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A plataforma Casa para Viver sai à rua este sábado (28 de setembro) em Viseu para reivindicar respostas para a crise na habitação. A manifestação acontece a partir das 15h00, na Rua Formosa, depois de iniciativas anteriores já realizadas no início deste ano e em 2023.
O movimento vai organizar protestos em 22 cidades do país, incluindo Lisboa, Porto, Aveiro, Coimbra e Guarda. Os organizadores dizem que a crise na habitação está “a agravar-se” e não acreditam nas medidas propostas pelo novo Governo para resolver o problema.
“Convocámos mais uma manifestação, uma vez que continuamos a ver que, apesar dos pacotes, programas, medidas, políticas anunciados pelos sucessivos governos, a situação da habitação continua a agravar-se no nosso país”, justifica Rita Silva, uma das porta-vozes da plataforma, em representação do movimento Vida Justa.
“As famílias em Portugal continuam sem ver uma solução, os jovens continuam sem conseguir aceder a uma habitação, os despejos continuam a ser muitos”, elenca a ativista, em declarações à Lusa, notando que o problema não só se mantém, como se tem agravado.
Desde logo porque “o novo Governo veio revogar uma série de conquistas” que tinham sido obtidas “fruto das mobilizações na rua”, assinala, exemplificando com o caso do alojamento local.
“O novo Governo deu todas as liberdades novamente ao alojamento local, revogando as limitações que tinham sido aprovadas”, lamenta Rita Silva, acrescentando a revogação da lei que limitaria a subida das rendas mais recentes e a manutenção do regime de residentes não habituais, “que promove uma grande inflação nos preços da habitação”.
Para a plataforma – que junta mais de cem organizações e já mobilizou milhares de pessoas nas ruas de várias cidades em três manifestações (em junho e setembro do ano passado e em janeiro deste ano) –, o novo Governo, liderado pelo social-democrata Luís Montenegro, “está bastante comprometido com aquilo que é o negócio imobiliário”.
O movimento acusa mesmo o executivo de ter feito “um pacto com quem especula”, rejeitando a solução de parcerias público-privadas para “desenvolver aquilo que chama de habitação acessível”, que “nem sequer é acessível a uma grande maioria das pessoas que vive e que trabalha” em Portugal.
“Não acreditamos nas medidas do novo Governo. Nós vemos a situação a agravar-se e por isso voltamos novamente à rua, no dia 28 de setembro”, salienta Rita Silva, adiantando que pelo menos 22 cidades já aderiram ao protesto.
“Não nos podemos cansar de vir para a rua, de protestar, porque é através dessa mobilização que conseguiremos obter algum tipo de avanço nas políticas de habitação”, apela.