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Felisberto Figueiredo
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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João Brás
Em 2022, o número de horas dedicados a atividades de investigação e desenvolvimento nas instituições e empresas no município de Viseu equivaleu a 100 investigadores alocados a tempo integral. Neste mesmo ano em análise, havia 36 unidades de investigação nas instituições e empresas e desde 2018 que as horas dedicadas a esta área foram aumentando, embora sem atingir o valor de 2013.
Entretanto, saiu já o relatório do INE com um retrato deste setor e que indica que número de empresas com atividades de inovação, em Portugal, baixou no triénio de 2020-2022 para 44,7%, contra 48,0% nos três anos antes.
“No triénio 2020-2022, 44,7% das empresas tiveram algum tipo de atividade de inovação (48,0% entre 2018-2020 e 32,4% entre 2016-2018)”, refere o INE nos resultados do Inquérito Comunitário à Inovação – 2022, hoje divulgado.
Para este indicador contaram-se “atividades de inovação de produto ou processo completas, atividades em curso até ao final de 2022, atividades de inovação abandonadas ou suspensas, atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) desenvolvidas internamente ou contratação de I&D a outras empresas (incluindo do seu grupo) ou a organizações de investigação públicas ou privadas”.
Em 2022, a despesa total com atividades de inovação alcançou 3.382,4 milhões de euros, mais 23,6% face a 2020. Mais de metade deste investimento foi realizado por empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço (1.714,9 milhões de euros) e o setor que mais se destacou foi a indústria, com 1.029,5 milhões de euros.
Foi entre as empresas com 250 ou mais pessoas ao serviço que se observou a maior percentagem de inovação empresarial, com 79,1%, enquanto os setores da informação e comunicação (71,2%) e das atividades financeiras e de seguros (65,6%) foram os que mais se destacaram.
À exceção do alojamento e restauração, que teve uma subida de 1,9 pontos percentuais (p.p.), todos os restantes setores registaram um decréscimo na inovação empresarial face ao triénio anterior, destacando-se a agricultura e pescas e outros serviços, com quebras de 5,4 p.p. e 5,3 p.p..
No período em análise, 22,6% das empresas introduziram inovações de produto, mais 0,3 p.p. que entre 2018 e 2020. “Este aumento foi justificado pelas empresas com 250 pessoas ou mais (53,7%) e pelas dos setores da informação e comunicação e das atividades financeiras e de seguros (53,1% e 39,4%, respetivamente)”, explica o INE.
No triénio, 17,4% das empresas apresentaram bens “novos ou melhorados” e 18,1% serviços novos ou melhorados, sendo estes sobretudo produtos novos para a empresa.
No total, 20,5% das empresas introduziram produtos novos para a empresa e 9,1% produtos novos para o mercado, sendo que para 15,7% das empresas a inovação de produto “foi realizada internamente pela própria empresa”.
A introdução de produtos novos ou melhorados representou 15,2% do volume de negócios das empresas em 2022, mais 1,4 p.p. que em 2020, sendo que “10,8% resultou da introdução de produtos novos para a empresa e 4,4% da introdução de produtos novos para o mercado”.
A percentagem de empresas que introduziu inovação de processo baixou 2,3 p.p., para 40,4%, destacando-se, novamente, as empresas dos setores da informação e comunicação e das atividades financeiras e seguros, com 59,5% e 58,5%, respetivamente.
Entre as empresas inovadoras, 17,7% apontaram a ausência de necessidade de inovar “como motivo para não desenvolver mais atividades de inovação” – uma razão também apontada por 28,3% das empresas não inovadoras para não avançarem com este desenvolvimento.