Sem esquecer o passado e procurando atrair novos públicos, é assim que…
Neste terceiro dia de BTL, a CIM Viseu Dão Lafões brilhou com…
A Turismo Centro de Portugal esteve, uma vez mais, no centro das…
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Rui Cardoso
por
Diogo Chiquelho
Viseu é o distrito do país com as mensalidades mais caras em lares de idosos. A conclusão é do portal Lares Online, que aponta para um preço médio de 2.103 euros. O site justifica o valor com “a boa capacidade de resposta e a qualidade das infraestruturas”.
Atrás de Viseu, estão os distritos do Porto e de Lisboa com mensalidades médias de 2.052 e 1.969 euros, respetivamente, apresentando uma procura “muito superior à oferta”. O top 3 das mensalidades de lares de idosos reflete “a relação entre oferta e procura”, acrescenta a Lares Online, que divulgou o mais recente barómetro de evolução dos preços dos lares nacionais.
A plataforma fala num “aumento generalizado” das mensalidades em todos os tipos de residências sénior. Segundo a plataforma, os preços médios a nível nacional subiram “exponencialmente”: a mensalidade média cobrada pelos lares é de 1.683 euros, um aumento de 18,1 por cento face a 2024 e um aumento de 48% em comparação com os últimos sete anos. Já o valor médio de inscrição/jóia é de 1.503 euros.
“Esta evolução reflete a pressão inflacionária, o aumento dos custos operacionais e a falta de políticas públicas de apoio ao setor, com impactos diretos nas famílias portuguesas que procuram soluções para o acolhimento de idosos”, salienta o site em comunicado.
Os lares de idosos que oferecem atividades a tempo inteiro, inclusive aos fins de semana, cobram preços a partir dos 1.800 euros, um aumento de 4,5% face a 2024, quando a mensalidade mínima era de 1.721 euros.
Já quem está nos espaços que têm serviços de enfermagem permanente 24 horas tem de pagar, pelo menos, 2.160 euros, um aumento de cerca de 10% em relação ao ano passado, altura em que o preço mínimo se situava em 1.964 euros.
A CEO e fundadora da Lares Online, Marina Lopes, fala num aumento “notório e significativo” da qualidade dos lares “devido a uma melhoria generalizada das suas infraestruturas, bem como dos serviços disponibilizados neste tipo de equipamentos”.
“Este esforço de capacitação da sua resposta, garantindo um nível de cuidado cada vez mais alinhado com as exigências das famílias as necessidades atuais e da população idosa, associado a um aumento considerável dos preços acaba por se refletir no aumento do custo mensal de estadia num lar”, diz a responsável.
Além do impacto direto nas famílias, os aumentos registados também refletem as dificuldades enfrentadas pelas instituições, que têm de lidar com o aumento das despesas relacionadas com energia, salários e exigências legais e regulamentares, o que, segundo a Lares Online, “pressionam ainda mais os preços finais praticados”.
“Se a tendência de aumento dos preços continuar sem medidas de apoio governamental, poderá resultar num cenário insustentável, onde o acesso a um lar de qualidade se tornará um privilégio cada vez mais restrito, deixando muitas famílias sem soluções viáveis para o acolhimento de idosos”, alerta a plataforma que apela “à criação de políticas públicas eficazes para apoiar o setor dos lares, garantindo que as famílias tenham opções acessíveis e que os lares consigam manter padrões de qualidade sem sobrecarregar os utentes”.
Preço de residências sénior sobe para valores médios entre 1.315 e 1.675 euros, diz outro estudo
Já um outro estudo revela que os preços nas residências sénior em Portugal têm vindo a aumentar, com médias mensais entre 1.315 euros e 1.675 euros, devido sobretudo à falta de oferta.
O terceiro Retrato das Residências Sénior em Portugal, realizado pela Via Sénior e pela BA&N Research Unit, concluiu que “a pressão da procura se reflete num aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”.
O estudo também conclui que, no final do ano passado, “apenas 11% das residências sénior em Portugal tinham vagas disponíveis para receber novos utentes”, indicando que as taxas de ocupação de 100% estendem-se “a mais de 67% das unidades existentes em Portugal”.
Segundo o documento que pretende traçar um retrato do setor, “o número de camas em residências sénior em Portugal está muito aquém das necessidades”, sendo que “em dezembro de 2024 cerca de 70% das instituições apresentavam taxas de ocupação de 100%, 22,2% tinham taxas de ocupação entre os 91% e os 99% e apenas 11,1% reportaram vagas, com a generalidade da ocupação a situar-se nos 80%”, indicou.
“Considerando os cerca de 2,5 milhões de residentes em Portugal com mais de 65 anos, a cobertura é pouco superior a 4%, subindo para 8,7% se considerarmos a população idosa com mais de 75 anos”, referem.
De acordo com o estudo, “a pressão da procura reflete-se num aumento generalizado dos preços com mais de 25% das residências a reportarem subidas superiores a 5%”, sendo que “o preço médio ponderado de alojamento em quarto individual ronda os 1.675 euros, enquanto um quarto duplo custa 1.375 euros e um triplo 1.315 euros”.
“Incapaz de responder ao aumento da procura devido à evolução demográfica e à crescente esperança média de vida, o setor continua sob forte pressão com os valores de alojamento a refletirem também os investimentos associados à melhoria dos serviços prestados aos idosos”, dizem os autores.
O estudo lembrou que “a população europeia continua a envelhecer a um ritmo acelerado”, destacando que, segundo os dados do Eurostat em janeiro de 2025, mais de um quinto da população europeia (21,6%) tinham 65 anos ou mais e Portugal ocupa o terceiro lugar no ‘ranking’ da União Europeia em termos da proporção de pessoas com mais de 80 anos, apenas atrás de Itália e Alemanha.
O Retrato das Residências Sénior em Portugal foi realizado através de um inquérito online, sendo que este ano, o universo é representado por cerca de 2.700 residências sénior que, no global, são responsáveis por mais de 105.000 camas. O estudo foi feito entre 1 de dezembro de 2024 e 15 de janeiro de 2025.