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O proprietário de um espaço de restauração, que está fechado há duas semanas devido a danos causados por uma obra num edifício contiguo, lamenta o silêncio das entidades. Óscar Couto garante que este impasse impossibilita “definir os próximos passos” e que “as contas continuam a cair”. O café, que tem quatro colaboradores, fica localizado na Rua da Paz, no centro da cidade de Viseu.
“Já fez 15 dias que nos obrigaram a fechar e até agora mais nada. Lamento o silêncio das entidades, mas não saber quando vou poder reabrir custa ainda mais. O meu senhorio, que é a Associação Comercial, não sabe de nada, a câmara não diz nada e estamos aqui completamente às escuras”, começou por dizer ao Jornal do Centro.
Óscar Couto explicou que chegou a falar com o empreiteiro na última semana e que lhe foi dito que “entregaram um documento na câmara com a resolução do problema”. Esta resolução foi pedida pela autarquia, que embargou a obra e deu um prazo de 15 dias ao empreiteiro para apresentar um calendário com os trabalhos.
O proprietário do Armazém do Caffè garantiu não saber “qual vai ser o próximo passo”, sendo apenas certo que “a porta tem que estar fechada”. O responsável afirmou que até o advogado está “de mãos e pés atados”.
“Estamos a “zeros”, as contas continuaram a cair, todos os dias aparece uma e nós estamos sem saber o que fazer. Tenho um advogado que está a tentar tomar conta da situação, mas ele também está de mãos e pés atados”, lamentou.
O espaço comercial tem quatro colaboradores e dois deles são Óscar Couto e a esposa. “Vivo daquilo, o meu ordenado sai dali e o da minha esposa também, porque trabalhamos os dois. Neste momento, não há ordenados a entrar. Se não conseguimos ter a porta aberta para fazer negócio, o meu agregado familiar não tem dinheiro para sobreviver”, descreveu.
Já os restantes trabalhadores estão “a gozar as férias”. “Na próxima semana vou tentar perceber o que posso fazer, porque as férias não vão durar para sempre. Vou ter que ver quais as possibilidades para, pelo menos, lhes manter os postos de trabalho. Talvez entrar em layoff ou outra alternativa, mas não sei”, desabafou.
Óscar Couto lembra ainda que, além dos proprietários e dos funcionários, os clientes estão a sair prejudicados. “Estou a sair prejudicado, mas os meus clientes também”, sublinhou.
Fenda encerra Associação Comercial e dois espaços de restauração
O café foi obrigado a fechar portas depois de uma fenda ter surgido na fachada principal do edifício. A situação levou ao encerramento da Associação Comercial do Distrito de Viseu e de dois espaços comerciais no rés do chão, um deles o Armazém do Caffè.
“A fenda que se vê na varanda está em todo o chão. Atrás do balcão tem uma fissura de um centímetro até à entrada da cozinha. Há também rachas na parede e nota-se que houve um declive, o que se vê de fora também está lá dentro”, descreu Óscar Couto.
Entretanto, a Associação Comercial teve ordens da proteção civil municipal para abrir metade do edifício, estando apenas a funcionar o lado esquerdo, onde também está uma pizzaria. O lado direito, onde está o Armazém do Caffè, continua interdito.
“Na minha visão, e eu não sou técnico, a partir do momento em que tenham o prédio seguro, endireitado e sem riscos de cair, penso que conseguem compor pelo menos o café e depois para cima seria outra história, porque a associação já está a funcionar há uma semana”, disse.
Para já, o responsável diz que ainda não avançou com nenhuma ação, mas acredita que “o seguro fará o seu trabalho”. “O advogado está também a reunir documentação para depois a poder entregar”, explicou.
Já a Associação Comercial entregou na última semana uma providência cautelar no tribunal para embargar a obra que causou danos no edifício que é de interesse municipal.
Além deste edifício, a obra também terá prejudicado moradores de um prédio que chegaram a contar ao Jornal do Centro que enviaram várias reclamações, quer para o empreiteiro, quer para a autarquia, onde davam contas dos danos causados no exterior e interior da estrutura.