tondela liga portugsl 15 fevereiro
parlamento_645645
lamego municipio
WhatsApp Image 2025-01-16 at 181235
som das memorias logo
261121082345cbd31e4f08cbc237fdbda2b5563900947b148885

Não vamos a casa da avó, mas preparem-se para um regresso aos…

04.02.25

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

04.02.25

Há lugares que não são apenas para comer – são para partilhar….

29.01.25

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

 Mário Soares, três histórias
Home » Notícias » Desporto » Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino

Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino

Domingo há desafio gigante para um clube que compete na Segunda Divisão nacional de andebol feminino. Treinador do Lusitano atribui favoritismo ao Benfica, mas garante que, na vontade e no querer, Lusitano pode superar encarnadas. Projeto do andebol do Lusitano tem um ano e meio e já há 100 apaixonados nas fileiras trambelas

Carlos Eduardo Esteves
 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino
15.02.25
Jornal do Centro
partilhar
 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino
15.02.25
pub
 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino

É paredes meias com a cidade de Viseu, que um emblema se ergue desde 1914. O mais antigo clube do distrito de Viseu, recordado pelo ouro olímpico Carlos Lopes e pelos feitos no futebol distrital e nacional, anunciou há ano e meio a reativação da modalidade de andebol. A secção que fechou portas há 38 anos reabriu a 19 de julho de 2023 e hoje consegue reunir, entre treinadores, fisioterapeuta, dirigentes, jogadoras e jogadores, mais de 100 apaixonados pela modalidade. Uma centena nas fileiras trambelas que este domingo, 16 de fevereiro, vive um dos momentos mais altos com a receção ao Sport Lisboa e Benfica em jogo a contar para a Taça de Portugal de andebol feminino.

Assumindo o favoritismo das encarnadas, o treinador das trambelas, João Dias, garante que no querer e na vontade ninguém pode estar acima do Lusitano. “O jogo começa 0-0 e ainda ninguém ganhou. É isso que vou passar para as atletas. Possibilidades há sempre, mas o Benfica tem mais capacidades. Agora, há algo que temos de igualar e até superar: o querer. A pressão está toda do lado do Benfica. Vamos aprender com este jogo, desfrutar o momento e fazer o melhor que pudermos”, começa por dizer o treinador. Mas já lá vamos ao jogo.

O primeiro convívio de João Dias com uma bola de andebol aconteceu pelos doze anos de idade. A representar o Gigantes de Mangualde, olhando para trás, o agora treinador assume que não foi um brilhante jogador. “Não era muito bom, nem bom, se calhar”, confessa entre risos. Mas o ano e meio em que lidou de perto com a modalidade tornar-se-iam decisivos para abraçar o desafio que tem hoje. A passagem pelo Académico de Viseu, já quando estava no ensino universitário confirmaram-lhe a vontade que assumiu um dia: querer ser treinador de andebol.

E assim foi. No Lusitano começou por assumir a equipa sub-16 feminina e entrou como coordenador da modalidade. E no clube trambelo viu logo algo que lhe agradou. Ali olha-se, mais do que tudo, para o jogador. “Encontrei um projeto direcionado para as pessoas e não para o lucro. Isso, para mim, é essencial porque estamos num clube formador. Por estar focado nos atletas, o projeto do Lusitano evoluiu rapidamente”, explica. E um ano e meio depois conseguiu já agregar 85 jogadores, entre masculinos e femininos, nos mais variados escalões.

Clube ambiciona criar “atleta by Lusitano”
No início da época foi-lhe lançado outro desafio, talvez o maior da carreira até agora: treinar a equipa sénior feminina. “Acabou por não ser uma transição difícil porque fazia parte da equipa técnica anterior. Comungamos das mesmas ideias e eu já conhecia toda a gente e os métodos de trabalho. O nosso modelo de jogo não difere de equipa para equipa”, realça.

