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Vários utentes de Viseu queixam-se que a linha do Serviço Nacional de Saúde continua a encaminhar para unidades de saúde que não têm médicos, nem disponibilidade de atendimento.
Ao Jornal do Centro voltaram a chegar relatos de doentes que após ligarem para o SNS24 são encaminhados para a consulta de Atendimento a Utentes Esporádicos e Migrantes da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão Lafões ou para outros centros de saúde, mas “ou não há vaga ou não há médicos”.
A ULS Viseu Dão Lafões integra o projeto Ligue Antes, Salve Vidas (LASV), desde 24 de outubro de 2024, mas são várias as reclamações.
“O SNS24 manda-nos para o prédio alto e quando lá chegamos ou não há médicos, ou não há vagas disponíveis. Além de que aquele serviço não trabalha à noite”, descreveu um dos utentes.
Os próximos dias também parecem preocupar, já que a consulta de Atendimento a Utentes Esporádicos e Migrantes estará encerrada devido ao feriado e pontes nesta época de festividades da Páscoa. “Se acontece alguma coisa, não sei para onde vamos ser encaminhados”, atira.
Em novembro do ano passado, o Jornal do Centro já tinha dado conta de várias queixas, sobretudo de doentes que não têm médico de família. Algumas reclamações referiam que a linha encaminhava para um centro de saúde da cidade e, quando lá chegavam, o atendimento era recusado por não terem médico de família.
Outros casos diziam respeito a utentes que procuravam atendimento na Consulta de Apoio a Contactos Esporádicos e Migrantes, mas na maioria das vezes não conseguiam ser atendidos pelo médico por falta de vagas. Por um lado, pelo grande número de pessoas a recorrer ao serviço e, por outro, pela ausência dos profissionais que se encontravam em greve.
Além destes problemas, o Jornal do Centro sabe ainda que há consultas destinadas aos doentes sinalizados pelo SNS que chegam a ficar vazias, devido aos encaminhamentos incorretos.
Também os médicos já fizeram chegar estas preocupações, através de uma carta enviada ao Conselho de Administração.
Questionada, a ULS Viseu Dão Lafões explicou que “todas as unidades funcionais de cuidados de saúde primários criaram vagas específicas para o agendamento de utentes referenciados pelo SNS24” e que, das cerca de 300 vagas disponibilizadas diariamente, as que não sejam utilizadas no âmbito do projeto LASV, são geridas internamente para responder a outras necessidades assistenciais”.
Já na consulta de Apoio a Contactos Esporádicos e Migrantes do concelho de Viseu, a ULS esclarece que “foram disponibilizadas vagas para agendamento no contexto do LASV” e, “tal como nas restantes unidades funcionais, esta consulta tem um horário fixo de atendimento e, como tal, uma capacidade assistencial limitada”.
Assim, acrescenta, “quando a agenda diária se encontra completa e não é possível assegurar uma observação clínica em menos de 24 horas, os utentes devem ser referenciados para outras alternativas assistenciais disponíveis na ULS, nomeadamente para os diferentes tipos de serviços de urgência (SU ou SUB), conforme a avaliação clínica realizada pelos profissionais do SNS 24 e os fluxogramas do projeto LASV”.
O hospital admita ainda que, “embora muitas medidas já tenham sido implementadas, subsistem ainda diversas oportunidades de melhoria”, que esperam “alcançar através do trabalho colaborativo e contínuo que temos vindo a desenvolver com a equipa Ligue Antes Salve Vidas do Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS)”.
“Desde o início do projeto, e no sentido de responder aos constrangimentos identificados, estas e outras propostas de atuação são partilhadas com a SPMS no sentido de haver uma melhoria contínua do serviço”, referiu.
Ainda assim, sublinha a unidade de saúde, “neste período decorrente desde o início do projeto as melhorias são inegáveis na gestão da resposta à doença aguda dos nossos utentes”.
Sobre o projeto da linha SNS 24 (808 24 24 24), o hospital refere que “com esta medida, pretende-se melhorar a organização dos serviços e aumentar a satisfação dos utentes e profissionais, permitindo uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis”.