toneladas. É um dólmen de corredor característico do megalitismo do centro do país. Possui uma câmara sepulcral de nove esteios e planta poligonal. Destacam-se os vestígios de gravuras num dos pilares.
São Pedro do Sul
Dólmen do Juncal, Manhouce
Situado em plena serra da Gravia é um dos marcos na paisagem. Inserido numa mamoa com 25cm de diâmetro e quase 3 metros de altura, apresenta uma câmara funerária de planta poligonal de oito pilares e um corredor bastante degradado. Todos os Pilares da câmara possuem motivos gravados ou pintados.
Conhecido como Coval de Ladrões, conta-se que servia de esconderijos para mal intencionados que assaltavam quem por ali passava na estrada para o Porto. Estes indivíduos colocavam-se dentro do monumento enquanto aguardavam para atacar.