“Uma atleta do Lusitano que esteja nos sub14 e outra que treine nos sub18 tem a mesma visão do andebol. Criamos quase um atleta by Lusitano. É fundamental. Temos reuniões mensais de treinadores e dirigentes. Neste caso, os dirigentes são pessoas não remuneradas que estão no clube ao serviço do desporto. Todos rumam no mesmo sentido”, frisa. A somar aos jogadores e jogadoras, o Lusitano tem dedicados ao andebol sete treinadores, um fisioterapeuta e à volta de dez dirigentes. “Estarão vinte pessoas ligadas ao andebol do Lusitano”, complementa o técnico.

 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino
João Dias lidera a equipa sénior feminina do Lusitano de Vildemoinhos

A equipa sénior feminina está neste momento a competir na Segunda Divisão de andebol. E em Vildemoinhos, garante João Dias, está um clube que olha para o futuro com a ambição dos maiores clubes portugueses. “Acima de tudo o Lusitano tem tentado aproximar-se, o mais possível, do nível profissional. A nossa equipa técnica trabalha de uma forma que eu diria que há poucos clubes na Primeira Divisão a trabalhar assim. Temos análise de vídeo, treinos suplementares, treinamos quatro vezes por semana, há atletas a fazer treinos de ginásio três vezes por semana”, detalha.

Os treinos decorrem sempre no Pavilhão do Fontelo. E são por ordem de idade. Por isso as seniores treinam quatro vezes por semana e a sessão de treino inicia ou às nove da noite ou às nove e meia da noite. E no plantel há quem estude, há quem já trabalhe, há quem viva perto e há quem faça largos, largos minutos de carro só para treinar.

Mas desengane-se quem ache que a agenda aperta só para quem joga. Além de treinador de andebol, João Dias é professor de Música e Educação Física e é ensaiador de tunas. “O tempo é todo contado. Vivo em dois mundos: a arte e o desporto. No início sentia dificuldade em que um mundo não colidisse com o outro. Agora, não faço tanta coisa na música porque o tempo não dá para tudo e hoje a música é como que um momento que tenho para relaxar. O andebol é foco total”. O técnico do Lusitano faz parte da Infantuna Cidade de Viseu e da Alcatuna.

Lusitano é projeto novo, mas trabalha futuro como poucos, garante capitã
Também Matilde Brazeta não tem uma agenda fácil. A capitã do Lusitano de Vildemoinhos está a estudar Desporto na Guarda e vive em Moçâmedes, São Miguel do Mato, concelho de Vouzela. Há, então, meia hora, pelo menos, para fazer de carro, assim que o treino termina. A paixão por este desporto começou na vida de Matilde aos seis anos, quando representou o São Miguel do Mato. E foi aos 12 que riscou as outras modalidades da agenda e optou pelo andebol. “Apaixonou-me ser um desporto coletivo, jogar em equipa”, refere.

Esteve até aos 13 anos com o símbolo do clube do concelho de Vouzela. Depois surgiu a oportunidade de representar Academia de Andebol de São Pedro do Sul, Académico de Viseu e Andebol Clube de Oliveira de Frades. “O Lusitano é um projeto novo, mas com potencial para, aos poucos, conseguir evoluir e atingir patamares maiores”, assinala a jogadora, que é a melhor marcadora das seniores femininas do Lusitano, no campeonato. Nesta fase, a equipa de Vildemoinhos ocupa o segundo lugar da Zona 2 da Segunda Divisão feminina. Há três grupos na 2ª Divisão nacional de andebol. Passa diretamente o primeiro classificado de cada grupo e o melhor segundo, fazendo quatro clubes apurados para a Divisão de Honra.

