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Os municípios de Tarouca e Lamego apresentaram no fim de semana o Caminho dos Monges, “o maior em Portugal da Ordem de Cister”, com 42 quilómetros de percurso e que pretende ser uma alternativa turística e fomentar a economia local, num investimento de 350 mil euros.
“É um caminho que existe há centenas de anos e o nosso vinho do Porto tem origem nestas terras”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Tarouca, José Damião.
A apresentação do projeto decorreu no Mosteiro de São João de Tarouca, que recebe o início do percurso e de onde “partiam os monges para plantarem as vinhas que hoje são património mundial”. O trajeto termina na ponte metálica do rio Douro, em Lamego.
“É a primeira grande rota, são 42 quilómetros de caminho [22 no concelho de Tarouca e 20 no de Lamego]. No caso de Tarouca percorre a maior parte do nosso território, pelas margens do nosso rio Varosa”, descreveu José Damião.
Um percurso onde é possível “encontrar património, pontes com séculos, pontes românicas, paisagens únicas e experiências diferenciadoras”, já que, no entender do autarca, “não é só um caminho, é uma experiência”.
“Durante este caminho podemos não só observar, como podemos sentir, mas também podemos saborear, podemos ter experiências enogastronómicas que nos farão acompanhar e darão força até ao final”, considerou, já que é para ser feito a pé ou de bicicleta.
O vice-presidente da Câmara de Tarouca disse que “não permite a quase ninguém fazer o caminho todo num dia, as pessoas terão de ficar um, dois, três, quatro dias, para que levem o caminho do início ao fim” e isso “vai fazer com que muitos turistas se fixem” em Tarouca ou em Lamego.
Neste sentido, José Damião desafiou os operadores turísticos e empreendedores a “criarem negócios”, já que este caminho “é também uma oportunidade e um estímulo para a economia local” dos dois municípios.
À agência Lusa, este responsável adiantou que o projeto “está todo identificado e já é possível de realizar” e, para isso, contou com “um investimento de cerca de 350 mil euros, financiado pelo Turismo de Portugal em 200 mil”. O restante montante foi dividido por igual pelos dois municípios.
O autarca de Tarouca especificou que este é um caminho que “tem 27 pontos de interesse, só de património edificado”, mas tem também “a fauna, a flora, passar em parques ribeirinhos, degustar as melhores iguarias do território”.
Entre as iguarias, destacou “os deliciosos espumantes do Vale do Varosa, de Tarouca e Lamego, os vinhos do Porto e os vinhos de mesa do Douro, que os tem de grande qualidade”.
“É um caminho que nos distingue, porque podemos ter um conjunto de experiências ao longo do caminho que não é para se fazer a correr sem se apreciar. Isto é um caminho para se sentir, temos de entrar com um espírito de calma e algum prazer e, acima de tudo, para se fazer com a sensação de que estamos noutros tempos, a viver séculos atrás”, disse.
Este responsável avançou ainda que, “muito em breve”, será apresentada uma aplicação para o telemóvel que “indica todo o caminho e tem todos os pontos de interesse, assim como também tem a georreferenciação que é uma grande vantagem”.
“É a sensação de segurança que tinha de existir. Se a pessoa tiver algum problema, tem o número de alerta e quem for buscar sabe exatamente onde é que essa pessoa se encontra”, referiu José Damião.