A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões de 2025 para os…
No terceiro episódio do programa “Bem-Vindo a”, tivemos o prazer de conversar…
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Jorge Marques
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Pedro Baila Antunes
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Joaquim Alexandre Rodrigues
1. O Jornal do Centro está a celebrar vinte anos. O Olho de Gato também.
Durante os seis primeiros anos esta crónica foi quinzenal, nos catorze seguintes, semanal. Este é o 886º Olho de Gato, o octingentésimo octogésimo sexto (fui ver ao sr. Google como se escreve).
Confesso que nunca contei estar por aqui tanto tempo. Espero que tenha sido pelo menos tão bom para os leitores como foi para mim. Este diálogo convosco fez-me ler mais, observar mais, aprender mais.
O tempo, como se sabe, é um patife. Nunca pára. Aconteceram muitas coisas nestes vinte anos:
— Viseu perdeu gente e força política e económica;
— Portugal ficou mais centralista, mais corrupto, mais endividado e a caminho dos últimos lugares nos rankings europeus;
— a UE teve dificuldades com os alargamentos de 2004, 2007 e 2013; fracturou-se durante a crise das dívidas soberanas de que foi salva pelo BCE; abanou durante o Brexit, mas a boa resposta comunitária à Covid e agora à ameaça russa dão-lhe um bom cimento;
— a guerra do Iraque de 2003, somada à degradação política de Washington, enfraqueceu os Estados Unidos que já não podem ser os polícias globais; o centro de gravidade do mundo passou do Atlântico para o Pacífico; a actual invasão da Ucrânia, levada a cabo por uma Rússia zombificada e decadente, não vai alterar a tendência constatada aqui muitas vezes: o futuro está na Ásia;
— termino com uma referência às alterações climáticas: há vinte anos não havia ainda incêndios a entrarem descontrolados em perímetros urbanos, há vinte anos a temperatura no Ártico não estava 30ºC acima da média, como está agora; na Antártida a situação ainda é pior: está 40ºC acima da média.
2. No primeiro Olho de Gato, em 29 de Março de 2002, publiquei o seguinte canto afegão:
O Céu cairá sobre nós
E ainda assim estarei
por cá para vos amedrontar.
As nossas barbas
deixarão de ser grisalhas
E os nossos ossos
regressarão à terra que os deu a nascer
mas ainda assim cá
estarei para vos atrapalhar.
Há muito que este solo
sagrado deixou de ser fértil
E as nossas mulheres
são feias;
Porque quereis então
este território?
Na altura, o céu americano tinha acabado de cair sobre o “solo sagrado” infértil do Afeganistão, bem como antes desse tinha caído o céu talibã, bem como antes desse o céu soviético.
Ao contrário do que diz aquele canto, as mulheres afegãs eram e são lindas, os homens afegãos com poder é que são feios.
Feio foi o presidente Ashraf Ghani, no ano passado, às primeiras dificuldades, ter fugido logo de Kabul com o rabo entre as pernas. Feio foi ele não ter sido um Zelensky do Afeganistão.
Feios são aqueles barbudos misóginos que acabam de proibir as meninas de irem às escolas secundárias. Inumanos. Bárbaros.
Vê-las a chorar, com os seus sonhos despedaçados, corta o coração.
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Jorge Marques
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Pedro Baila Antunes
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Maria Duarte - Era Viseu Viriato
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Teresa Machado