Com a aproximação temporal de um jogo frente a um dos clubes maiores do andebol português, pode estar a aumentar a curiosidade sobre o clube trambelo. O Benfica lidera a Primeira Divisão nacional de andebol feminino. E para quem está nesta altura a pesquisar pela primeira vez sobre o Lusitano de Vildemoinhos e a equipa de andebol, Matilde satisfaz-lhes já a curiosidade e responde à pergunta: afinal, quem é o Lusitano? “É uma equipa nova que trabalha como poucas a pensar já no futuro”, resume. A atleta não tem dúvidas em afirmar que em organização, técnica e tática, em Vildemoinhos se trabalha como em poucas equipas em Portugal. “Com o tempo, as pessoas vão aperceber-se da dimensão do projeto. Com os resultados e os títulos vamos ver reconhecido o trabalho”, confia a capitã. A comprovar isso, acredita a jogadora, está a inscrição de jogadores ao longo da época. “Temos uma média de um ou dois atletas inscritos por mês”, sustenta.

Capitã e treinador são benfiquistas, mas prometem não pensar nisso
A atleta de 20 anos foi eleita capitã pelas companheira de equipa. E tudo decorreu com votação. “Não estava à espera de ser capitã. Acho que me escolheram pela experiência que tenho no andebol. Deram-me um voto de confiança, mas eu, sendo sincera, nem gosto que me chamem de capitã. Eu não sou mais do que ninguém. Sou igual a elas e o meu papel é unir e resolver questões que possam surgir”, revela.

Sobre o jogo deste domingo, Matilde lembra-se bem do dia em que foi conhecido o adversário do Lusitano. Assim que o sorteio revelou que no caminho das trambelas estava o Benfica, a capitã revela que o primeiro sentimento no balneário do Lusitano foi o do medo. “A maioria não estava a acreditar e o meu papel foi o de lhes dizer que temos de aproveitar a experiência. Disse-lhes mesmo que devemos encarar isto como uma conquista. Não são todas as equipas que jogam contra o Benfica”, ressalva. “Devemos ver o jogo na perspetiva de que o devemos aproveitar, desfrutar. Quem tem de mostrar alguma coisa é o Benfica”, frisa.

 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino
Matilde Brazeta a capitã que ambiciona um bom jogo frente ao Benfica


Assumindo ser benfiquista de coração, deixa já uma garantia. “No andebol vou ignorar esse facto”, diz, entre risos. É também com algum mistério, e em jeito contido, que o treinador assume também alguma paixão pelo clube da Luz. Mas só no futebol. E mesmo assim… É que quando lhe perguntamos se é benfiquista, João Dias responde perentoriamente. “Sou do Lusitano. No futebol sou benfiquista, a não ser que joguem contra o Lusitano. Aí passo a ser Lusitano”, assegura.

Jogadoras precisam do apoio do público, apela capitã
O treinador acrescenta que um jogo diante de um clube maior do andebol nacional “chega sempre numa boa altura”. “Damos à cidade a hipótese de ver um jogo que envolve um clube que, no andebol feminino, é o melhor de Portugal”, sustenta. “Será um jogo complicado, mas vamos lutar. Estamos tranquilos. A nossa ideia de jogo tem de estar bem presente e temos de mostrar a filosofia Lusitano: sentir, ambição e compromisso”, detalha.

Voltamos a Matilde para um pedido especial. Para que as percentagens de favoritismo passem a ter também os tons lusitanistas, há que contar com um fator chave. Ou não estivéssemos a falar de um clube de uma terra de Zés Pereiras e de Cavalhadas, há um ‘jogador’ que não pode faltar. O bombo. “As equipas da formação não faltam e os nossos pais e mães, também não. Ainda não decorei os cânticos, mas eles têm músicas para nós. Apareçam”. Apelo de capitã. No balneário vai ouvir-se como sempre um grito de guerra. “Pelo Lusitano. Unidos. Venceremos”. Venha o jogo.

pub
 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino

Outras notícias

pub
 Tragam os bombos! Lusitano de Vildemoinhos desafia Benfica na Taça de andebol feminino

Notícias relacionadas

Procurar