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Finadas as atribuladas escolhas para as listas de deputados, estamos em campanha eleitoral aberta, a menos de um mês das eleições legislativas, sem que o debate se centre no futuro, mas tão só nos casos, nos ditos, nas tiradas, num clima eivado de populismo. Se alguém pensa que que tudo isto é motivador de uma sempre difícil ida às urnas talvez se engane.
As sondagens oscilam muito nas previsões, mas há um dado relevante que lhes é comum: o elevado número de indecisos, 20%, no estudo mais recente da Católica. Este facto denota dúvida e, sobretudo, incerteza. É que os tempos são mesmo de incerteza. No entanto, estes 20% podem originar um resultado surpreendente – não será salomónico – e esta é a única certeza possível sobre o que vai acontecer.
No continente caiu o Governo da República, pelos motivos conhecidos, por mim sobejamente comentados, e o país confronta-se com a desilusão e a necessidade de ir a votos dois anos depois do Povo ter confiado ao PS uma maioria absoluta que garantia a estabilidade necessária para enfrentar os desafios nacionais e globais, arrasadores, que vivemos ao segundo e que condicionam as nossas vidas. É o legado de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa a Pedro Nuno, Luís Montenegro e demais líderes da esquerda e direita democráticas.
Os Açores encalharam, mas já deram um passo para resolver essa contrariedade. Foram a votos. A “AD” ganhou as eleições, deve governar e ao PS, pela abstenção, aconselho a viabilização da escolha clara dos açorianos como contributo para a estabilidade em toda a legislatura. Complementarmente, com esse gesto, subtrai à extrema direita a possibilidade de integrar o futuro Governo. Mas será assim?
O maremoto da Madeira submergiu o regime autonómico do PSD, vigente há quase 50 anos, em suspeitas de abuso de poder e de gestão danosa de dinheiros públicos, com detenções ao mais alto nível, sobretudo dos que, pelo voto, pela confiança dos madeirenses, foram escolhidos como seus timoneiros. Uma tragédia ética e política, mais uma, para perturbar o regime.
Entre nós, para além das reivindicações corporativas em período eleitoral, manifestaram-se os agricultores, estimulados pelos congéneres franceses e demais colegas de outras geografias europeias. Está em causa uma política agrícola que deveria ser comum nos estímulos, direitos e deveres (PAC), mas da qual os governos e centros de decisão, ciclicamente, tiram o seu foco. E a coragem de enfrentar quem comercializa levando consigo a mais valia do suor de agricultores e lavradores tarda em aparecer. Não tem havido coragem!
E não é agora, com conversas equívocas e mágicas sobre a ressurreição da barragem de Girabolhos – que defendi, com os deputados eleitos por Viseu, na Assembleia da República e que oito anos depois continuo a defender – que as coisas se resolvem. O investimento era privado, cerca de 400 milhões, com expropriações em curso, com milhões já entregues ao Estado, e foi interrompido, pelo primeiro Governo de António Costa. Interrompido, sem mais, sob a contemplação pasmada dos autarcas! Não há nada preparado para Girabolhos. Como é hábito dizer-se, há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra dita e a oportunidade perdida!
As preocupações com as forças de segurança vieram adensar mais o clima de incerteza. Com compreensíveis reivindicações, manifestações fortes, veem agora debilitadas as suas legítimas razões por um conjunto de agentes, politizados pelo movimento Zero – a extrema direita, apoiada pelo líder do seu braço político no Parlamento – terem planeado e concretizados ações irresponsáveis e ameaças ao normal funcionamento de um Estado de Direito Democrático: impedir as próximas eleições legislativas. O recurso a fulgurantes baixas médicas, em grupo, ao mesmo tempo, como se todos tivessem comido míscaros marados, é uma vergonha para quem as declara e quem clinicamente lhes dá cobertura. Por onde andas Hipócrates?!
À esquerda e à direita democráticas exige-se não só responsabilidade, clareza e rigor nas propostas, mas também espírito de compromisso. Estamos a “celebrar” 50 anos de Abril com tudo aquilo que é contrário ao seu espírito.
Contudo, tenhamos esperança. Em Democracia há sempre soluções e todas passam por mais Democracia. Há, portanto, que valorizar a diversidade ideológica, debater as nossas diferenças, convergir na desconstrução do populismo, no reforço das instituições e na autoridade do Estado.
Os portugueses vão decidir no dia 10 de março. É fundamental que os líderes partidários não se esgotem no anúncio radical de impossibilidades, porque em democracia, sobretudo em tempos de incerteza e crises de liderança, a exigência é ainda maior. No Continente, tal como nos Açores, espero que no dia seguinte os valores de Abril passem pela viabilização democrática do vencedor, PS ou AD, de modo a assegurar uma alternativa em democracia e longe dos braços da extrema direita.
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