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Jovem cria clube onde se lê “em silêncio” para reunir amantes de livros

O “Silent Book Club” está espalhado por todo o mundo e Viseu conta agora com um espaço onde os fãs da leitura podem desfrutar dos seus livros durante uma hora em silêncio. O convívio pós-leitura é recomendado, mas não obrigatório

Diogo Paredes
 Jovem cria clube onde se lê “em silêncio” para reunir amantes de livros - Jornal do Centro
07.04.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Jovem cria clube onde se lê “em silêncio” para reunir amantes de livros - Jornal do Centro
07.04.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Jovem cria clube onde se lê “em silêncio” para reunir amantes de livros - Jornal do Centro

Imagine ler um livro num espaço como um café, um jardim ou um museu. A paz e a tranquilidade. Além do som da natureza, do vento e porventura dos pássaros, um universo que se abre na sua mente. Palavras que ganham vida. Imagine agora ler em silêncio durante uma hora, com várias pessoas a fazer o mesmo junto de si. Cada pessoa com a sua própria obra, o que importa é que cada leitor tenha uma hora de silencio para entrar no seu próprio mundo. No final, a possibilidade de debater as obras literárias que cada um leu. Esta ideia foi posta em prática, e deu origem ao “Silent Book Club” – Clube de Leitura Silencioso, em português.

Esta comunidade conta com mais de 1500 delegações em todo o mundo, espalhadas por 54 países. Em Portugal, são 11 as delegações existentes. O Clube de Leitura Silencioso de Viseu surgiu há apenas dois meses, pelo esforço de uma ávida leitora viseense que vive no Porto. Ana Rita Santos tem 25 anos e é engenheira no Porto, cidade onde tirou um mestrado em Engenharia e Gestão Industrial. A sua paixão pela engenharia, contudo, anda de mão dada com o seu amor pela leitura.

“Eu sempre li imenso desde nova. Lembro-me de os meus pais me arranjarem os livros do Gerónimo Stilton”, começou por explicar ao Jornal do Centro. “Eles só me compravam um livro por semana e eu no dia em que eles me compravam o livro ele já estava lido. Depois, quando comecei a entrar na adolescência vieram aquelas séries infantojuvenis ou de ‘jovem adulto’, como os Jogos da Fome”, disse ainda.

Quando entrou na faculdade, Ana Rita colocou de parte a leitura. Embrenhada entre os estudos e a vida dividida entre Viseu e Porto, “infelizmente o tempo não chegava para tudo”. Nos últimos anos, contudo, Ana Rita retomou os seus hábitos de leitura e embrenhou-se um pouco mais na comunidade ligada aos livros, em redes sociais como o Instagram e o TikTok. O resultado são “dezenas de livros devorados por ano”.

“Acho que no início da vida adulta, uma pessoa quer voltar a conhecer-se, parece que a vida passa muito rápido e que tu deixas de fazer certas coisas que até gostavas quando eras mais novo”, assumiu a organizadora do Clube de Leitura Silencioso. “Ao fim de sete anos fora de Viseu, a verdade é que já não tinha assim tantas amizades e tantas conexões com pessoas em que eu sentisse que podia ligar e tomar um café no final do trabalho”, explicou a jovem.

Depois de frequentar algumas sessões do Silent Book Club do Porto, Ana Rita decidiu abrir uma delegação em Viseu. “Acabei por trazer esta ideia do clube de leitura também para eu própria me aproximar da comunidade porque queria criar amizades e conhecer pessoas novas que partilhassem este gosto pela leitura”, contou Ana Rita. As sessões no Porto, explicou a jovem leitora, são bastante concorridas, mesmo com as cerca de 80 vagas por sessão abertas todos os meses. Em Viseu, embora ainda não seja este o número de participantes, a adesão da comunidade de leitores viseenses foi maior do que Ana Rita estava à espera, além do elevado número de participantes estrangeiros que não se importam de discutir um livro em inglês.

“Nunca tinha pensado que teria tanta gente e tanta procura. Tenho recebido imensas mensagens e tem havido muitas pessoas que vêm falar comigo e a dizer ‘este mês não consigo, mas no próximo mês quero estar presente’”, contou a organizadora do Clube de Leitura Silencioso de Viseu. Na última sessão, que decorreu no estúdio de arte contemporânea Venha a Nós a Boa Morte, no dia 5 de abril (sábado) o Silent Book Club de Viseu contou com 30 participantes.

“No início até acabei por fazer a primeira sessão numa pequena pastelaria, que é a Simplesmente Bolo, e na altura a senhora perguntou-me de quantas pessoas é que eu estava à espera”, contou Ana Rita, que na altura disse contar com cerca de 10 participantes. “Ah, então vamos apontar para 12 pessoas”, disse na altura a dona da Simplesmente Bolo. Ana Rita assumiu à dona da pastelaria que não contava com uma dúzia de pessoas interessadas. “A verdade é que no final tive 25 inscrições e acabei por ter de dizer a metade dessas pessoas que não tinha espaço e que não ia conseguir que todos participassem nesta sessão. Fiquei muito contente, mas ao mesmo tempo muito triste porque não queria dizer que não às pessoas”, explicou.

Atualmente, e para evitar ter de recusar inscrições, Ana Rita procura locais que tenham espaço para pelo menos 30 pessoas.

O amor pela leitura que Ana Rita fomenta alia-se à paixão da jovem pela sua cidade natal, Viseu. Também o Silent Book Club, neste caso, consegue contribuir positivamente nessa matéria. “Um dos objetivos é fazer com que a comunidade comece a participar na própria cidade, que conheça espaços diferentes. No primeiro, que era um café, achei muito interessante levar o clube de leitura até lá porque muitas daquelas pessoas nunca tinham ido àquele espaço, que eu acho fabuloso e isso também acaba por fomentar até a própria vida na cidade, que passa a estar mais movimentada”, contou a organizadora do Silent Book Club de Viseu.

“A minha ideia é tentar sempre que sejam espaços de Viseu onde as pessoas consigam também elas próprias, fora destas sessões, ir lá, ver, consumir alguma coisa quando são locais onde se pode consumir produtos”, explicou Ana Rita. “No estúdio da Venha a Nós a Boa Morte é muito interessante porque estão sempre a mudar as exposições e é isso também que leva as pessoas a conhecerem novos espaços dentro da cidade”, disse.

Com o aproximar do sol e das temperaturas altas no verão, Ana Rita planeia levar os leitores do Silent Book Club até locais ao ar livre como o Parque Aquilino Ribeiro. “O Parque da Cidade é muito interessante porque aí acaba por não haver limite de pessoas, é à vontade, cada um leva a sua manta e acho que aí vai ser muito interessante”, esclareceu a organizadora. Ana Rita assumiu ainda a possibilidade, caso as inscrições continuem a crescer, de realizar duas sessões mensais durante o verão, uma ao ar livre e outra num local fechado. “Além disso, dentro das próprias sessões, gosto muito daquele momento de partilha e no Silent Book Club de Viseu sinto que as pessoas conversam muito e acabam por conhecer-se umas às outras, que de outra forma se calhar nunca iriam encontrar-se. Acho isso muito bonito”, concluiu a jovem leitora.

O Silent Book Club de Viseu possui tanto conta de Instagram como um grupo de Whatsapp possível de aceder através do Instagram.

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