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A Plataforma P’la Reposição das Scut na A23 e A25 considerou esta segunda-feira (2 de outubro) que “o tempo das reduções já lá vai” e que a abolição das portagens deve ser contemplada já no próximo Orçamento do Estado.
Em conferência de imprensa, o porta-voz do movimento, Luís Garra, disse que, embora o grupo não menospreze a Portagens na A24 e A25 vão baixar 30 por cento, anunciou Governo, desde 2017 que a Plataforma se mostrou recetiva à diminuição progressiva do valor com vista à reposição das Scut (vias sem custos para o utilizador) e que está na hora de isso acontecer.
“Não é uma questão de teimosia, é uma questão de fazer justiça ao Interior”, sustentou Luís Garra.
O empresário e também elemento do movimento Luís Veiga fez referência “aos custos de contexto” no interior do país, à “ausência” de vias alternativas na região e à “justiça territorial” que significa abolir as portagens, sugerindo a rescisão por parte do Governo dos contratos de prestação de serviços associados à cobrança, como a manutenção dos pórticos, o pagamento aos CTT, a energia e outros custos associados à manutenção.
Luís Veiga aludiu a informações, prestadas anteriormente pelo Governo, de que as despesas de manutenção representavam 30% do valor das receitas, para argumentar que com a redução prevista a partir de janeiro deixa de compensar essa despesa.
Porque “se há de estar a pagar uma prestação de serviços se a receita que se vai cobrar a partir de 2024 vai ser para pagar a prestação de serviço dos pórticos e dos CTT?”, questionou Luís Veiga.
De acordo com Ricardo Fernandes, outro elemento do movimento, “repor as Scut ficará mais barato” do que manter as portagens. “A redução sobre o atual valor é um passo em frente, mas é manifestamente insuficiente”, reiterou Luís Garra.
Luís Veiga salientou que o que estava determinado era em 2021 existir uma redução do valor de 50% sobre os preços de 2020, quando o que foi implementado foi um desconto que incidiu sobre os valores de 2011, quando as portagens nas antigas Scut foram implementadas, o que se traduziu numa diminuição de 30%.
O empresário acrescentou que o desconto de 75% para veículos eletrificados nunca foi aplicado.
Luís Veiga lamentou ainda nada ter sido dito pelo Governo sobre o Plano de Mobilidade para o Interior, para o qual a Plataforma contribuiu com sugestões, nomeadamente no que toca à “intermodalidade entre a rodovia e a ferrovia”.
“É preciso que o país saiba que isso aqui não existe. É lamentável que passado este tempo todo se deixe para trás este problema grave no nosso território”, censurou o elemento da Plataforma, referindo-se à falta de transportes públicos e a freguesias do concelho da Covilhã onde o passe mensal para a sede de concelho custa cem euros.
O porta-voz do grupo, Luís Garra, adiantou que o Conselho Geral da Plataforma se vai reunir no dia 30 para “decidir ações a desenvolver” e que o movimento pretende este mês reunir-se com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, com a Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças e com os grupos com assento parlamentar.
Luís Garra apelou aos deputados eleitos pelo interior do país para não serem “seguidistas em relação ao Governo e ao partido” e defendam quem os elegeu, assim como aos autarcas, para que “sirvam as populações” e se libertem das “palas partidárias”.
O representante do movimento sublinhou que “o Diabo está nos detalhes” e que vai esperar pela leitura do diploma para a Plataforma fazer “uma análise mais exaustiva”.