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Rota dos Cabeços: os trilhos das lendas em Oliveira de Frades

 Rota dos Cabeços: os trilhos das lendas em Oliveira de Frades
13.10.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Rota dos Cabeços: os trilhos das lendas em Oliveira de Frades
29.11.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Rota dos Cabeços: os trilhos das lendas em Oliveira de Frades

Envolto em paisagens e geoformas da Serra do Caramulo e atravessando o ponto mais elevado do concelho de Oliveira de Frades, as Rota dos Cabeços conta diversas histórias e lendas das aldeias típicas de Varzielas e Bezerreira.

Através das ruas estreitas e com um casario que mistura o granito e o xisto, chega-se ao cruzeiro, local de referência associado ao nascimento da aldeia, onde foram encontrados vestígios da primitiva capela.

A subida até ao ponto mais elevado do concelho, o Alto das Pinoucas (1062 m), permite observar a sul, o vale de Besteiros e a vila do Caramulo; a norte, o vale do Vouga, a Serra do Ladário e na linha do horizonte, as serras de S. Macário, Gralheira e Freita. À medida que se aproxima a pitoresca aldeia da Bezerreira, a paisagem agreste é dominada pelos cabeços em granito. Obviamente que os nomes foram dados pelos antepassados segundo a forma ou o local.

Ao longe são visíveis os Jardins da Bezerreira (lameiros no sopé do povoado), férteis e abrigados onde se cultivavam hortas. São famosos em toda a freguesia por estarem sempre verdes e viçosos dando uma bela entrada à típica aldeia. A Bezerreira, com o seu casario maioritariamente construído em granito é exemplo de vivências antigas, onde a civilização parece não ter chegado. O gado deambula pelas ruas e os habitantes, munidos das suas capuchas em burel, peça obrigatória para as estações mais frias, tratam das camas e das pastagens dos animais.

Com as eólicas no horizonte, percorrem-se caminhos mais recentes, rasgados para a implantação do parque eólico do Caramulo, testemunho dos tempos modernos. Daqui, aconselha-se a visita a um emblemático cabeço – o Cabeço que Abana – sendo necessário o pedestrianista desviar-se, cerca de 1,5 km, do trilho principal (ida e volta).

De regresso, avança-se para o Cabeço da Peste, assim designado pelas gentes locais devido às inúmeras pias de Serlei (geoformas graníticas causadas pela força da erosão). Na explicação popular, este fenómeno com o “cabeço todo furado”, resulta da peste (faíscas durante as trovoadas).

De volta às memórias de tempos antigos e aos terrenos murados em granito, alguns ainda cultivados e onde é possível observar, em bom estado de conservação, a casula do Vale da Dona – pequena construção em granito que servia para proteger os pastores das trovoadas.

Novamente na aldeia da Bezerreira, encontra-se a Capela de Nossa Senhora de Fátima com a sua vista desafogada, sendo ponto obrigatório para tirar fotografias. Inicia-se a descida, pelo “caminho de sacramento” que acompanha a corga da Ribeira.

Na ponte da Retorta acompanhe o rio Águeda e deixe-se envolver pelas histórias e lendas de tesouros escondidos da antiga quinta da Solheira, considerada em tempos, a mais rica e produtiva da região. Através de antigas levadas rasgadas nas margens do rio e passando entre rochedos (cabeços da Solheira), a queda de água e as poças do Batoco rematam o trilho à beira rio. No regresso, merecem especial atenção as inscrições da Solheira.

Mesmo antes de terminar o percurso, pode usufruir das agradáveis condições que oferece o parque do Viveiro e recuperar forças, após a longa caminhada.

A realização deste percurso não é aconselhada a famílias com crianças pequenas devido à sua distância total e aos troços sinuosos. Pode ser realizado durante todo o ano mas tenha especial atenção aos meses mais quentes do verão, ao piso escorregadio e aos troços inundados nos meses mais chuvosos.

 DIFICULDADE: 3 

 ATIVIDADE: CAMINHADA 

 TIPO DE ROTA: CIRCULAR 

 DURAÇÃO: 6H00

 DISTÂNCIA: 17.300 m

DESTAQUE:

Cabeços

Qualquer dicionário nos dirá que um cabeço é um cume arredondado de um monte ou um pequenomonte arredondado.Mas na Serra do Caramulo, um cabeço tem mais que se lhe diga além das geometrias e das formas. Há muito que as gentes da serra vêm algo mais nestas pedras, figuras antropomórfi- cas e zoomórficas esculpidas pelo tempo, pelos ventos e pela água nos seus distintos estados. Diz-se que, entre muitos mistérios, guardam segredos depastoresede agricultores, de lendas e de tradições …

Fonte: Município de Oliveira de Frades e Viseu Dão Lafões

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