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Seca: barragem de Vilar tem apenas 19 por cento de água

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 Seca: barragem de Vilar tem apenas 19 por cento de água
07.02.22
fotografia: Jornal do Centro
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 Seca: barragem de Vilar tem apenas 19 por cento de água
15.01.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Seca: barragem de Vilar tem apenas 19 por cento de água

A Barragem de Vilar, que serve os concelhos de Tabuaço, Sernancelhe e Moimenta da Beira, está a 19 por cento da capacidade. A produção elétrica nesta albufeira está interrompida.

O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, disse, em declarações à agência Lusa, que o baixo nível de armazenamento de água nas bacias hidrográficas do Norte está a ser acompanhado com “particular atenção”, apesar do limite já fixado para a produção de energia.

O responsável da APA explicou que, para albufeiras em situação crítica como a de Vilar, “foram definidas cotas limite a partir das quais não se pode produzir de energia hidroelétrica para guardar água para dois anos de consumo urbano”.

“Do ponto de vista do abastecimento público, os valores estão seguros. Garantem dois anos, mesmo que não chova e, obviamente, essa é uma situação impensável”, referiu Pimenta Machado, acrescentando que a cota na barragem de Vilar foi fixada em 532.

“Hoje em dia, já temos mecanismos que nos permitem reajustar as cotas das albufeiras onde existe produção de energia hidroelétrica. Sem que isso implique qualquer indemnização à EDP. Nos contratos de concessão está prevista esta situação. Foi com base nesses mecanismos que fixamos esses novos limites”, sustentou.

Segundo Pimenta Machado, esta medida já pode vir a ser reajustada, caso seja necessário.

“Durante o mês de fevereiro vamos estar muito vigilantes. Vamos monitorizar a situação todos os dias. Já estão previstas novas reuniões para o início de março para reavaliar todas as medidas que já tomamos e reajustar, se necessário”, observou.

Garantiu ainda o “reforço de monitorização à qualidade da água, quer na bacia do Lima quer na do Douro e nas outras bacias da região para avaliar a evolução do seu estado”.

“A qualidade da água [é] sempre um tema preocupante em tempo de seca. No caso particular da bacia do Lima, a água da rede é de qualidade. É verdade que quando os níveis reduzem a água pode piorar, mas não é o caso”, sustentou.

Pimenta Machado destacou que janeiro passado “foi o segundo mais seco dos últimos 20 anos, com valores muito reduzidos de precipitação” e adiantou que “as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicam que o tempo vai continuar seco” nos próximos dias.

“Estamos a reunir com as entidades gestoras, com a EDP, com os municípios, com a Comissão Nacional de Albufeiras para adotar medidas para fazer frente a um ano muito seco. Vamos iniciar um conjunto de reuniões regionais, sub-regionais para monitorizar e reavaliar as medidas já tomadas”, apontou.

Pimenta Machado acrescentou que a APA vai iniciar, em conjunto com os municípios, campanhas de sensibilizar da população para a poupança da água, e maior eficiência na sua utilização”.

Indicou a criação de condições para o uso não potável das águas residuais das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) quer para os regadios, quer para lavagem de ruas.

“Há um diploma que define as condições para a reutilização das águas residuais das ETAR. É obviamente uma fonte alternativa para poupar água”, disse.

Pimenta Machado apelou à poupança de água, preocupação que, defendeu, deve começar nas pequenas atividades domésticas.

“Lavar com menos frequência o carro, ter cuidado com a rega do jardim, usar torneiras mais eficientes”, exemplificou.

Às entidades públicas que fornecem água às populações, pediu o reforço da aposta no uso eficiente da água, reduzindo as perdas, o mesmo que propôs ao setor agrícola, “principal consumidor de água no país, mais de 70%.

“Portugal tem um consumo anual da ordem dos seis mil hectómetros cúbicos de água, qualquer coisa como dois Alqueva. É preciso apostar muito na eficiência para poupar água”, sublinhou.

 Seca: barragem de Vilar tem apenas 19 por cento de água

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