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A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) critica o regresso do projeto que prevê a criação de um centro interpretativo sobre o Estado Novo em Santa Comba Dão, terra natal de António de Oliveira Salazar.
Em comunicado, a URAP afirma ter sido “de novo surpreendida” com o avanço da iniciativa, que considera “tão contestada” e “repudiada por democratas antifascistas”. A associação manifesta estranheza pelo envolvimento de “um presidente de Câmara de maioria PS e conhecidos investigadores de história contemporânea”, e sublinha que se trata de uma “afronta” à memória histórica.
A organização denuncia a criação de um espaço que, no seu entender, contribuiria para “branquear um regime criminoso” e a figura de Salazar. Recorda ainda os crimes do Estado Novo e menciona “dezenas de milhares de presos políticos”, casos de tortura em diversas instalações da PIDE e “a lista dos 230 assassinados pelas polícias do regime fascista”.
Para a URAP, a abordagem ao período do Estado Novo deve ser feita nas universidades e em museus como o do Aljube e o Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, e não através de um “pseudo ‘Centro de Investigação’” na antiga escola de Salazar.
A associação rejeita a ideia de que se trata de uma questão “polémica” e considera que o projeto visa criar “um local para romagens de saudosistas”. Em vez disso, defende a criação de espaços de memória em locais como a Fortaleza de Angra do Heroísmo e a antiga cadeia da PIDE no Porto, onde muitos opositores ao regime foram presos.
No comunicado, a URAP acusa a Câmara Municipal de Santa Comba Dão de tentar “servir-se da figura sinistra do ditador fascista como forma de promoção do concelho” e apela à mobilização de “todos e todas que abraçam as conquistas alcançadas com a Revolução dos Cravos” para combater a iniciativa.
A associação alerta ainda para o ressurgimento de “ideias e projetos reacionários e fascistas” na atualidade e reafirma a importância de preservar a memória histórica da luta contra a ditadura.